Greve dos tanqueiros: entidades admitem risco de desabastecimento em postos
Minaspetro e Sindtanque-MG concordam que greve dos transportadores de combustível da distribuidora já pode ter afetado os estoques dos postos
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Siga noA greve deflagrada na madrugada desta segunda-feira (9/6) pelos caminhoneiros que prestam serviço para a Vibra Energia de Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), antiga BR Distribuidora, já começa a causar impacto nos postos de combustível.
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De acordo com o Minaspetro (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo no Estado de Minas Gerais), alguns revendedores da marca estão trabalhando com o estoque a níveis extremamente baixos. “Ou seja, caso a paralisação se estenda, há o risco de desabastecimento em postos da bandeira”, informou em nota.
Para o sindicato mineiro dos postos de combustível, a situação requer atenção, uma vez que os caminhoneiros que atendem a companhia não estão permitindo que os motoristas da modalidade FOB (quando o dono do posto é o responsável pelo frete) entrem na distribuidora para realização do carregamento.
Irani Gomes, presidente do Sindtanque-MG (Sindicato das Empresas Transportadoras de Combustíveis e Derivados de Petróleo do Estado de Minas Gerais), também avalia que os postos já estão sentindo os efeitos da greve dos transportadores de combustível, já que o abastecimento costuma ser diário. Além dos postos de combustíveis, Irani alega que os aeroportos de Minas Gerais também podem ser afetados pela greve dos tanqueiros que atendem a Vibra Energia, já que a distribuidora fornece combustível de aviação para quase todos os aeroportos do estado. A rede também atende a várias mineradoras.
O que pede a categoria?
Entre as reivindicações dos transportadores estão o pagamento do Piso Mínimo de Frete (Lei 13.703/2018) e do Vale-Pedágio Obrigatório (Lei 10.209/2001, regulamentada pela Resolução nº 2885/2008, da Agência Nacional de Transportes Terrestres - ANTT).
Segundo o presidente do Sindtanque-MG, a entidade apoia o movimento dos transportadores de combustíveis e de derivados de petróleo por entender que, há anos, ambas as leis vêm sendo descumpridas pela Vibra e demais distribuidoras que atuam no estado.
"Com o descumprimento do Piso Mínimo de Frete e do Vale-Pedágio Obrigatório em Minas, os transportadores vêm acumulando prejuízos incalculáveis. Exigimos da Vibra o cumprimento imediato desses direitos dos transportadores, bem como a ampliação e intensificação da fiscalização aos contratantes de serviços de frete por parte da ANTT", disse.
O que diz a Vibra Energia?
Em nota, a Vibra informou que está adotando as medidas necessárias para evitar risco de desabastecimento e atendimento a seus clientes. Segundo a empresa, os contratos firmados com transportadoras se encontram vigentes e precisam ser cumpridos, sob pena da aplicação das penalidades previstas.
"A Vibra reitera seu compromisso com a regularidade do abastecimento no estado de Minas Gerais e permanece em articulação com os órgãos competentes para assegurar a continuidade dos serviços. Ademais, informamos que a companhia está sempre aberta ao diálogo individual com cada um de seus contratados, repudiando de forma veemente qualquer tentativa de combinação coletiva de preços que configuram, em tese, infração à legislação de defesa da concorrência, sujeita às sanções legais cabíveis, conforme estabelecido pelos órgãos competentes", diz a nota.
Status da greve
A última informação do Sindtanque-MG é de que os manifestantes aguardam a manifestação da Vibra Energia, que brigaria para não cumprir a Lei do Piso Mínimo do Frete. De acordo com Irani, os contratos das transportadoras com a distribuidora estão defasados, o que afeta a saúde econômica das empresas. Ele garante que esses contratos podem ser reajustados, já que as distribuidoras não podem remunerar abaixo do piso salarial.
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