Mulheres ainda representam uma minoria dentro dos cursos de ciências e exatas -  (crédito: Freepik/Reprodução)

Mulheres ainda representam uma minoria dentro dos cursos de ciências e exatas

crédito: Freepik/Reprodução

No próximo domingo (11/2), será celebrado o Dia Internacional de Mulheres e Meninas na Ciência. A data foi estabelecida pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2015 e tem como meta fomentar o papel de mulheres e meninas na ciência, que, ainda hoje, são minoria na área.

Segundo a ONU, as mulheres representam, nas universidades, apenas 35% dos estudantes matriculados em cursos nas áreas de ciência, tecnologia, engenharia e matemática. Já nas áreas de engenharias de produção, civil e industrial, e em tecnologia, o número não chega nem a 28% das matrículas.

A ArcelorMittal, empresa que opera na produção de aços no país, desenvolveu em 2020 o projeto STEAM Girls, que tem como objetivo incentivar meninas a despertarem o interesse nas áreas relacionadas a ciências e exatas.

 

 

O projeto promove encontros virtuais com lideranças femininas da área e estudantes universitárias, que são abertos para meninas de todo o Brasil. Além disso, existem encontros locais em escolas municipais, onde são realizadas oficinas, peças teatrais sobre mulheres importantes na área e palestras.

 

Para Catarina Lutero Mendes, analista de Investimento Social da Fundação ArcelorMittal, o aumento de mulheres nessas áreas possibilita uma maior diversidade de soluções e mobilidade econômica.

“Hoje em dia, as áreas que envolvem ciências e exatas são as que pagam melhor, e também onde há uma maior concentração de homens. A presença de mais mulheres possibilitaria que elas desfrutassem de uma maior mobilidade financeira no futuro”, explica.

 

Catarina reforça que no STEAM Girls são adotadas diferentes abordagens, que seguem a faixa etária das participantes. Segundo a analista, dos 6 aos 11 anos as meninas ainda não tem muita noção sobre os vieses inconscientes da sociedade. No entanto, dos 11 aos 17 os estereótipos de gênero já estão mais consolidados.

De acordo com um estudo realizado em 2019 pela consultoria McKinsey sobre o impacto da desigualdade de gênero, se as mulheres em todos os países ocupassem o mesmo papel que os homens nos mercados de trabalho, haveria um acréscimo de 26% do PIB global.

Promoção de igualdade

Para Pauliana Moreira, professora de matemática, a importância de incentivar meninas a ‘criarem gosto’ pelas áreas de exatas é muito maior do que um simples encorajamento:

“Representa uma quebra de barreiras impostas culturalmente às mulheres, contribuindo para a desconstrução de estereótipos de gênero. Essa abordagem vai além de encorajar o interesse em áreas exatas, trata-se de incentivar as meninas a serem o que desejarem ser. A promoção da igualdade de oportunidades e a quebra de discriminação de gêneros são fundamentais para que as meninas sintam-se livres para realizarem seus sonhos e se tornem mulheres independentes, confiantes e realizadas pessoalmente e profissionalmente”, defende a professora.

Neste ano, Pauliana completará 25 anos dedicados à sala de aula. A professora, que leciona na rede pública, formou em 2022 duas equipes de robôtica exclusivamente femininas em Sabará, na Região Metropolitana de Belo Horizonte: A Bilu Girls (atualmente Bilu Tech) e a Lego Girls (agora Lego Monsters).

* Estagiária sob supervisão da editora Ellen Cristie.