Grupo abre 5 bares na Savassi, espalhando a boemia por um único quarteirão
Em menos de três anos, Grupo Redentor passa de um para cinco bares na Savassi, estendendo o clima da boemia belo-horizontina para imóveis vizinhos
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O que era “apenas” uma esquina movimentada aos poucos vai tomando conta do quarteirão. O bar Redentor é o ponto onde começa uma expansão que chama a atenção de quem passa pelo encontro das ruas Fernandes Tourinho e Sergipe, em Belo Horizonte. A história, que envolve vocação para a boemia, amor pela Savassi e cinco casas cheias todos os dias da semanas, está no segundo episódio do podcast Degusta, que vai ao ar hoje no canal no YouTube do Portal Uai e no Spotify.
O entrevistado é o empresário Daniel Ribeiro, gestor do Grupo Redentor. Como ele conta, tudo começou em 1982 com o seu pai, Fausto Dias, e o tio Antônio Câmera, que abriram a pastelaria Pop Pastel no BH Shopping. O bar surgiu mais tarde, no Shopping Cidade, chegou a ter uma unidade no Lourdes e depois ficou só na famosa esquina da Savassi, onde está há 22 anos.
“O Redentor nasceu de uma vontade do mineiro de morar na praia. Todo belo-horizontino é apaixonado pelo Rio de Janeiro. Não só pela praia, mas pelo jeito descontraído do carioca”, explica.
Daniel entrou para o negócio da família aos 14 anos, como garçom. Teve experiências no balcão, onde fritava pastel, tirava chope e fazia suco. Trabalhou como auxiliar de gerente, “o famoso faz tudo”, até assumir o RH, aos 21 anos. “Vejo que foi fundamental começar com tempo, me envolvendo em todos os setores, todos os processos, para poder hoje, de fato, ter uma bagagem de saber como funciona. Saber, principalmente, as dores.”
O início da expansão pelo quarteirão foi no fim de 2022, logo ao lado, na Rua Sergipe. Enquanto o Redentor traz para BH a boemia carioca, o Moema busca inspiração nos bares de São Paulo. “O Redentor é um barzão mais tradicional, tanto nos petiscos quanto na decoração. Já o Moema é um bar mais jovial, com petiscos mais contemporâneos e uma carta de drinques mais complexa e elaborada”, compara.
O cardápio é assinado pelo chef Pedro Mendes e os drinques são criações do mixologista Tiago Santos.
Ano agitado
O ano 2025 já ficou marcado na história do grupo por três inaugurações seguidas. O Marú chegou em março na outra esquina da Fernandes Tourinho, com a Rua Levindo Lopes, para atender aos pedidos da região por um japonês. A casa nem estava nos planos, mas um conhecido avisou que o ponto seria liberado. Daniel negou de cara, mas sentiu o entusiasmo da equipe com um novo projeto e embarcou nesse desafio.
“Não tem como ser um restaurante, tem que ser um bar, que é onde a gente consegue entregar o que é a nossa essência. E a ideia do Marú veio disso, de ser um japonês descomplicado, com a alegria da boemia que o grupo já tem.” Quem comanda o sushi bar é o respeitado Marcelo San.
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Em junho, eles abriram as portas do Moeminha, que divide parede com o Moema. O número de mesas não aumentou tanto assim. A proposta é oferecer um espaço mais agradável, tanto que se nota o investimento em mobiliário e na acústica. A mudança mais significativa foi nos bastidores, para dar mais conforto aos colaboradores, com ampliação do vestiário, refeitório, área de descanso, estoque e cozinha.
No início do mês, o Redentor ganhou um vizinho na Fernandes Tourinho, o Bar da Fila, pensado para acomodar melhor quem se enfileira para aguardar uma mesa do lado de dentro. “A gente fez um balcão, aí tem um chopinho, tem uma coquetelaria e tem uma estufa. Tem um torresmo que eu ouso falar que é o melhor torresmo de Belo Horizonte”, crava.
Daniel já tem planos para a casa ao lado do Bar da Fila, mas avisa que só vai lançar a ideia no ano que vem. “Esse ano a gente quer solidificar tudo que a gente já tem. Trabalhar para aprimorar nossos processos, os treinamentos, enraizar cada vez mais a cultura”, pontua o gestor, que comanda uma equipe de 350 pessoas. A próxima abertura será uma casa de carnes inspirada no Braseiro da Gávea, clássico do Rio de Janeiro, com “parrilla e comida muito boa”.
Amor pela Savassi
A escolha de “abraçar” a Savassi não foi por acaso. Daniel conta que seu pai nasceu na Rua Sergipe, entre Fernandes Tourinho e Avenida do Contorno, e mora na região até hoje, assim como ele, a avó e o irmão. Com os negócios, a família quer fazer com que aquela região seja “a mais legal do Brasil”.
“A Savassi é, talvez, o lugar mais plural de Belo Horizonte. Um lugar democrático, onde você tem todos os tipos de pessoas, de movimentos, de interesses em estar ali. E isso foi a vida toda. Você tem ali escritórios, muitos moradores e os turistas, que vão conhecer a Savassi, que é um dos points que a cidade tem.” Daniel também vê como vantagens da região ser central, plana e de fácil acesso.
Comida na mesa
O papo terminou com a mesa montada e uma seleção apetitosa de pratos das casas. Representando o Redentor, dois clássicos: as amadas empadinhas (de frango com catupiri e creme de camarão) e o Jabá Porta Bandeira (carne seca desfiada, cebola, farinha amarela e manteiga de garrafa derretida). Do Moema, o sanduíche de mortadela com mostarda dijon, alface, tomate e queijo prato. O Marú mostrou sua gastronomia com a “ostra” japonesa, que são micro cogumelos em conserva servidos no limão.
Para brindar, o chope que é referência na cidade. “O chope exige um cuidado desde o recebimento, uma câmara fria para ficar descansando de um dia para o outro, um gás especial para você fazer o creme. Exige um bom garçom, sabendo a hora de servir o chope, como servir o chope e como lembrar o cliente que aquele momento dele ir de tomar o primeiro chope talvez seja o momento mais esperado da semana”, destaca.
Serviço
O programa é quinzenal e vai ao ar sempre às segundas. Acesse o canal do Portal UAI no YouTube ou o Spotify para assistir ao segundo episódio completo.