
Como é e quanto custa jantar no Copacabana Palace
Decoração remete aos anos 1920, período em que o prédio principal do hotel foi construído
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Siga noHá exatos 30 anos, o Cipriani chegava ao Copacabana Palace. Ocupando o andar térreo do prédio anexo ao principal, fica de frente para a famosa piscina do hotel, que coleciona histórias, como a de que a princesa Diana pediu para que apagassem as luzes para que pudesse nadar sem ser incomodada pelos paparazzis. Com o trabalho do chef Nello Cassese, o restaurante passou a atrair público, não só pelo glamour de estar no hotel mais famoso do Brasil, mas também pela gastronomia de alto nível, que mistura Itália e Brasil.
Carpete estampado no chão, poltronas de veludo vermelho, mesas com toalhas brancas, lustres de cristal. A decoração do Cipriani remete aos anos 1920, período em que o prédio principal do Copacabana Palace foi construído. O jantar se desenrola ao som do piano de cauda, posicionado no hall de entrada. De todas as mesas, dá para enxergar o azul da piscina retangular, que fica iluminada durante a noite.
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O restaurante trabalha só com reservas, em dois horários por noite. No início do mês, o chef tomou uma decisão ainda mais arriscada que a de trocar o la carte pelo menu degustação: agora oferece uma única sequência de pratos (antes eram duas). O novo menu, batizado de Essenza dell’Evoluzione (do italiano Essência da Evolução), que custa R$ 695 por pessoa, funde as duas propostas anteriores, que são fazer um passeio de Norte a Sul da Itália e conhecer pratos que marcaram a carreira de Nello, com a característica mistura de influências.
No total, são 14 tempos. O amouse bouche (aperitivo em francês) é a única que não muda nunca. Virou símbolo do restaurante e da cozinha do chef, por mostrar um pouco da sua região, Nápoles. Nessa etapa, ele serve sua versão de pizza frita, com massa de fermentação natural (fica mais leve e suave), molho de tomate italiano san marzano, muçarela de búfalo e basílico fresco; pão cafone, à base de farinha de centeio, farinha de moinho de pedra, sal, água e fermento natural, e uma saborosa manteiga “queimada”.

Nhoque, ervilha, alcachofra e mexilhão
Completam a etapa do amouse bouche o culatello de Zibello e o molho napolitano. “É uma receita da minha avó. Nunca consigo fazer igual, mas tento sempre”, brinca. Diferentemente do bolonhesa, a carne (70% boi e 30% porco) é desfiada. O chef deixa cozinhar bem devagar, por 16 a 18 horas, e faz questão de seguir a receita antiga, com banha de porco.
“Muitas pessoas acham que leva molho de tomate, mas é uma quantidade muito pequena. O que dá a cor avermelhada escura é o jeito de fazer. Fazendo uma comparação, seria igual ao demi glace, deixa reduzir até o caldo ficar escuro”, explica.
Várias versões do tiramisu
Também virou marca registrada do restaurante e do chef o tirami-Nello. A cada menu, o doce italiano tiramisu aparece com uma roupagem. “Desde que comecei a fazer o cardápio, sempre mudei a receita. Aí um cliente experimentou e falou que poderia chamar de tirami-Nello, porque nunca tinha experimentado daquele jeito na Itália. Esse é o nosso objetivo.” A mais recente versão tem mousse de zabaione, bavaroise de mascarpone, semifreddo do licor Amareto, além de espuma, creme e crocante de café.
Por acreditar que a chegada e a saída são os momentos mais importantes do jantar, o chef capricha nas sobremesas e ainda prepara surpresas. Começa pelo carrinho de doces, que pode ter, por exemplo, bala de cumaru, cannoli recheado com chocolate branco e pistache, e patê fruit de maracujá. Termina com o famoso sorvete batido na hora, com base creme de leite fresco, leite, três diferentes tipos de açúcar e um ou mais ingredientes para dar sabor. Por exemplo, flor de laranjeira, laranja cristalizada e marrom glacê (castanha portuguesa cristalizada).

Tirami-Nello: a cada menu, o chef cria uma versão diferente da sobremesa italiana tiramisu
“A pessoa que escolheu vir ao restaurante não quer só comer, quer viver uma experiência. Então, temos que focar em criar lembranças, e não só pensar na comida.”
Falando em experiências, a Mesa do Chef voltou a receber convidados. Como funciona? Com apenas seis lugares, fica dentro da cozinha, de frente para a bancada onde os pratos são finalizados. Enquanto jantam, os clientes podem acompanhar a movimentação da equipe (e sentir o calor que vem de fornos e fogões). A experiência inclui um menu degustação exclusivo e a possibilidade de harmonização com os melhores vinhos do restaurante. Dependendo do número de etapas e da harmonização escolhida, o jantar custa de R$ 1.400 a R$ 8.000 por pessoa.
Serviço
Cipriani
• Avenida Atlântica, 1702, Copacabana – Rio de Janeiro
• (21) 2548-7070