LUTO

Morre o ator mineiro Javert Monteiro, que lutou pelos direitos dos artistas

Artista faleceu em São Paulo nesta quinta-feira (18/12), aos 71 anos, em decorrência de complicações causadas por uma pneumonia

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Morreu nesta quinta-feira (18/12) em São Paulo, aos 71 anos, o ator mineiro Javert Monteiro. De acordo com informações de pessoas próximas, ele sofria complicações decorrentes do diabetes e contraiu pneumonia, que evoluiu para uma infecção. Natural de Itanhandu, no Sul de Minas, Javert era formado em ciências sociais pela Universidade Federal de Minas Gerais e teve grande engajamento na defesa dos direitos da classe artística.

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Em 1974, iniciou carreira teatral em Belo Horizonte com a peça "Os pequenos burgueses", de Máximo Gorki. Em seguida, participou em "Os justos", de Albert Camus; "Calabar", de Chico Buarque e Ruy Guerra; "Boca de ouro", de Nélson Rodrigues; e "Galileu Galilei", de Bertolt Brecht.

Desde 1986, Javert vivia em São Paulo, onde atuou em espetáculos como "A falecida" e "Os sete gatinhos", de Nélson Rodrigues, com direção de Gabriel Vilela; "Nossa cidade", de Thornton Wilder; "O senhor de Porqueiral", de Molière; "Palmas para o senhor diretor", com direção de Marília Pêra, entre outros. 

Quando ainda residia em Belo Horizonte, Javert foi um dos fundadores e chegou a presidir a Associação Profissional dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversão do Estado de Minas Gerais (Apatedemg). Posteriormente, a entidade deu origem ao Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversões de Minas Gerais (Sated-MG).

Por meio de nota divulgada nas redes sociais, o Sated-MG lamentou a morte do ator. "Era uma raridade de ser humano", diz Magdalena Rodrigues, presidente da entidade. Ela lembra a importância de Javert para a profissionalização dos artistas em MInas. "O sindicato dos artistas surgiu por causa da Apatedemg", destaca. 

"Ele foi muito importante, do ponto de vista associativo, para a profissionalização da classe. Foi uma pessoa de importância muito grande para o teatro em Minas", afirma o diretor, dramaturgo e médico Jair Raso. "O teatro mineiro perde um grande artista e eu perco um grande amigo", lamenta.

"O Javert foi uma pessoa emblemática para o teatro de Minas Gerais e também para toda a cultura política daqui do estado", opina o ator e diretor Chico Pelúcio, do Grupo Galpão.

O artista salienta o legado que o colega deixou para a cena artística e lembra, em especial, da ousadia demonstrada na peça "Galileu Galilei", de Bertolt Brecht. "Ele fez um teatro muito inovador", diz. "O Grupo Galpão está de luto e triste com essa notícia."

Chico ressalta a personalidade de Javert. "Ele era uma pessoa muito agregadora, muito bem-humorada. Conversava com todo mundo, tinha enorme capacidade de comunicação".

O ator e diretor conta que, nas últimas semanas, o amigo, mesmo com a saúde já frágil, fez questão de assistir à peça "(Um) ensaio sobre a cegueira", que o Grupo Galpão apresentou em São Paulo. "Era empático e humanista, além de ser um amigo muito presente", conclui.

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Informações preliminares indicam que o corpo de Javert Monteiro será velado em São Paulo e sepultado em Itanhandu. O local e os horários não foram divulgados até a publicação desta reportagem.

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