LITERATURA

Luís Giffoni lança o romance 'Linha de neve' na Academia Mineira de Letras

Livro é fruto de viagens do autor aos Andes e da percepção do hedonismo das novas gerações. Sessão de autógrafos, neste sábado (12/12) demanhã, terá palestra

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Um jogo entre as geografias externa e interna estrutura o novo romance de Luís Giffoni, “Linha de neve”, que será lançado, com palestra e sessão de autógrafos, neste sábado (13/12), às 10h, na Academia Mineira de Letras (AML). A história ambientada nas cordilheiras andinas gira em torno do triângulo amoroso formado pelos jovens Michel Morlet Pereira, Soraya e Mark. O livro é fruto de várias viagens que o autor fez à região e da observação dos tipos que encontrou pelo caminho.

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Giffoni diz que, com “Linha de neve”, pretendeu tratar do hedonismo das novas gerações, algo que entende como a culminância da liberação sexual iniciada há 60 anos. Adepto de caminhadas longas, ele conta que fez várias nos Andes – do Parque Nacional de Huascarán, no Peru, a Torres del Paine, no Extremo Sul do continente. Nesses percursos, cruzou com pessoas de 33 países. “Observando os viajantes, vejo que a questão do hedonismo é mundial”, comenta.

A história, construída com o tratamento de romance, parte da experiência de observar o comportamento humano. A trama é marcada por desejo, fuga, traição e descobertas que se desdobram entre hotéis luxuosos e pensões baratas de Cusco a La Paz, envolvendo escaladas perigosas, além de encontros com personagens excêntricos e figuras ambíguas, como o chefe de polícia envolvido em contrabando de armas.


“Como percorri os Andes da fronteira da Venezuela até o Sul da Patagônia, aproveitei essa experiência para colocar no livro. Tem a escalada do pico com mais de 6.100 metros de altitude, que fiz para poder dar um ar de realidade ao romance, mas a obra, antes de tudo, tenta divertir”, diz o autor.
Ele destaca que “Linha de neve” pode ser lido como aventura de dois cariocas de Ipanema, Michel e Soraya, de 25 e 23 anos, respectivamente, que buscam o prazer a qualquer custo.

Erotismo

O livro tem muito de erotismo, que marca a busca do casal por lugares exóticos, “onde os dois possam encontrar Macondos escondidas”, diz o autor. Porém, a obra também pode ser lida sob outros prismas. “Apesar de se passar fora do Brasil, a história está sempre falando do Brasil, discutindo algumas questões filosóficas, porque os dois personagens centrais são filósofos, formados na faculdade do Rio de Janeiro”, conta.

Lago tem ao fundo montanha cheia de neve no Parque de Huascaran, no Peru, em dia ensolarado
Parque Nacional de Huascaran, no Peru, foi cenário e inspiração para o novo romance de Luís Giffoni Luka Gonzales/AFP


O autor ressalta que o novo romance, como toda sua obra, busca as pegadas do tempo atual, de forma a espelhar a realidade. “Tem muita coisa a respeito deste momento que estamos vivendo. Tento mergulhar no mundo atual, porque, pensando em literatura, milhões de livros já foram escritos, então, o único tema que ainda não foi abordado é o dia de hoje. Acho que esta é a grande contribuição dos autores de agora: descrever o próprio tempo, capturar o zeitgeist”, diz Giffoni.


“Linha de neve” também faz referência à corrupção no Brasil e no mundo, tange questões políticas do país e aborda a violência.


“Apesar de as pessoas terem desprendimento na busca pelo prazer, existem forças, instintos humanos que nunca serão apagados, como a paixão e o ciúme, muito presentes no livro”, pontua.

Mergulho subjetivo

O paralelo entre o que se vê e o que se sente está condensado na figura do protagonista Michel.
Herdeiro de fortuna de origem nebulosa, o personagem escala o Pico Huayana Potosí, na Bolívia, ápice da aventura, que funciona como metáfora do mergulho subjetivo que o conduz à epifania e, depois, ao retorno marcado por perda e solidão.


“Ele observa a natureza e tenta transformar isso para a própria vida, de modo que desenvolve uma filosofia própria, que se aproxima um pouco da filosofia de Espinosa, com um jeito particular de ver o mundo”, diz Luís Giffoni.


O escritor planeja lançar outro romance em 2026 e um livro com o registro de viagens ao Vietnã, Camboja e Myanmar.


“Esse livro é só para trazer um pouco da cultura oriental para o Brasil. Muito pouca gente conhece Myanmar, país que tem uma série de problemas e aparece de vez em quando no noticiário. Existe por lá grande perseguição às minorias, acho interessante trazer essas informações para nós, brasileiros”, conclui.

“LINHA DE NEVE”


Romance de Luís Giffoni
Editora Sinete
296 págs.
Lançamento neste sábado (13/12), às 10h, na Academia Mineira de Letras (Rua da Bahia, 1.466, Lourdes). Entrada franca

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