Bandolinista Marcos Frederico lança 'Despalavra', com muito choro
Com nove composições autorais, o oitavo álbum do músico traz também algumas participações especiais
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O compositor e bandolinista Marcos Frederico chega ao seu oitavo álbum, “Despalavra” (Música aos montes).
O disco instrumental reúne nove composições autorais e já está disponível nas plataformas digitais, trazendo as participações de Paulinho Santos (ex-Uakti) e Chico Amaral, parceiro em “Andaluza”.
O título, homônimo ao poema de Manoel de Barros, ecoa o mesmo gesto: fazer sentido quando a palavra não é necessária.
Com arte de Fred Paulino, a capa traz a fotografia “Pedra branca”, da série Mar de Morro, do fotógrafo Pedro David. Alguns músicos colaboraram à distância, como Felipe Bastos, que mandou os pandeiros e tamborins diretamente de Portugal, e Paulinho Santos que enviou a percussão de sua casa em BH.
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“Túlio Araújo e Felipe Bastos tocaram pandeiro, enfim, tem muita gente boa nesse trabalho”, garante o músico.
“É um álbum que gravei de 2020 para cá. E a gente foi construindo tudo.”
Ele explica que o álbum é de bandolim – que sola em todas as faixas –, autoral e todo instrumental.
“As músicas começaram a ser compostas de 2020 para cá, porém, algumas finalizei no ano passado e este ano. Por exemplo, 'Montanha russa' é uma música de bandolim e sanfona. Uma conversa de bandolim com o acordeom. Comecei a fazê-la em 2020 e terminei este ano, isso porque ela ficou um tempo parada”, justifica Marcos.
“Durante o processo, fui fazendo, gravando e convidando alguém, então foi um disco feito lentamente, sem muita pretensão, porém, quando percebi já tinha nove faixas prontas.”
PARDAL PIANDO
Marcos avalia que o disco “mostra como o choro está sempre em transformação e, de certa forma, nessas nove faixas, há vários jeitos de tocá-lo”.
“São choros mais estilizados, vamos assim dizer. Por exemplo, essa participação do Paulinho Santos em 'Voo livre' começa com um choro em um estilo mais tradicional, mas tem também a participação de um pardal piando durante a música, é curioso.”
“Depois disso, o choro muda durante a música e fica uma coisa diferente”, avisa o músico. “Além do bandolim, gravei também piano elétrico e violão. O Paulinho entrou com a marimba de vidro. Então, nessa faixa, de um choro tradicional, a música passa para uma coisa mais moderna.”
Ele observa que “também harmonicamente tem músicas nas quais coloco umas harmonias mais tortas, mas de choro. Ao mesmo tempo, tem valsa e algumas coisas bem clássicas, com choros tradicionais. A música 'Montanha russa' mesmo é uma valsa”.
O artista gravou o disco em seu home studio. Quanto às participações, ele conta que algumas foram feitas durante a pandemia, como a de Paulinho, que gravou em sua casa e lhe mandou.
“A do Felipe Bastos também, mandei a base para ele lá em Portugal e ele colocou o pandeiro. Também tocaram comigo o Pedro Gomes (baixo), Theo Lustosa (acordeon), Abel Borges (percussão), Augusto Cordeiro (violão) e Rodrigo Zolet (acordeon).”
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Ele conta que agora começa a viajar para lançar o disco. “Estreio neste sábado (30/8), quando estarei no Festival de Literatura de Paracatu. Será um show de bandolim e acordeom, comigo e o Everton Coroné”.
SHOWS EM BH
“Mas, ao mesmo tempo, estou fazendo vários shows em BH, sendo que, na segunda-feira (1º/9) é no Cantina Azul; às quintas-feiras, no Pirex, na Praça Raul Soares; e nas sextas-feiras, no Bar do Orlando, em Santa Teresa”, avisa o músico.
“Então, de certa forma, vou divulgando o disco nessas rodas que ficam lotadas e tocando algumas faixas dele. A gente vai aos pouquinhos conquistando os espaços, vamos ver o que vem pela frente”, afirma.
Marcos diz que seu próximo disco será de canções e deverá ser lançado ainda este ano. "Será autoral também, porém, comigo cantando, e terá algumas participações. Já tenho até algumas faixas dele gravadas.”
Ele conta que começou tocando violão antes do bandolim. "Estudei violão na Fundação Clóvis Salgado. no fim dos anos 1990. Inclusive, já compunha no instrumento. Para a gravação de uma música minha, já que queria um bandolim nela, peguei um emprestado com um amigo e me apaixonei pelo instrumento. Depois, em 2002, fui a um festival de inverno em Diamantina, onde conheci uma roda de choro e fiquei fascinado com o instrumento, quando vi o pessoal tocando músicas de Pixinguinha." n
“DESPALAVRA”
• Disco de Marcos Frederico
• Nove faixas
• Música aos montes
• Disponível nas plataformas digitais