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MÚSICA

Cantores e compositores oitentões continuam na estrada e com agenda cheia

Em entrevistas ao EM, octogenários contam como se dedicam à arte de cantar e tocar, e afirmam que se sentem rejuvenescidos no palco e na presença de novos fãs

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A idade nunca foi empecilho para muita gente, principalmente para a classe artística, em especial a musical, haja vista a quantidade de cantores e compositores que continuam na ativa mesmo ultrapassando a barreira dos 80 anos. E muitos com a agenda cheia. No Brasil, Moacyr Franco (88), Alaíde Costa (87), Roberto Menescal (87), Jorge Benjor (84), Roberto Carlos (83), Gilberto Gil (82), Caetano Veloso (82), Wanderléa (81), Marcos Valle (81) e Chico Buarque (80), entre tantos outros que ainda sobem aos palcos e não têm a intenção de se aposentar tão cedo.

Minas Gerais e BH também contribuem para essa lista de artistas. Célio Balona (86) e Marilton Borges (81) sobem aos palcos da capital praticamente todos os fins de semana. Outro mineiro que está em plena atividade musical é o compositor e publicitário Gervásio Horta (86), campeão dos carnavais e dos jingles. “Sou um compositor compulsivo”, diz. 

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Dos EUA ao Japão

O carioca Marcos Valle, que completa 82 anos em setembro, continua fazendo shows aqui e no exterior. “Para mim é um prazer fazer esses shows pelo mundo, como as recentes turnês que fiz na Europa, Ásia e nos Estados Unidos, além de Austrália, Japão e Coreia do Sul, sem falar no Brasil.”

O autor de “Samba de verão” se delicia com as apresentações e cita alguns cuidados que toma quando “pega a estrada”. “Me sinto bem no palco, além de ser algo que me dá prazer. Claro que temos de estar preparados fisicamente, principalmente nas turnês, nas quais dormimos pouco e comemos comidas diferentes. Em compensação, o momento do palco, o aplauso, é tudo mágico. E como hoje tenho um público jovem que vai aos meus shows no exterior, é uma alegria.”

Valle lançou o álbum “Túnel acústico” no ano passado. “Já estou pensando no próximo”, afirma. “Também estou produzindo projetos diferentes e sendo procurado para fazer arranjos, enfim, é isso que me move. Felizmente, a cabeça está boa e tenho mais é que ser grato a isso e aproveitar a vida.”

Fazer com alma

Nascida em Governador Valadares, no Vale do Rio Doce, a Rainha da Jovem Guarda, Wanderléa, completa 81 anos em 5 de junho. “Estou bem e acredito que os tempos antigos me proporcionaram isso. Hoje tudo está sendo muito depressa. Felizmente sedimentamos uma imagem no coração de várias gerações.”

Wanderléa acredita que os remanescentes dos anos 1960 e 1970 tiveram vários privilégios. “A música nos rejuvenesce. Temos esse privilégio de cantar e compor, principalmente quando gostamos e fazemos com a alma. Agora, na casa dos 80 anos, procuro fazer as coisas com um pouco mais de tempo.”

A cantora diz que procura manter a forma se alimentando de forma saudável, dormindo bem e fazendo ginástica. “Aposentar nunca. Hoje ainda faço muito agito, pois não posso ficar parada, o que seria terrível. É legal no palco porque o presencial nos dá mais alegria. É muito bom sentir a energia do público e viver. “

A artista conta que continua com a agenda cheia e trabalhando bastante, inclusive no exterior. “O disco 'Wanderléa canta choros' (2023) me proporcionou isso. Já fiz um pedaço da Europa.”

No divã 

O pianista e acordeonista Célio Balona garante que passar dos 80 anos não mudou quase nada na sua vida profissional. “Ultrapassar 80 anos é um privilegio. Sinto que tenho que levantar e vestir a roupa do moço, como dizia Clint Eastwood (ator e diretor norte-americano), que hoje está com 94 anos e continua trabalhando.”

Perguntado se pensa em parar, o artista é enfático: “Não penso de maneira alguma em me aposentar, quero morrer, se possível, em um palco e tocando. Como diz um amigo quando brinda: 'Saúde e morte súbita!'. A nossa maior válvula de escape se chama música e o palco é o nosso divã.”

Trio à vista

Outro que não está nem aí para os 81 anos é o tecladista Marilton Borges que continua tocando nos fins de semana. “Para mim não fez diferença nenhuma e confesso que acho esse negócio de idade uma bobagem. Você tem o seu tempo, e acabou. Além de tocar nos fins de semana, ajudo muito nos afazeres de casa, sem qualquer problema. Continuo tocando e com a cabeça cheia de projetos.”

O artista trabalha na formação de um trio. Marilton conta que já está bolando um repertório para esse show que terá músicas nacionais e internacionais. “E também porque preciso tocar para inteirar a grana de casa. E tocar faz bem para nós todos, seja para quem está tocando ou para quem está ouvindo. Se estou no palco, estou com Deus.”

E a lista dos octogenários não para por aí, haja vista Ney Matogrosso (83), Hermeto Paschoal (88), Benito de Paula (83), Paulinho da Viola (82), Edu Lobo (81), Dori Caymmi (81), Tom Zé (86), Geraldo Vandré (89) e tantos outros... 

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