
Mostra "Fragmentos" é para 'viajar' nas obras de Saul e Marco Vilela
Pai e filho abrem nesta quarta (18/12) exposição no Museu Inimá de Paula, no Centro de BH. Trabalhos exploram as possibilidades do abstracionismo
Mais lidas
compartilhe
Siga no
Em um movimento de ruptura com os moldes artísticos tradicionais que ditavam o conceito de “belo”, surge no início do século 20, no berço das vanguardas artísticas europeias, o abstracionismo. O estilo, ao contrário da arte figurativa que valoriza a representação fiel da realidade, utiliza-se de formas, linhas, cores e texturas para criar obras subjetivas.
“O abstrato permite que o público viaje no quadro. Cada pessoa vê e sente uma coisa. Acredito que o meu trabalho proporciona a livre reflexão”, diz o arquiteto e artista plástico Saul Vilela, de 73 anos.
Natural de Uberlândia, Vilela é formado em arquitetura e urbanismo pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e atuou como marchand freelancer dos artistas Carlos Scliar e Carlos Bracher. Como pintor, Saul Vilela atravessou as fronteiras do país e expôs seus quadros em galerias de Londres, Veneza, Miami e Atenas.
-
17/12/2024 - 16:05 "Ainda estou aqui" é pré-selecionado para o Oscar -
17/12/2024 - 22:25 Fernanda Torres fala em milagre que não se repete e celebra pré-seleção ao Oscar -
18/12/2024 - 04:00 Musical destaca a importância de Assis Chateaubriand para a cultura do país
Seguindo os passos do pai, Marco Vilela, de 35, também se formou em arquitetura, mas vem se destacando na linha de expressionismo abstrato. Juntos, pai e filho apresentam “Fragmentos”, exposição de 44 telas que ocupa o Museu Inimá de Paula a partir desta quarta-feira (18/12). Entre as obras, destacam-se pinturas recentes de Saul, produzidas no último ano, e peças de sua coleção pessoal, em uma retrospectiva de sua trajetória artística.
Não é a primeira vez que o Inimá de Paula abriga obras de Saul Vilela. O museu, cujo espaço foi projetado pelo próprio artista e arquiteto em 2007, recebeu o conjunto “I’m ok” (Eu estou bem) há uma década.
Apesar de permanecer fiel ao abstracionismo, o artista garante: “Não me repito”. Saul acrescenta: “Meu trabalho é extremamente abstrato e eclético. Considero cada quadro uma nova história”. Ele afirma ser “hiperativo”, por isso o uso de tinta acrílica, que seca rápido.
“O Marco se arrisca mais do que eu. Ele tenta coisas novas. Eu já sou meio preguiçoso. Sou fiel à tinta acrílica, porque trabalho com isso há mais de 40 anos. Procuro me arriscar em novas cores e formas.”
Senso estético
Não é a primeira vez que pai e filho trabalham juntos. Em 2019, a P.S. Galeria foi ocupada por quadros, esculturas e elementos da moda realizados por Saul e seus três filhos – Daniel, escultor; Joana, estilista; e Marco, pintor.
Imerso na arte abstrata desde criança, Marco admite que foi influenciado pelo estilo do pai, mas que com o tempo desenvolveu técnicas próprias de pintura. Conforme o artista, a profundidade trabalhada por ele nas telas cria a sensação de movimento e de observar.
“Gosto de misturar tintas para criar efeitos e texturas diferentes. É quase uma experiência química”, afirma Marco Vilela. “Olho sempre para a completude do quadro e me guio pelo senso estético. O abstrato pode ser bagunçado e cheio de informação, mas gosto de trabalhar com algo mais limpo e em fragmentos, valorizando principalmente as texturas.”
“FRAGMENTOS”
Exposição de Saul e Marco Vilela. Abertura nesta quarta (18/12), a partir das 10h, no Museu Inimá de Paula (Rua da Bahia, 1.201 – Centro). Até 23 de fevereiro. Visitação terça, quarta, sexta e sábado, das 10h às 18h30; quinta, das 12h às 20h30; domingo e feriados, das 10h às 16h30. Entrada gratuita.
* Estagiária sob supervisão da subeditora Tetê Monteiro