
Assembleia homenageia a trajetória da Academia Mineira de Letras
Cerimônia desta sexta-feira (13/12), às 10h, será aberta ao público. Às vésperas de seus 115 anos, AML se destaca por valorizar a cultura de Minas
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Em 25 de dezembro de 1909, no contexto de reorganização da sociedade civil após a Proclamação da República, surgia em Juiz de Fora, na Zona da Mata, a Academia Mineira de Letras (AML). Fundada por jornalistas, escritores, profissionais liberais e acadêmicos, a AML seguiu o modelo da Academia Francesa e Brasileira ao estabelecer 40 cadeiras que seriam ocupadas por diversos intelectuais do estado.
“Há, no entanto, uma importante diferença entre as academias da França e as que se estabeleceram no Brasil. Enquanto na França a Academia de Letras, Arte e Ciências são separadas; no Brasil, o nome 'letras' comportou o ingresso de escritores, juristas, oradores, cientistas e políticos, por exemplo. Todos os membros são escritores, mas não necessariamente possuem produção literária”, explica Jacyntho Lins Brandão, presidente da AML.
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Apelidada de Manchester Mineira, Juiz de Fora se estabeleceu como importante polo industrial do país no início do século 20. Os ideais de progresso econômico e tecnológico também contribuíram para a efervescência cultural do município, que abrigou a sede da AML até 1915, quando seus membros optaram por transferi-la para Belo Horizonte.
“No momento da fundação, Juiz de Fora era a principal cidade mineira em virtude do seu desenvolvimento industrial e a proximidade com o Rio de Janeiro, então capital do Brasil. Belo Horizonte, por sua vez, estava começando a se formar como metrópole”, explica Brandão.
“A transferência da Academia acontece durante a movimentação dos modernistas em BH, como Carlos Drummond de Andrade, Emílio Moura e Pedro Nava, além do estabelecimento das primeiras revistas municipais e a fundação da Universidade Federal de Minas Gerais.”
Às vésperas de completar 115 anos, a Academia Mineira de Letras receberá homenagem na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), nesta sexta-feira (13/12), às 10h. O evento, que será aberto ao público, teve como primeira signatária a ex-deputada Macaé Evaristo (PT). A proposta, no entanto, foi repassada à deputada estadual Lohanna França (PV), em virtude da posse de Macaé como ministra dos Direitos Humanos.
Vasto acervo
Em nota, Lohanna França elogiou a atuação da AML. “A academia vem há 115 anos difundindo conhecimento e democratizando o acesso à cultura, além de ser um centro de preservação histórica, abrigando um vasto acervo de obras, documentos e objetos que contam a trajetória cultural do estado. É muito mais do que uma sociedade literária; é uma guardiã da memória e da identidade cultural de Minas Gerais”, afirmou a deputada, que confirmou presença na cerimônia hoje, na Assembleia.
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Além do expressivo acervo literário, a sede da AML, localizada na Rua da Bahia, é utilizada para realização de palestras, exposições, encontros literários, lançamentos e debates gratuitos.
“A Academia fica honrada pela homenagem. É um reconhecimento importantíssimo. A instituição ultrapassa os presidentes e seus membros. Quando alguém é eleito para ocupar uma cadeira na AML, dizemos que esta pessoa se tornou imortal. Sempre digo que nós, que estamos aqui, não somos imortais, mas sim a Academia”, destacou Jacyntho Lins Brandão.
AML NA ASSEMBLEIA
Academia Mineira de Letras (AML) recebe homenagem na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (Rua Rodrigues Caldas, 30 – Santo Agostinho), nesta sexta-feira (13/12), a partir das 10h. A cerimônia é aberta ao público.
* Estagiária sob supervisão da subeditora Tetê Monteiro