NAS TELAS

Estreia o terceiro filme de Hachiko, o akita mais fofo do cinema

Longa do diretor chinês Ang Xu chega nesta quinta (18/7) às salas de BH. História foi filmada no Japão, na década de 1980, e nos Estados Unidos, nos anos 2000

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Em Tóquio, a estátua do cão da raça akita inu foi erguida em 1948. Todos os anos, turistas visitam o monumento de bronze dedicado ao animal que se tornou símbolo de lealdade não só no Japão, mas em várias partes do mundo.


Hachiko viveu de 1923 a 1935. Por nove anos, esperou pelo tutor Hidesaburo Ueno na estação de trem de Shibuya, na capital japonesa. Ueno o adotou ainda filhote. Várias vezes por semana, o akita acompanhava o dono de casa até a estação, onde o professor pegava a condução para o trabalho.


Ueno e o akita conviveram até a morte do professor, vítima de hemorragia cerebral. Depois disso, Hachiko voltava diariamente à estação, onde parecia esperar pelo dono.

Richard Gere contracena com cachorro no filme Sempre ao seu lado

Richard Gere e seu akita no longa americano lançado em 2009

Imagem Filmes/divulgação

 


Do Japão a Hollywood


A história do cãozinho fiel se espalhou pelo Japão, ultrapassou as fronteiras e chegou às telas de cinema. O primeiro filme, “Hachiko Monogatari”, foi lançado em 1987 pelo diretor japonês Seijiro Koyama. A versão hollywoodiana chegou em 2009, estrelada por Richard Gere e Joan Allen. “Sempre ao seu lado”, dirigido por Lasse Hallstrom, transportou aquela trama oriental para Rhode Island, nos Estados Unidos.


Quinze anos depois, o fofo akita está de volta – agora na China. O filme “Hachiko – Para sempre”, que estreia nesta quinta-feira (18/7) nas salas de BH, é dirigido por Ang Xu. A trama se baseia no roteiro escrito por Kaneto Shindo para o longa japonês lançado há 37 anos.


“Assisti aos dois filmes e ambos podem trazer ao público uma experiência muito boa. A versão japonesa define o pano de fundo da história no Japão após a derrota na Segunda Guerra Mundial”, comentou o diretor chinês Ang Xu em entrevista publicada no site Knotrope.


“No remake americano, o cachorro akita vem de um templo no Japão, como curiosidade da cultura ocidental sobre o Oriente. É um filme padrão de Hollywood. Os criadores conhecem muito bem o ritmo psicológico do público, fazendo com que algumas cenas sejam bem dolorosas”, observou Ang. “As interpretações cinematográficas subsequentes, que estão testando diferentes épocas e culturas, também são capazes de tocar o coração das pessoas”, afirma.

Cachorro nas costas de um homem no cartaz do filme Hachiko Monogatari

O primeiro filme, "Hachiko Monogatari", foi lançado em 1987 no Japão

Reprodução


“Hachiko – Para sempre” se passa na China dos anos 1990. O professor universitário Chen Jingxiu (Feng Xiaogang) vive com a esposa, Li Jiazhen (Joan Chen), e os dois filhos, Chen Xiaozhou (Eponine Huang) e Chen Xinqiao (Ju-Gang Bai), na cidade de Chongqing. Enquanto a mãe se distrai com as vendas na loja da família e joga mahjong com os vizinhos, a filha se ocupa do namorado e o rapaz passa horas programando o computador. Chen Jingxiu parece solitário.


Certa manhã, a van que leva o professor ao trabalho quase atropela um filhote abandonado na área rural. Incentivado pelos colegas a cuidar do cãozinho, Chen Jingxiu o leva para casa e tenta escondê-lo da esposa, sem sucesso.


Mordida por um cão na infância, Li avisa: o animal não é bem-vindo. O professor promete se livrar do filhote, mas nenhum candidato a tutor parece ser bom o suficiente. Os dias vão passando e o cachorrinho – primeiro a contragosto, depois por conformismo e finalmente por amor – passa a fazer parte da família.


Com sutileza, o novo filme aposta na dinâmica familiar. À primeira vista, o professor parece mais afeiçoado ao cachorro do que aos filhos. Em determinado momento, Chen Xinqiao afirma que o pai prefere Hachiko a ele.


Com dificuldade de expressar sentimentos, o chefe de família jamais é posto à prova pelo cachorrinho que adotou. Entre os dois, o silêncio basta. Gestos de carinho são mais que suficientes.

Risos e lágrimas


Apesar de o filme de Ang Xu ser um convite às lágrimas, o tom cômico e inocente da trama diverte o espectador. Não é preciso exagerar no drama para emocionar. Dão conta do recado a direção cuidadosa, que coloca Hachiko como protagonista na segunda parte do longa, os paralelos que utilizam cenários bonitos da cidade e a boa trilha sonora.


Apesar de se passar em país e época diferentes dos fatos que o inspiraram, o longa chinês é fiel à mensagem que o professor Ueno e seu akita enviaram ao mundo: uma vez que você conquista o coração de um cachorro, ele é seu para sempre.


 

“HACHIKO – PARA SEMPRE”


(China, 2023, 120 min.) Direção de Ang Xu. Com Feng Xiaogang, Joan Chen, Eponine Huang e Ju-Gang Bai. O filme estreia nesta quinta-feira (18/7) em salas das redes Cineart e Cinemark.

* Estagiária sob supervisão da editora-assistente Ângela Faria

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