
Glaw Nader celebra Dia Internacional do Jazz com show gratuito
Pianista e banda de instrumentistas mulheres apresentam "Trama", neste domingo (28/4). No palco, releituras de Baden Powell, Milton, Tânia Maria e Marku Ribas
Mais lidas
compartilhe
Siga noO Dia Internacional do Jazz, comemorado em 28 de abril, ganha sessão especial do Música de Domingo, projeto gratuito no Teatro Francisco Nunes, que integra a programação do Circuito Municipal de Cultura. Às 11h, a multiartista Glaw Nader sobe ao palco com o show “Trama”, projeto de residência artística para mulheres instrumentistas. Glaw interpreta repertório com releituras de artistas negros, como Moacir Santos, Baden Powell, Milton Nascimento, Tânia Maria e Marku Ribas.
“‘Trama’ consiste em desenvolver a linguagem de improvisação, harmonia e arranjo no universo do jazz. Trago para esse estudo um repertório essencialmente brasileiro, porque a gente já tem uma tradição de jazz e música instrumental. Belo Horizonte é uma das capitais que mais respiram música instrumental no Brasil”, afirma a artista.
26/04/2024 - 04:00 Silvia Machete inicia hoje por BH a turnê de seu novo disco 26/04/2024 - 04:00 Espetáculo infantil "Avoar" tem sessão grátis amanhã em Santa Tereza 26/04/2024 - 04:00 Armandinho, Maneva e cia prometem show alto-astral embalado por reggae
“Como mulher negra e pesquisadora, falo inclusive da área acadêmica, onde é muito importante fazer a retomada de protagonismo na música preta. O jazz ficou embotado como uma coisa que parece tão elitista, como se ele não fosse música popular. Por isso, trago artistas como a Tânia Maria, negra, que faz jazz de primeiríssima, mas nem tanta gente conhece”, completa.
O trompetista e compositor norte-americano Miles Davis (1926-1991) também está no repertório da manhã de domingo. No respiro da sonoridade negra dos Estados Unidos, a fusão com os ritmos tropicais fez com que o jazz estivesse presente na música popular brasileira.
Assim, Nader ressalta: “Já nos primeiros discos, Milton Nascimento gravou com grandes nomes do jazz, como Wayne Shorter e Herbie Hancock, e depois se apresentou nos principais festivais de jazz do mundo. Então, essa mistura de sonoridades comprova que Milton e Clube da Esquina são música mineira, brasileira e também jazz por causa dos elementos que incorpora”, explica a artista.
Pianista, cantora, compositora, arranjadora e pesquisadora de música na UFMG, todas as facetas de Glaw estarão presentes na apresentação do Música de Domingo. “O jazz não só faz parte da minha performance e do meu trabalho. Antes disso, é uma paixão e também o meu grande objeto de pesquisa”, diz a belo-horizontina.
Glaw Nader explica que, ainda no mestrado, começou a pesquisar sobre o gênero musical por um viés morfológico. “Não tem como falar de jazz como se fosse só música, como se o ambiente histórico-social não fizesse diferença. Uma coisa interfere na outra o tempo todo, então minha pesquisa vem daí. Posso dizer tranquilamente que a ‘Trama’ surge exatamente disso.”
A artista estará acompanhada de banda majoritariamente composta por mulheres instrumentistas e participantes do projeto homônimo ao show, criado em 2023 pela pianista. Dois homens também participarão da performance. Para Nader, a apresentação é uma forma de elevar o protagonismo feminino no universo do jazz brasileiro.
LGBTQUIAPN+ e indígenas
“A gente tem uma cena feminina na música muito grande e marcante, mas ainda extremamente tímida no que diz à música instrumental de jazz. Tem muita mulher instrumentista, mas que não tem contato ou interesse, talvez até por desconhecer o que cabe (no jazz) e também porque esse ambiente não é naturalmente um ambiente amistoso para mulheres, é bastante machista e elitista”, afirma.
Segundo Nader, esta é a primeira big band feminina da cidade. “Quando fiz a ‘Trama’, percebi que pela falta de mulheres, teríamos que contar com a participação de homens algumas vezes. O projeto abraça pessoas que naturalmente não seriam cotadas ou contratadas por grandes bandas tradicionais, somos compostos por mulheres, pessoas LGBTQUIAPN+ e indígenas.”
“TRAMA”
Show de Glaw Nader. Neste domingo (28/4), às 11h, no Teatro Francisco Nunes (Av. Afonso Pena, 1.321 – Centro). Entrada gratuita, mediante retirada antecipada de ingressos na plataforma Sympla. Informações: (31) 3277-6325.
* Estagiária sob supervisão da subeditora Tetê Monteiro
OUTRAS ATRAÇÕES
>>> SOLOS DA RUA
Nesta sexta, sábado e domingo (26, 27 e 28/4), às 18h30, o Teatro Marília (Av. Prof. Alfredo Balena, 586 – Santa Efigênia) recebe o Solos da Rua, idealizado pela Cia. Fusion de Danças Urbanas. O projeto consiste em uma série de apresentações protagonizadas por artistas de rua, que terão a oportunidade de apresentar seus trabalhos em performances solo de breaking, krump, locking, popping e hip hop dance, explorando a liberdade de linguagem artística. Os ingressos custam R$ 30 (inteira), à venda pelo Sympla ou na bilheteria do teatro, duas horas antes do início do espetáculo. Informações: (31) 3277-6319.

Cia. Fusion desenvolve em BH trabalho voltado para as danças urbanas
>>> CIA. DE DA DANÇA PALÁCIO DAS ARTES
A Cia. de Dança Palácio das Artes apresenta neste sábado (27/4), às 20h, no Teatro Municipal Manoel Franzen de Lima (Praça Bernardino de Lima – Centro), em Nova Lima, os espetáculos “Poderia ser rosa”, crítico aos assassinatos de mulheres em BH na década de 1990; e “(in)tensões”, compostO por movimentos corporais enunciados por um jogo de palavras. Os ingressos são gratuitos e serão distribuídos na bilheteria do teatro uma hora antes da apresentação. Informações: (31) 3180-5867.

Em 2023, Cia. Palácio das Artes apresentou "Poderia ser rosa" na Praça da Estação, no Centro de BH
>>> OVERDRIVER DUO
O casal de músicos Evandro Tiburski e Fabi Terada, do Overdriver Duo, chega a Belo Horizonte com a turnê “O amor é a resposta”, nesta sexta (26/4), às 21h, em sessão extra, no Teatro do Centro Cultural Unimed-BH Minas (Rua da Bahia, 2.244 – Lourdes). O espetáculo de performance mescla elementos da música pop, rock e eletrônica em interpretações de hits nacionais e internacionais dos anos 1980 e 1990 e até as décadas atuais. Os ingressos custam R$ 140 (inteira, 3º lote) à venda pelo Sympla.