Durante uma visita ao Cemitério de São João Batista, no Rio de Janeiro, o internauta Paulo Albuquerque observou que alguns túmulos eram grandiosos e outros mais simples, nem sempre condizente com a personalidade da pessoa em vida. O local é descanso eterno de grandes figuras, como o cantor Cazuza, o escritor José de Alencar, o pai da aviação, Santos Dumont, e a cantora Carmen Miranda.

 

 

O internauta contou que não tem o hábito de visitar cemitérios, mas resolveu ir ao local por interesse. “Tive curiosidade de bisbilhotar como andavam os túmulos de personalidades do passado e fui conferir”, contou à revista Trip. O homem já fez review de outros lugares inusitados, como estações de metrô do Rio e postos de praias cariocas.

 

Para ele, as críticas são embasadas na falta de personalidade dos túmulos. “As pessoas têm uma ideia errada sobre cemitérios. Eu não vejo dessa forma, de achar que é lugar pesado, de assombração ou coisas do tipo. Para mim, é apenas como a nossa casa — só que eterna. No mundo ideal, acho que os túmulos deveriam ser uma representação ao menos parcial do que fora a vida do morto. Na prática, sabemos que não é bem assim. Muitas vezes, as pessoas menos abastadas sequer conseguem dinheiro para o caixão do falecido, imagina um jazigo? Mas como eu estava falando de pessoas, em sua maioria, da alta casta da sociedade, acho que podemos fazer sim críticas a túmulos não muito estéticos e cafonas”, revelou à publicação.

 

 

O mais exagerado da música brasileira, Cazuza (1958 - 1990) decepcionou o rapaz. “O cara passou a carreira inteira declarando que era exagerado e fizeram um tumulozinho de merda desse pra ele", analisou, mostrando a lápide, que contém a inscrição “O tempo não para”, em referência a outro sucesso do cantor.

 

Já em relação ao arquiteto Oscar Niemeyer (1907 - 2012), o internauta elogiou o design simples e minimalista e ainda alfinetou as criações do arquiteto. “O cara foi sepultado numa construção muito melhor do que todas as coisas que ele próprio já projetou na vida. Arquitetozinho de quinta”, escreveu.

 

Outro famoso que teve a morada eterna analisada foi o cantor e compositor Tom Jobim (1927 - 1994), um dos maiores nomes da bossa nova. “Aqui jaz o responsável pela fama do Rio afora. Túmulo singelo do meu amigo pessoal assim como fora sua humilde vida. Que descanse em paz”, elogiou.

 

 

O túmulo do cineasta Glauber Rocha (1939 - 1981) chamou atenção pelo mau estado de conservação. “Descaso homérico com o maior cineasta da história desse país”, lamentou. Algo semelhante ao que ocorre com o mineiro Carlos Drummond de Andrade (1902 - 1987). “Nosso maior poeta largado às traças. Para chegar no túmulo dele tive que passar por um matagal e diversos túmulos depredados. Situação de calamidade na ABL”, postou.

 



 

Enquanto isso, o autor de clássicos como ‘Senhora’ e ‘Lucíola’, José de Alencar (1829-1877), tem um túmulo bonito, mas descuidado, segundo o internauta. “Onde está a Academia Brasileira de Letras para dar uma reforma no túmulo do segundo maior romancista da história? O túmulo é bonito, só precisa de uma repaginada, canalhas”, se revoltou.

 

Ele também lastimou a situação da lápide do escritor Nelson Rodrigues (1912 - 1980). “Havia um busto de bronze do Nelson com sua máquina de escrever, mas fizeram questão de roubar o homem de sua tumba. Inacreditável”, pontuou.

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