Derrick Green e o então baterista do Sepultura Eloy Casagrande no show da Virada Cultural de BH, em 2015 -  (crédito: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press – 13/9/15)

Derrick Green e o então baterista do Sepultura Eloy Casagrande no show da Virada Cultural de BH, em 2015

crédito: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press – 13/9/15

O comunicado emitido pelo Sepultura sobre a decisão do baterista Eloy Casagrande de deixar o Sepultura às vésperas de sua derradeira turnê não deixa dúvidas quanto ao impacto da notícia. O texto diz: “Fomos pegos de surpresa, sem aviso-prévio ou qualquer tipo de debate sobre como fazer a transição. A comunicação foi feita e ele se desligou imediatamente da banda, abandonando tudo relacionado ao Sepultura”.

Divulgado no perfil do Instagram do grupo, o anúncio da debandada do baterista, que integrava a formação desde 2011, ainda observa que a repentina decisão de Casagrande se deu depois de dois anos de concepção e muito trabalho para a realização da turnê, que envolve a banda, os empresários, a equipe de roadies, gravadoras, advogados, promotores locais e agentes de viagem.

 


O texto também chama a atenção para o acordo firmado com a produtora 30E no Brasil e a Cobra Agency no resto do mundo para anunciar a turnê de despedida, e o fato de as vendas de ingressos já estarem abertas, com uma “resposta maravilhosa” dos fãs, esgotando a lotação em várias praças mundo afora. Diz, ainda, que ensaios estavam marcados e confirmados, e toda a estrutura pronta para encarar os próximos 18 meses de shows.


NO SLIPKNOT


Em uma postagem em seu perfil pessoal no Instagram, Andreas Kisser não escondeu a mágoa: “Eloy tem todo o direito de seguir com a vida dele, afinal de contas, o cara é novo e está cheio de energia. No entanto, a atitude dele foi lamentável e desrespeitosa para com a banda e os fãs. Ele deve muito ao Sepultura por toda a projeção de nível mundial que tem hoje em dia”.


O texto segue aventando o que tem sido especulado, que Casagrande teria recebido uma proposta para assumir as baquetas do Slipknot, outro gigante do rock pesado mundial, que está em plena atividade, sem dar sinais de que pretende abandonar palcos e estúdios. “Se ele for mesmo para o Slipknot, é graças à visibilidade que teve através do Sepultura. Continuo achando Eloy um baterista foda, pois ele é independente de qualquer coisa, mas a atitude dele foi realmente lamentável”, diz Kisser.

Ele encerra o desabafo com um aceno otimista para os fãs: “O Sepultura é gigante e vai superar tudo isso com maestria, são 40 anos e não 40 dias. E o baterista Greyson Nekrutman, que teve a honra de encarar a missão nos próximos 18 meses de shows da banda, é absurdamente incrível”.


EM BREVE, NA ESTRADA

 

Após o comunicado do Sepultura, Casagrande também se manifestou pelas redes sociais, em tom bem mais ameno. “Gostaria de comunicar a minha saída do Sepultura. Ter feito parte da maior banda de metal brasileira foi das melhores e mais ricas experiências da minha vida. Só agradeço a cada um dos integrantes e a toda equipe”, diz. Ele destaca sua história de quase 13 anos com o grupo, período em que teve a oportunidade de aprender e contribuir “com cada música, show e gravação”.


“Foram anos de muita entrega, intensidade e comprometimento. Foram três discos muito bem recebidos pela crítica, inúmeros shows nos cinco continentes e muita história pra contar. Então, por isso, antes de mais nada, reitero meu agradecimento ao Sepultura e aos fãs por tudo o que passamos”, diz o texto.

O baterista encerra o comunicado justificando sua saída: “Talvez para os fãs da banda não faça sentido neste momento, mas decisões precisaram ser tomadas pensando em novos ciclos que virão. Somos feitos de escolhas e elas nem sempre se dão de maneira fácil. A minha saída jamais apagará meu respeito e gratidão à banda. Felizmente há muito por vir. Espero seguir fazendo muita música e arte. Vejo vocês em breve na estrada!"