Com passagem por São Paulo e Curitiba, o espetáculo cujo nome se refere ao mais recente álbum do artista tem estrutura de megashow e efeitos especiais -  (crédito: Fernando Schlaepfer/Divulgação)

Com passagem por São Paulo e Curitiba, o espetáculo cujo nome se refere ao mais recente álbum do artista tem estrutura de megashow e efeitos especiais

crédito: Fernando Schlaepfer/Divulgação

Não é uma turnê qualquer. É uma “Superturnê”. É assim que o cantor pop Jão batizou a série de shows que teve início no Allianz Parque, em São Paulo, no último dia 20 de janeiro. Em um estádio com 45 mil pessoas, o artista de 29 anos repassou toda a sua carreira – relativamente breve, pois teve início em 2018 – em uma apresentação de pouco mais de duas horas, na qual cantou 33 canções dos seus quatro álbuns (“Lobos”, “Anti-herói”, “Pirata” e “Super”).

Emulando artistas como Coldplay e Taylor Swift, que recentemente passaram pelo Brasil, levando uma legião de fãs a diferentes estádios do país, Jão vem propondo shows mais performáticos e interativos, nos quais a música não é a única razão de ser da apresentação.

 

Ele aposta em ambientes que comportam dezenas de milhares de pessoas, telões gigantescos, ações performáticas (no show de São Paulo, por exemplo, o cantor foi içado ao topo do estádio com o corpo pendendo para o chão, numa alusão à capa de “Anti-herói”), pausas para troca de figurino e pulseirinhas de led que piscam no ritmo das canções.

É com todo esse aparato que ele desembarca em Belo Horizonte neste sábado (2/3), para se apresentar na Esplanada do Mineirão.

Não são esperadas grandes novidades para o show na capital mineira, que ainda conta com ingressos à venda. Há fãs que, inclusive, se preparam para algo menos grandioso. “Pelo que eu ouvi falar, o palco que será montado aqui vai ser bem menor do que foi o de São Paulo. E também acho que não vai ter tantas ações performáticas como em São Paulo”, aposta Gabriel Resende, de 36 anos.

O fã mineiro esteve na abertura da turnê, na capital paulista. Mesmo debaixo de chuva, fez questão de registrar com o celular grande parte da apresentação. “Foi surreal, uma estrutura gigante para o show. Tinha um dragão de uns 10, 12 metros de altura no palco e, quando o Jão foi suspenso para cima do estádio, ele se sentou em cima de um dos telões, que projetou a imagem de um prédio, e começou a cantar ‘A última noite’, que fala justamente de duas pessoas que estão no alto de um prédio vendo a cidade lá embaixo”, cita.

COMPOSITOR NATO

A ansiedade de Gabriel é grande para rever o ídolo. Para ele, Jão, além de showman, é um compositor nato, capaz de traduzir os sentimentos em palavras e melodias com facilidade, sem cair numa fórmula engessada que guia muitas das músicas que atualmente dominam a indústria do entretenimento.

Como exemplo, ele cita “Vou morrer sozinho”, primeira faixa de “Lobos”. Transitando pelo sertanejo e a MPB, a canção mostra a dificuldade do eu lírico em encontrar um amor recíproco e, consequentemente, seu conformismo com a própria situação, conforme sugere o título.

“Jão aborda coisas da vida que todo mundo já viveu, está vivendo ou ainda vai viver. Todo mundo já sofreu a perda de um amor ou por causa de uma traição. São coisas que todos temos em comum”, diz Gabriel.

Talvez seja essa facilidade em abordar temáticas universais o segredo do sucesso de Jão. No Spotify, o número de ouvintes supera os 3 milhões. Já nas redes sociais, ele conta com cerca de 8 milhões de seguidores, somados Facebook, Instagram, Tik Tok e X (ex Twitter).

“Também acho que outro fator que contribui para o sucesso dele é a maneira de planejar os discos, que contam uma história baseada nos quatro elementos”, comenta outra fã de Jão, Tatiane Leal, de 27 anos. “E o mais legal disso tudo é que esses álbuns foram todos feitos para uma única pessoa: o Pedro (Tófani), que é o namorado do Jão”, acrescenta.

Assim como Gabriel, Tatiane está empolgada e ansiosa para a apresentação deste sábado. Será a terceira vez que ela vai ver o ídolo de perto. No entanto, por se tratar de uma “Superturnê”, Tatiane acredita que desta vez o show será mais grandioso.

A produção não confirmou o setlist previsto para BH, mas é bem provável que Jão mantenha o mesmo repertório apresentado em São Paulo e Curitiba. Sem cantar as músicas na ordem em que foram lançadas, a apresentação deve começar com “Escorpião”, do mais recente álbum, “Super” (2023); seguindo com “A rua”, de “Lobos” (2018); “Essa eu fiz pro nosso amor”, de “Anti-herói” (2019); e “Doce”, de “Pirata” (2021).

Se for dessa maneira, Jão garantirá aos fãs uma retrospectiva de sua carreira evitando que o show assuma a forma de uma reprodução automática – e monótona – de seus discos.

SETLIST

Confira o repertório apresentado nos shows de São Paulo e Curitiba

>> 1. “Escorpião”
>> 2. “A rua”
>> 3. “Essa eu fiz pro nosso amor”
>> 4. “Doce”
>> 5. “In – Terra”
>> 6. “Imaturo”
>> 7. “Gameboy”
>> 8. “Rádio”
>> 9. “Monstros”
>> 10. “Vou morrer sozinho”
>> 11. “Sinais”
>> 12. “In – Ar”
>> 13. “A última noite”
>> 14. “(Nota de voz 8)”
>> 15. Solo de Zebu ao piano
>> 16. “Acontece”
>> 17. “Julho”
>> 18. “In – Água”
>> 19. “Santo”
>> 20. “Idiota”
>> 21. “Lábia”
>> 22. “Locadora”
>> 23. Extra (escolha dos fãs)
>> 24. “Meninos e meninas”
>> 25. “Olhos vermelhos”
>> 26. “In – Fogo”
>> 27. “Eu posso ser como você”
>> 28. “Se o problema era você, por que doeu em mim?”
>> 29. “Maria”
>> 30. “São Paulo”
>> 31. “Pilantra”
>> 32. “Me lambe”
>> 33. “Super”
>> 34. “Alinhamento milenar”

JÃO EM “SUPERTURNÊ”
Neste sábado (2/3), a partir das 20h30, na Esplanada do Mineirão (Av. Antônio Abrahão Caram, 1.001, São José). Ingressos à venda no site Eventim, por R$ 225 (inteira / pista), R$ 450 (inteira / pista premium B), R$ 790 (inteira / categoria lobos VIP, com entrada antecipada) e R$ 900 (inteira / super club A e B, com entrada antecipada e credencial VIP). Meia-entrada na forma da lei.