Pernambucana Dalva Torres reúne composições de PC Silva, Zélia Duncan, Sueli Costa e Batatinha no disco

Pernambucana Dalva Torres reúne composições de PC Silva, Zélia Duncan, Sueli Costa e Batatinha no disco "A leveza nua das horas"

crédito: Tales Pedrosa/Divulgação

Conhecida como Diva do Chorinho, a cantora, compositora, pianista e arranjadora pernambucana Dalva Torres manda para as plataformas digitais o álbum “A leveza nua das horas” (Passa Disco). Com 13 faixas, o disco reúne autores de gerações diferentes, entre eles Zélia Duncan, Juliano Holanda, Batatinha, Isadora Melo, Socorro Lira e Sueli Costa. O cantor e produtor musical pernambucano Gonzaga Leal, que idealizou o projeto, assina a direção artística.

Dalva conta que o novo álbum demorou a chegar porque traz mudanças importantes no seu trabalho – seu disco anterior, “A noite é grande” (Funarte), tributo ao compositor Antônio Maria (1921-1964), foi lançado em 1989.

“Quis renovar, fazer algo mais avançado, mais contemporâneo, mas que ao mesmo tempo me ligasse à minha história de vida”, explica. “O Gonzaga Leal me falou de alguns compositores que eu já conhecia, mas que ainda não tinha muita intimidade com a obra deles. E eles me expuseram coisas maravilhosas, poemas lindos. Ou seja, o disco tem compositores novos como PC Silva, Socorro Lira, Juliano Holanda e Isadora Melo”, acrescenta.

“A leveza nua das horas” também traz uma faixa de autoria de Dalva Torres – “Setembro em mim” –, que já estava guardada há tempos. “O disco começou a ser formado justamente nessa linha. Eu e Gonzaga Leal, que é uma pessoa incrível e faz coisas belíssimas em seus trabalhos, fomos construindo o repertório juntos. Ele me ajudou nessa construção e realmente foi o que ficou no álbum, desde a primeira música que é de Sueli Costa ('Dentro de mim mora um anjo'). Aliás, gravei outra dela, 'Vida de artista', que também acho incrível”, detalha a pernambucana.

VALSA DO PAI

O título do álbum, segundo a artista, se refere “à experiência que temos das maravilhas e também das atribulações da vida, mas que conseguimos, através dessa leveza, administrar isso tudo, viver e até gostar daquilo que fazemos”, esclarece Dalva.

Segundo a artista, o disco surgiu justamente dessa expectativa de fazer alguma coisa mais de dentro para fora, do que de fora para dentro. “Também coloquei uma valsa ('Vozes d'alma'), composta por meu pai, Francisco Torres, que a fez para a minha mãe, quando eram noivos. É muito bonita, um estilo bem antigo, bem romântico. Com a maior satisfação do mundo, está junto com essas músicas de compositores novos, porque faz parte da minha história de vida.”

Dalva explica que “A leveza nua das horas” conta uma história, abrangendo momentos, alegrias, decepções, liberdade de viver e constrangimentos. “Enfim, tudo que se possa imaginar e que o sentimento humano possa desenvolver, coloquei nesse trabalho. Há duas vinhetas, uma de domínio público mexicano (“La llorona”) e outra de domínio público argentino (“Serenata – Pregúntale a la estrellas”) que fazem o abre das músicas de Sueli Costa.”

O disco traz ainda um choro “belíssimo” de Guerra Peixe, com letra de Zélia Duncan (“Diz nos meus olhos”) e “Bolero”, do compositor baiano Batatinha (1924-1997). “É como se fosse a vida de artista que quer impressionar o bem-amado. Tudo isso foi colocado ao lado de coisas como 'Madrugada alta', que é uma composição linda de PC Silva”, explica Dava.


PALCO DIVIDIDO

A artista pernambucana ainda cita “Vai meu barco”, que, segundo ela, é uma espécie de viagem que se faz pela vida. “Socorro Lira me deu de presente para que eu a colocasse nesse álbum”, revela. “Estou muito feliz com o resultado, os músicos e arranjadores são todos meus amigos e labutadores da vida artística”, acrescenta. Além das plataformas digitais, há também o disco físico. “Vamos programar alguns shows para divulgar esse trabalho que está muito bonito.”

“A LEVEZA NUA DAS HORAS”
• Disco de Dalva Torres
• Passa Disco
• 13 faixas
• Disponível nas plataformas digitais