Zé Ivaldo comemora o primeiro gol da vitória do Cruzeiro por 2 a 0 sobre o Atlético, na Arena MRV, pela fase de classificação do Mineiro -  (crédito: Alexandre Guzanshe/EM/D.A. Press – 3/2/24)

Zé Ivaldo comemora o primeiro gol da vitória do Cruzeiro por 2 a 0 sobre o Atlético, na Arena MRV, pela fase de classificação do Mineiro

crédito: Alexandre Guzanshe/EM/D.A. Press – 3/2/24

Quando o fraco, falido e ultrapassado Campeonato Mineiro começou, não hesitei em apontar o Atlético como grande favorito. Tem mais grupo, mais time, mais estrutura, estádio, enfim, no momento, tem muita mais pontos positivos do que o adversário. Na teoria era assim, mas na prática o alvinegro ficou com a quarta campanha e entrará em desvantagem contra o rival. Muitos internautas me perguntam o palpite para a partida de hoje: não acredito que o Galo vá perder a terceira partida consecutiva, em sua casa, para o Cruzeiro. Mesmo vivendo um momento ruim e com técnico novo, acho que o time dará a volta por cima. E vou dizer mais: se fizer 2 a 0, o Cruzeiro não reverterá o resultado no jogo de volta. A vantagem de jogar por dois resultados iguais é do time azul, mas não acredito, em caso de revés, que consiga virar o jogo.

 

 

O Atlético está aquém da expectativa criada pela imprensa e seus torcedores. Tem a terceira folha mais cara do país, mas não justifica isso. Muitos o apontam como um timaço. Eu discordo: tem um excelente goleiro, Everson, e os atacantes, Paulinho e Hulk. No mais, são jogadores bem comuns. Porém, é uma SAF, estruturada, e nesse quesito está bem à frente do rival, que buscou recuperação judicial e ainda tenta montar um time decente. Muitos dirão que é clássico e nesse tipo de jogo há superação. Ok, pode ser, mas os jogadores do Galo vão entrar com a faca nos dentes, sabedores que mais uma derrota pode desencadear uma crise. E mais: Gabriel Milito, técnico contratado agora, já causaria uma desconfiança grande no seu trabalho, já que é uma incógnita e em pouco tempo a torcida explodiria seu trabalho, já que nos clubes brasileiros quem demite e admite treinador são as facções.

 

 

Donos de camarotes no estádio alvinegro lamentam que há um silêncio sepulcral dos torcedores, que quase não incentivam os jogadores. O futebol no Brasil é divertimento para ricos. O torcedor raiz, aquele que ficava na geral e incentivava do começo ao fim, não tem mais vez, pelos altos preços dos ingressos. Aliás, um estádio com capacidade acima de 45 mil espectadores e até hoje a média é de 33 mil pagantes. Onde está aquele torcedor apaixonado pelo Galo? O Campeonato Mineiro, e todos os estaduais do país, nada valem, mas a equipe perdedora se complica para o restante da temporada.

 

 

Gosto de avaliar uma equipe a partir da oitava rodada do Brasileirão, depois de ela enfrentar equipes do seu tamanho. Cruzeiro e Atlético só jogaram contra equipes mineiras, de segunda e terceira linhas do nosso futebol, e somente uma vez entre eles, com vitória azul. Não dá para avaliar, exceto o Cruzeiro, eliminado da Copa do Brasil pelo desconhecido Sousa, da Paraíba, no maior vexame da história do clube.

 

Claro que o Cruzeiro pode triunfar, mais uma vez, e encaminhar o título, já que fará a final na “Toca 3”, o Mineirão, e tem a vantagem. Mas eu acho difícil o time alvinegro perder mais uma em casa. O sonho da casa própria viraria um grande pesadelo diante do maior rival. Espero que as gangues deem uma trégua e não matem ou morram nas imediações ou até mesmo longe do estádio. O que a gente tem visto, de norte a sul do país, é estarrecedor, cenas lamentáveis, que rodam o mundo e mostram um Brasil feio e violento. Futebol só tem razão de ser como lazer, emoção, porém, com a razão. Dois técnicos argentinos e um deles será vilão, em caso de derrota. Porém, as duas torcidas sabem que o que vale mesmo é Brasileiro, Libertadores, Copa do Brasil e Mundial. O resto que se disputa no país é perfumaria, como diria meu amigo Chico Maia. Que tenhamos um bom jogo, em paz, e que aquele que propuser o melhor esquema, saia vencedor. Na verdade, quando se trata de campeonatos estaduais, todos já perdemos, pois são competições retrógradas, falidas e ultrapassadas. Só não enxerga quem não quer.