

Marina Lima emociona acadêmicos na ABL com homenagem ao irmão
Na Academia Brasileira de Letras, a cantora fez tributo ao poeta e escritor Antonio Cicero, que morreu em outubro, e cantou canções compostas pelos dois
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Marina e Antonio Cicero fazem parte do melhor das vidas de muita gente. Foram eles que criaram canções eternizadas para uma geração que passou dos 50 anos.
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Cicero morreu em outubro passado, aos 79 anos. Com Alzheimer, optou pela morte assistida na Suíça. Foi para homenagear a memória do irmão que Marina fez, na última quinta-feira (12/12), no Teatro R. Magalhães Jr, da Academia Brasileira de Letras, uma apresentação emocionante para uma plateia formada por acadêmicos e fãs, que retiraram ingressos gratuitos via internet.
HOMENAGEM PÓSTUMA
A apresentação, que contou ainda com a participação dos acadêmicos Antonio Carlos Secchin, Antônio Torres, Carlos Nejar, Arnaldo Niskier, Ricardo Cavaliere e Eduardo Giannetti, foi aberta pelo presidente da ABL, Merval Pereira. Emocionado, ele contou que a ideia era encerrar o ano com uma récita de poemas por Antonio Cicero, e Marina cantaria as canções que fizeram juntos.
“Infelizmente (a sessão) transformou-se em uma homenagem póstuma. Talvez seja mais tocante saber que se pretendia homenageá-lo em vida, que é assim que a gente deve fazer com os grandes nomes da nossa cultura. Mas não foi possível. Estamos todos muito emocionados”, disse Merval Pereira
ÚLTIMO COMBINADO
Marina sentiu-se honrada em poder homenagear o irmão na ABL. “Quero que vocês saibam que foi o último pedido dele. Nosso último combinado, que eu viesse aqui cantar algumas canções que a gente compôs pela vida afora”, disse ela, aplaudida pelo público que lotou o teatro.
A cantora lembrou que o encontro real com o irmão se deu na música. "Até então, vivíamos em mundos totalmente diferentes. Ele interessado em poesia, em estudar filosofia, e eu interessada em música popular. Com 16 anos e o Cicero, 26, morávamos em Washington DC, e aconteceu o que nos pareceu um pequeno milagre. Começamos a compor canções”, contou.
De volta ao Brasil, os irmãos começaram a criar o repertório de “Simples com fogo” (1979). Daí em diante, conforme observou Marina, não pararam mais. Juntos, fizeram mais de 190 canções. "Nossa parceria era uma travessura e a vida, uma descoberta."
“À FRANCESA”
Marina disse também que Cicero aprendeu rapidamente que o verdadeiro letrista se entrega às exigências da melodia. "A melodia é que comanda a canção, e isso ajudou ele a dominar muito bem esse ofício." Na sequência, abriu o repertório com “Charme do mundo”, uma entre muitas que marcaram a trajetória dos irmãos.
Marina também cantou “Virgem”; “Fullgás”, que no início da sessão foi lida pelo acadêmico Arnaldo Niskier; “À Francesa”, canção que ela fez questão de lembrar que foi escrita por Cicero e Claudio Zolli.
“Peguei uma música do Zolli sem letra mas com melodia. Sabia que Cicero ia entender a métrica e iria arrasar. Juntei os dois e gravei a canção.” Apenas uma, “O meu sim”, Marina apresentou em vídeo no telão. Uma homenagem ao também acadêmico Eduardo Gianetti, que leu um dos textos de Cicero.
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POEMAS E ENSAIOS
Marina agradeceu em nome dela e dos pais pelo carinho com o irmão que, segundo ela, adorava ir à ABL. "Ele se deliciava com o chá, com as conversas. Vocês foram muito importantes para ele. Obrigado por essa homenagem ao meu amado Cicero.”