O céu será palco de um espetáculo natural nesta semana. A chuva de meteoros Orionídeas, formada por fragmentos do famoso cometa Halley, atinge seu pico de atividade entre as madrugadas desta terça (21/10) e quinta-feira, prometendo um verdadeiro show de luzes para quem olhar para o céu. O fenômeno será visível em todo país. 

O fenômeno poderá ser observado a olho nu (mas pode ser admirado com binóculos), sem necessidade de telescópios, e deve ser visível em todo o Brasil — especialmente em locais afastados da iluminação urbana. De acordo com a NASA, a Agência Especial Americana, os meteoros devem cortar o céu a uma velocidade média de 66 quilômetros por segundo.

Em regiões com céu limpo e pouca iluminação artificial, será possível ver até 20 meteoros por hora. Já nas grandes cidades, a poluição luminosa deve reduzir o número para cerca de 5 a 10 meteoros por hora. 

“É um fenômeno recorrente e um dos mais bonitos do ano. Mesmo que a contagem por hora não seja altíssima, os rastros luminosos das Orionídeas costumam ser longos e brilhantes”, explica a NASA em comunicado.

O Projeto Exploring the Southern Sky (Exoss) explica que a chuva de Oronídeas ocorre todos os anos, mas que em 2025 deve ser especial. “Felizmente, o pico das Orionídeas, entre 21 e 22 de outubro, coincide com a Lua Nova – apenas 2% iluminada e se pondo cedo. Isso significa céus escuros e cristalinos durante toda a noite! Essa combinação rara transforma 2025 em uma oportunidade imperdível. Você poderá ver mais meteoros, incluindo os mais sutis, tornando a experiência ainda mais mágica”, destaca a iniciativa. 

Quando e como assistir

O melhor momento para observar a chuva será entre meia-noite e 5h da manhã, com o auge previsto entre 1h e 2h nas noites de terça para quarta (21/22) e quarta para quinta (22/23). Os meteoros parecem surgir da Constelação de Órion, facilmente identificada por três estrelas bem alinhadas conhecidas como o “Cinturão de Órion”, visível na direção leste/nordeste do céu.

Neste ano, as condições são particularmente favoráveis: o pico das Orionídeas coincide com a Lua Nova, que estará apenas 2% iluminada e se põe logo no início da noite, deixando o céu escuro — o cenário ideal para a observação.

“A boa notícia é que todo o Brasil pode observar. O radiante em Órion é visível de norte a sul, com leve vantagem no Norte/Nordeste, onde ele sobe mais alto. Mesmo no Sul, é um show garantido”, destaca o Exoss.

O local para ver o fenômeno deve ser escuro e longe dos locais com muita iluminação e poluição, com visão desbloqueada para as direções leste e nordeste.. Para ver, a dica é deitar com pés para nordeste e não fixar o olhar no radiante: a recomendação é olhar  para 45-90 graus dele para ver rastros longos e impressionantes

Dicas práticas para aproveitar a noite de observação:

  1. Vá para um local escuro e aberto. Evite postes e fachadas iluminadas;
  2. Deixe o celular de lado. A luz das telas prejudica a adaptação dos olhos à escuridão — o ideal é esperar 20 a 30 minutos no escuro antes de observar;
  3. Deite-se ou use uma cadeira reclinável. Assim, você terá um campo de visão mais amplo;
  4. Vista roupas confortáveis, leve agasalho e não esqueça de um lanchinho;
  5. Confira a previsão do tempo. O céu precisa estar limpo — nuvens e neblina podem atrapalhar a experiência;
  6. Use aplicativos astronômicos como SkyView, Star Walk 2 ou Stellarium para localizar a constelação de Órion e acompanhar a direção dos meteoros.

O que são as Orionídeas?

As Orionídeas são causadas pelos detritos deixados pelo cometa Halley durante suas passagens pelo Sistema Solar. A cada 75 a 76 anos, o cometa completa sua órbita e deixa um rastro de poeira e rochas microscópicas. Quando a Terra cruza essa trilha, os fragmentos entram na atmosfera e queimam rapidamente, produzindo os riscos luminosos conhecidos como “estrelas cadentes”.

Hoje, a cratera está parcialmente erodida e coberta por vegetação do Cerrado, mas suas formas ainda são identificáveis em imagens de satélite. NASA
Das 11 crateras desse tipo existentes na América do Sul — dessas, oito ficam no Brasil —, o Domo de Araguainha faz parte das cinco maiores. Reprodução
Apesar disso, o meteoro não teve magnitude suficiente para causar uma extinção em massa global, como o evento que levou ao fim dos dinossauros milhões de anos depois. nox_box/Pixabay
Estudiosos ainda investigam as conexões entre o impacto e a liberação de grandes volumes de petróleo e gás natural armazenados em camadas sedimentares da Bacia do Paraná, o que poderia ter agravado o aquecimento global da época. Panoramio/Geraldo C F Valadare
O impacto causou uma destruição significativa na região, afetando espécies de répteis e anfíbios da época. Panoramio/Geraldo C F Valadare
No centro do domo, há uma elevação de rochas mais antigas, vindas do embasamento cristalino, que foram empurradas para cima pela força do impacto. Reprodução/ Curte a Vista
Foram encontrados minerais deformados, como o zircão, o que confirmou a origem da cratera. Reprodução
Pesquisas no local identificaram sinais claros de metamorfismo de choque — um fenômeno que transforma minerais sob extrema pressão e temperatura, exclusivo de impactos meteoríticos. Panoramio - Geraldo C F Valadare
No entanto, a comprovação científica só ocorreu alguns anos depois, com o trabalho do geólogo Álvaro Crósta, da Unicamp, que estuda o Domo desde 1978. Reprodução/ Curte a Vista
Os primeiros indícios de que a estrutura havia sido formada por um impacto surgiram em 1973, com uma publicação dos pesquisadores da NASA Robert Dietz e Bevan French. Reprodução/ Curte a Vista
Atualmente, o local é visitado por estudantes, cientistas e curiosos, e há iniciativas para transformar a região em um parque geológico oficial, visando à preservação e à promoção de seu valor científico e educativo. Reprodução
Hoje, o local é reconhecido como um dos 100 principais sítios geológicos do mundo pela International Union of Geological Sciences (IUGS), ligada à Unesco. Reprodução
O impacto se deu em uma região que, na época, era ocupada por um mar raso, provocando terremotos, tsunamis e a destruição da vida em um raio de até 500 km. Reprodução
A formação ocorreu há cerca de 254 milhões de anos, no início da era Mesozóica, quando um asteroide com cerca de 4 km de diâmetro colidiu com a Terra a uma velocidade estimada entre 14 e 16 km por segundo. Pixabay/9866112
Essa é uma região predominantemente rural, com economia baseada na agropecuária, especialmente na criação de gado e no cultivo de soja, milho e outras culturas de grãos. wikimedia commons Manoel Messias de Sousa
O Domo abrange os municípios de Araguainha (MT) e Ponte Branca (MT), estendendo-se até Alto Araguaia (MT) e Mineiros (GO). Reprodução/ Curte a Vista
A cratera tem 40 km de diâmetro e uma área de aproximadamente 1,3 mil km² – maior que a cidade do Rio de Janeiro. Reprodução/NASA
Trata-se do Domo de Araguainha, localizado na divisa entre os estados de Mato Grosso e Goiás.
Pouca gente sabe, mas o Brasil é lar da maior cratera de impacto de meteoro já identificada na América do Sul. Reprodução/YouTube

Esse mesmo cometa também origina outra chuva famosa: as Eta Aquáridas, observada em maio. Ou seja, o Halley é responsável por dois espetáculos astronômicos por ano.

Melhores lugares para observar em Belo Horizonte e Minas Gerais

Embora seja possível assistir ao fenômeno de dentro das cidades, o ideal é se afastar da poluição luminosa para ter uma experiência completa. Em Belo Horizonte, o excesso de luz pode reduzir o número de meteoros visíveis de 20 para cerca de 5 a 10 por hora, mas ainda assim vale a tentativa — especialmente em pontos altos e com boa visibilidade do horizonte.

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Campos e serras podem ter maior visibilidade no céu, como a Serra do Cipó, o Mirante da Serra do Curral (BH), o Parque Estadual do Itacolomi (Ouro Preto/Mariana), fazendas e outras paisagens rurais.

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