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Estado de Minas ATLÉTICO

Público de volta: 75% do elenco não jogou com torcida do Atlético presente

Jogo desta quarta contra o River Plate, pelas quartas de final da Copa Libertadores, marcará retorno dos alvinegros ao Mineirão durante a pandemia de COVID-19


18/08/2021 07:19 - atualizado 18/08/2021 07:22

Última vez da torcida do Atlético no Mineirão foi em março de 2020, contra o Cruzeiro(foto: Pedro Souza/Atlético)
Última vez da torcida do Atlético no Mineirão foi em março de 2020, contra o Cruzeiro (foto: Pedro Souza/Atlético)
Quase um ano e meio se passou, mas ainda parece um roteiro de ficção científica. O avanço devastador de um vírus ceifou vidas, ressignificou relações, abalou economias, fez crescer as desigualdades e modificou severamente todas as atividades sociais. Com o esporte, não foi diferente: os estádios lotados deram lugar a melancólicas arquibancadas vazias.

Em Belo Horizonte, este cenário tem data marcada para mudar - ainda que os efeitos da pandemia de COVID-19 sigam presentes. Nesta quarta-feira, 18 de agosto de 2021, o Mineirão ouvirá novamente as vozes de torcedores. Cerca de 18 mil alvinegros acompanharão o jogo entre Atlético e River Plate, pelas quartas de final da da Copa Libertadores.

A última vez da torcida atleticana no Mineirão foi em 7 de março de 2020, quando o time derrotou o Cruzeiro por 2 a 1 em clássico válido pela primeira fase do Campeonato Mineiro. Aproximadamente 50 mil pessoas acompanharam o triunfo. De lá para cá, passaram-se 17 meses (529 dias) e 89 partidas sem público no estádio.

A bola rola às 21h30 para um duelo que tem clima de decisão. Há uma semana, o Atlético foi ao Monumental de Núñez, em Buenos Aires, e venceu a partida de ida por 1 a 0, com gol do meia Nacho Fernández. O 'Cérebro' foi expulso na Argentina e, por isso, será ausência no gramado nesta quarta-feira, mas provavelmente será mais uma voz nas tribunas do Mineirão a incentivar o time em busca da semifinal.

Será o primeiro contato do argentino com a torcida alvinegra no estádio. Nacho foi contratado pelo Atlético em fevereiro, quase um ano depois da proibição de público nos eventos esportivos. Assim como ele, outros 35 jogadores inscritos pelo clube na Libertadores não jogaram com o apoio do torcedor nas arquibancadas em partidas do time profissional.

Portanto, 75% dos 48 atletas registrados no torneio continental aguardam o primeiro contato direto com os torcedores. Apenas Mariano, Guilherme Arana, Allan, Jair, Savarino, Réver, Igor Rabello, Dylan, Hyoran, Nathan, Neto e Guga atuaram ao lado do torcedor em partidas do time profissional como mandante. Destes, só os cinco primeiros devem ser titulares contra o River Plate.

O volante Jair admitiu que o assunto toma conta das conversas no vestiário. "A gente comenta às vezes, porque realmente alguns jogadores ainda não pegaram o estádio cheio com torcida. Eu falo que a torcida do Galo é uma torcida foda demais. Desculpa a palavra, mas é uma torcida que, quando o estádio está lotado, nos incentiva. A gente sente mesmo dentro de campo o que é uma torcida de verdade. A massa... não tenho nem palavras para explicar", disse.

Nesta quarta-feira, 17.971 pessoas deverão estar nas arquibancadas do Mineirão - todos os ingressos foram vendidos antecipadamente. O número corresponde a 30% da capacidade total do estádio, que é de 62.170 espectadores. "Infelizmente, ainda não podemos ter o estádio completo, cheio. Mas sim, teremos o apoio de 30% da torcida - isso é muito importante para nós", declarou o capitão Junior Alonso, que terá o primeiro contato com torcedores do Atlético em partidas.

"Esperamos, como equipe, que as pessoas venham apoiar, que venham alentar, como fizeram pelas redes sociais, por mensagens. Os que têm a possibilidade de vir ao campo, que nos ajudem dessa forma, porque nós, dentro do campo, vamos dar tudo para podermos conquistar os objetivos", completou o zagueiro paraguaio.

COVID-19

A volta do público ao Mineirão neste momento foi liberada pelas autoridades municipais. Para isso, foi estabelecido um protocolo para reduzir os riscos de propagação da COVID-19. Veja algumas das regras:

Deverá ser respeitado o protocolo anti-COVID-19 (uso de máscara, distanciamento social de um assento vertical e um horizontal, higienização das mãos);
Todos os que acessarem o estádio deverão apresentar o resultado impresso de um exame negativo para COVID-19 (antígeno ou RT-PCR) realizado com antecedência máxima de 72 horas em relação ao horário do jogo;
Não haverá instalação antecipada de faixas e bandeiras por parte das torcidas organizadas no Mineirão;
Veto à 'Rua de Fogo' e orientação para evitar aglomerações que propiciem a propagação da COVID-19;
Veto a poluição sonora, ambiental, fogos de artifício, bombas e sinalizadores, com multa prevista de R$ 200 mil aos organizadores do evento em caso de descumprimento;
Não haverá circulação da linha de ônibus 55, que leva ao Mineirão.

A volta dos torcedores ocorre em um momento em que a pandemia de COVID-19 ainda faz vítimas. Em boletim epidemiológico divulgado na manhã dessa terça-feira, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) informou a ocorrência de 32 mortes e 3.315 casos detectados nas 24 horas anteriores.

Trata-se de números reduzidos em função do sistema de coleta dos dados. Em geral, as atualizações de segunda e terça-feira informam quantidades inferiores às reais. Os outros dias da última semana, por exemplo, registraram sempre mais de 100 mortes em 24 horas. É um valor mais próximo da realidade.

Em Belo Horizonte, foram 661 novos casos e oito novas mortes em 24 horas segundo o boletim mais recente, divulgado na tarde dessa terça. A vacinação avança ainda em passos lentos na capital mineira. Segundo a atualização dos indicadores da pandemia, apenas a ocupação de leitos de enfermaria (42,4%) está no verde. Os outros dois estão no amarelo: ocupação de leitos de UTI (54,7%) e número médio de transmissão por infectado (1,0).

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