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Estado de Minas FUTEBOL MINEIRO

América, Atlético e Cruzeiro têm desafios particulares em 2021

Estado de Minas listou cinco metas que podem ser estabelecidas para alviverdes, alvinegros e celestes


01/01/2021 13:03 - atualizado 01/01/2021 13:54

O ano de 2020 foi de trajetórias bem diferentes de América, Atlético e Cruzeiro. Para os dois primeiros, o saldo foi positivo, já que o Coelho está com o acesso praticamente garantido à Série A do Campeonato Brasileiro, graças à ótima campanha na Segunda Divisão, e teve participação histórica na Copa do Brasil – chegou à semifinal, caindo para o Palmeiras. O Galo, por sua vez, conquistou o título mineiro e briga pela taça do Nacional, do qual é vice-líder. Mas, para a Raposa, foram meses difíceis, de arrocho financeiro, péssimos resultados em campo e poucos motivos para festejar os 100 anos, que serão completados amanhã. Por isso, 2021 começa com desafios distintos para as equipes da capital mineira. O Estado de Minas listou cinco metas que podem ser estabelecidas para alviverdes, alvinegros e celestes como resolução de ano-novo.
 

Atlético

Conquistar título de expressão
Após um frustrante início de 2020, o Atlético mudou radicalmente o planejamento do futebol a partir de março. Para isso, contou com apoio administrativo e financeiro dos empresários Renato Salvador, Ricardo Guimarães, Rafael Menin e Rubens Menin. O incremento significativo nos investimentos na comissão técnica e no grupo aumenta a pressão por um título de maior expressão – que não é conquistado pelo clube desde 2014, quando ganhou a Copa do Brasil sobre o arquirrival Cruzeiro. Nos dois primeiros meses de 2021, o Galo terá pela frente as 11 rodadas finais do Campeonato Brasileiro, do qual é segundo colocado, a sete pontos do líder São Paulo


Dar continuidade ao trabalho de Sampaoli
Cuca, em 2013, foi o último técnico a ficar uma temporada inteira no comando do Atlético. Em 2015, Levir Culpi deixou o cargo dois jogos antes do fim do ano. A expectativa para 2021 é dar continuidade ao promissor trabalho de Jorge Sampaoli, contratado em março de 2020. A nova diretoria já manifestou desejo de renovar o contrato do argentino, que vai até dezembro, por mais 12 meses. Tudo dependerá do desempenho da comissão técnica, que tem como desafios a melhor implementação do estilo de jogo, conquistas de títulos e melhor aproveitamento de jovens da base.


Organizar finanças
O Atlético deve mais de R$ 700 milhões – uma das maiores dívidas do futebol brasileiro. Para 2021, o Conselho Deliberativo aprovou orçamento com R$ 401 milhões de receitas e superávit de R$ 5 milhões. Mais do que os números previstos (que quase nunca se concretizam ao fim do ano), o clube precisa se atentar para a alta de despesas com contratações de atletas, geralmente sustentadas por empréstimos de parceiros. O próximo triênio precisa ser de fortalecimento do time, mas também de organização das devastadas finanças alvinegras.


Avançar nas obras da Arena MRV
Em setembro de 2017, o Conselho Deliberativo do Atlético liberou a venda de parte do shopping Diamond Mall como forma de viabilizar o sonhado estádio alvinegro. Em abril de 2020, as obras finalmente começaram. Para 2021, a meta é ultrapassar os 50% do processo de construção. A expectativa atual é inaugurar a Arena MRV em outubro de 2022.


Manter bastidores políticos apaziguados
Em 2020, o Atlético viveu um período de caos político, com um racha protagonizado pelo então presidente Sérgio Sette Câmara e o ex-mandatário e atual prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD). Nos últimos meses do ano, porém, o grupo de empresários (Renato Salvador, Ricardo Guimarães, Rubens Menin e Rafael Menin) tomou a frente de um processo que serviu para apaziguar as disputas internas. O resultado foi a escolha de Sérgio Coelho (presidente) e José Murilo Procópio (vice) como candidatos da chapa única na eleição. A meta em 2021 é manter a calmaria nos bastidores para que o time não seja afetado por eventuais desavenças.

América

Confirmar o acesso à Série A
O América está com um pé e meio na Primeira Divisão, mas a matemática ainda abre brecha para uma reviravolta. Por isso, a equipe busca de três a quatro pontos nas seis rodadas que tem pela frente. Para brigar pelo título, terá de atingir campanha perfeita e torcer por um deslize da Chapecoense.

Renovar com o técnico Lisca
Lisca colocou o rótulo de doido em segundo plano e provou para todo o Brasil ser um grande conhecedor de futebol. Ele soube explorar o potencial de jogadores como Ademir, Rodolfo, Geovane e Alê – que entraram em sintonia com os já rodados Felipe Azevedo, João Paulo, Juninho e Marcelo Toscano. Mesmo sem ter uma estrela, o grupo do América é competitivo e cascudo. E se tudo isso contou com o dedo do treinador, a diretoria precisa fazer um esforço para mantê-lo em 2021.


Contratar um diretor de futebol
Quem também ganhou visibilidade com o sucesso do América foi o diretor executivo de futebol Paulo Bracks. Nessa quinta-feira, o clube oficializou a saída do profissional, que acertou com o Internacional. O presidente Marcus Salum terá de encontrar um substituto à altura, que valorize os jovens das categorias de base e seja bem relacionado no mercado da bola. Um dos nomes especulados foi o de Klauss Câmara, ex-diretor de Cruzeiro e Grêmio.


Se manter na elite
Nas vezes anteriores em que subiu à Série A, o América acabou rebaixado de imediato à Segunda Divisão. Em 2011, ficou em 19º lugar, com 37 pontos. Em 2016, somou apenas 28 e amargou a lanterna. Em 2018, fez campanha razoável no turno, porém despencou nas 19 rodadas finais e caiu em 17º, com 40. Assim, o grande desafio caso a vaga no G-4 seja consolidada é passar mais de uma temporada na elite nacional.


Repetir a boa campanha na Copa do Brasil
Na campanha até a semifinal da Copa do Brasil de 2020, o América passou por seis adversários: Santos-AP (primeira fase), Operário-PR (segunda fase), Ferroviária-SP (terceira fase), Ponte Preta (quarta fase), Corinthians (oitavas de final) e Internacional (quartas de final). Nessa caminhada, o clube embolsou mais de R$ 17 milhões em premiação, valor que corresponde a 45% do orçamento estipulado para toda a temporada. Naturalmente, as receitas com a promoção à Série A vão crescer, mas repetir a façanha no torneio de mata-mata pode ser um ponto positivo para as finanças da instituição.

Cruzeiro

Subir para a Série A
Mesmo com a perda de seis pontos na Série B (punição aplicada pela Fifa por causa de dívida de R$ 5 milhões), o Cruzeiro deveria ter cumprido a missão de regressar à elite nacional já em 2020, sobretudo por ter uma folha salarial de cinco a 10 vezes superior aos demais participantes da competição. No entanto, a equipe jamais esteve no G-4 e demonstrou dificuldades de se impor diante de adversários que adotaram postura defensiva. Em 2021, a volta à Primeira Divisão precisa ser confirmada, já que as dívidas a curto prazo só serão pagas mediante aumento de receitas.


Renegociar salários
Em 2020, o Cruzeiro repactuou os salários de alguns jogadores do grupo dentro de um teto de R$ 150 mil, casos do goleiro Fábio, dos zagueiros Manoel e Leo, do volante Henrique e do atacante Sassá. A expectativa da direção era pagar a diferença em 20 parcelas a partir de abril de 2021. Porém, a iminente permanência do clube na Série B inviabiliza o cumprimento desse acordo, e a diretoria terá de apresentar nova solução a esses atletas.


Revelar bons jogadores
As categorias de base podem servir de alternativa à dificuldade de contratar, além de proporcionar receita em negociações. A comercialização de direitos econômicos em 2020 ajudou o Cruzeiro a colocar algumas folhas salariais em dia. A diretoria vendeu o zagueiro Edu ao Athletico-PR por R$ 2,5 milhões, o meia Maurício ao Internacional por R$ 1,2 milhão (mais os direitos econômicos de William Pottker) e o atacante Caio Rosa ao Sharjah FC, dos Emirados Árabes, por R$ 3,3 milhões. O clube ainda manteve participação no passe desses atletas para lucrar em uma transferência futura.


Encontrar um artilheiro
A má campanha do Cruzeiro em 2020 passa também pela ausência de um artilheiro. Principal reforço no início do ano, Marcelo Moreno decepcionou ao marcar apenas três gols em 29 jogos em 2020. Sassá, por sua vez, ficou em branco nas 10 partidas que disputou. Um dos goleadores celestes é o zagueiro Manoel, com cinco tentos em 21 confrontos. O atacante Rafael Sobis, que retornou à Toca há menos de dois meses, também fez cinco gols (10 jogos).


Reduzir dívidas
Se no gramado as coisas não funcionaram como a torcida esperava, fora das quatro linhas a diretoria conseguiu ajustar algumas situações. A dívida de R$ 334,1 milhões com a União, que acarretava bloqueios judiciais, foi reduzida para cerca de R$ 182 milhões, e o Cruzeiro ganhou prazo de 12 anos para abater esse montante. Na esfera trabalhista, houve acordo com os jogadores Fred e Dodô, que vão receber R$ 25 milhões e R$ 15 milhões, respectivamente, em prazo de cinco anos, contado a partir de janeiro de 2022. Apesar do respiro financeiro, o débito total ainda é elevado: na casa de R$ 750 milhões.

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