O quanto uma goleada sobre um dos adversários mais fortes do país pode motivar uma equipe? Enquanto torcedores do Atlético ainda festejam os 4 a 0 no último fim de semana sobre o Flamengo, o técnico Jorge Sampaoli e os atletas tentam não mudar a postura de concentração nos objetivos da temporada. Com pouco menos de um turno do Campeonato Brasileiro a disputar, tudo o que o Galo não quer é relaxar e perder o fôlego para os rivais. Hoje, diante do Corinthians, às 19h, no Itaquerão, o time tenta mostrar que o resultado expressivo da última partida não foi questão meramente casual.
Um dos desafios é provar que o Galo pode jogar tão bem dentro quanto fora de casa, onde os mineiros mantêm aproveitamento longe do ideal: apenas 33% (foram três vitórias e seis derrotas). O último êxito como visitante foi em 19 de setembro, na virada épica sobre o Atlético-GO por 4 a 3, com três gols de Keno. Se vencer e contar com tropeço do Internacional, que visita o Santos às 16h30, o alvinegro volta à liderança.
O volante Allan entende que é essencial manter o embalo para ir somando pontos contra adversários difíceis, mesmo que o Timão não esteja na briga pelo troféu: “Para quem pensa grande e no título, todo jogo é importante. Depois do Flamengo, temos o Corinthians, uma equipe muito difícil. Se tivéssemos vencido outros compromissos, teríamos uma folguinha maior (na liderança)”.
O zagueiro Igor Rabello revelou que, mesmo com a goleada sobre o Fla, os jogadores receberam fortes cobranças de Sampaoli já mirando o duelo com o Corinthians. “Contra o Flamengo, precisávamos muito da vitória, ainda mais que era confronto direto pela liderança. Curioso é que o Sampaoli achou que nosso conjunto de equipe não foi tão bom, tão diferente. Algumas peças individuais foram bem no jogo e isso sobressaiu. Então, parece que a equipe foi do jeito que ele queria para o jogo, mas teve muita cobrança dele no quesito conjunto. Temos de continuar trabalhando firme e prestando atenção no que ele quer para sair com a vitória no jogo contra o Corinthians”, afirmou o jogador.
No turno, o Atlético começou perdendo para o Corinthians por 2 a 0 no primeiro tempo, com gols de Jô e Araos, mas conseguiu a virada na etapa final – Hyoran (2) e Nathan balançaram as redes. Desde então, o Galo foi ao mercado para qualificar ainda mais seu grupo e trouxe o goleiro Everson e os atacantes Eduardo Sasha e Eduardo Vargas. No Timão, o badalado técnico Tiago Nunes foi demitido depois de campanha mediana no Brasileiro.
Novidade no ataque
Tudo indica que o chileno Eduardo Vargas vai estrear pelo clube. Contratado por R$ 7 milhões, ele foi indicado pelo próprio treinador por sua polivalência no setor ofensivo, num momento em que os atacantes alvinegros vinham perdendo muitos gols. Vargas foi o artilheiro das edições da Copa América de 2015 (quatro gols) – vencida por Sampaoli – e 2016 (seis).
Com os desfalques de Junior Alonso, Alan Franco e Savarino, que disputam as Eliminatórias por suas seleções, o treinador terá de quebrar a cabeça para formar a equipe. A única certeza é a presença de Igor Rabello ao lado de Réver na zaga. No meio-campo, ele tem as opções de Hyoran, Nathan, Sávio, Dy- lan Borrero e Marquinhos, que tiveram pouco espaço nos últimos jogos.
O adversário
Estável, mas nem tanto
Sob o comando de Vágner Mancini, o Corinthians obteve relativa tranquilidade no Brasileiro, deixando as últimas posições. Mas o ambiente no clube está longe de ser estável, já que a equipe não conseguiu mostrar bom futebol na Série A. Para piorar, terá vários desfalques: o lateral-esquerdo Fábio Santos e os armadores Otero e Cazares não jogam por acordo com o Atlético; o volante Xavier cumpre suspensão automática, enquanto o armador Matheus Vital e o atacante Jô contraíram coronavírus. O jovem Davó, de 21 anos, será mantido no ataque, que também terá Luan, em relação conturbada com a torcida.