mulher de braços gordos trabalha em seu notebook

Os sintomas do lipedema incluem acúmulo de gordura nas pernas e/ou braços que não diminuem com a perda de peso, além de dor ou sensibilidade ao toque nas áreas afetadas, hematomas e inchaço

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A repórter da TV Globo Juliane Massaoka falou recentemente sobre uma doença que apesar de acometer 1 em cada 10 mulheres, ainda é pouco falada no Brasil. Segundo Juliane, apesar do esforço frequente para emagrecer - ela chegava a perder de 5 a 10 quilos - as pernas estavam sempre iguais. Essa doença tem nome: lipedema, uma condição médica crônica que promove um acúmulo anormal de gordura, geralmente nas pernas e, às vezes, nos braços também. 

O médico cirurgião plástico Ícaro Samuel, que é membro fundador da Associação Brasileira de Cirurgiões Plásticos (BAPS), membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) e da Sociedade Americana de Cirurgia Plástica (ASPS), explica que o lipedema frequentemente é confundido com a obesidade por causa da aparência que provoca nas áreas afetadas, muito semelhante.

Mas, apesar disso, Ícaro Samuel alerta que existem algumas diferenças entre as duas condições: “No lipedema, o acúmulo de gordura é resistente à dieta e ao exercício - caso de Juliane - enquanto na obesidade, os padrões de ganho de peso podem ser mais generalizados. Além disso, o lipedema, muitas vezes, leva a outros sintomas, como dor, sensibilidade, facilidade de hematomas e inchaço, que não são tão predominantes na obesidade".

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Padrão desproporcional de distribuição da gordura

O lipedema é caracterizado por um padrão desproporcional de distribuição de gordura, que cria uma aparência de "pêra" ou "colchão" nas áreas afetadas. Ao contrário da obesidade comum, a doença não é resultado do excesso de calorias ingeridas ou da falta de exercício, mas sim de uma condição genética que afeta o sistema linfático e a microvasculatura.

Os sintomas do lipedema incluem acúmulo de gordura nas pernas e/ou braços que não diminuem com a perda de peso, além de dor ou sensibilidade ao toque nas áreas afetadas, hematomas e inchaço.
Ainda de acordo com o cirurgião plástico, o tratamento do lipedema pode envolver uma combinação de abordagens, como a terapia descongestionante, que inclui drenagem linfática manual e o uso de meias de compressão: “Mudanças na dieta, exercícios de baixo impacto e perda de peso gradual também podem ser úteis e, em casos mais graves e persistentes, a cirurgia de lipoaspiração é considerada como uma forma de remover esse excesso de gordura”, destaca Ícaro Samuel.