O número de indivíduos com obesidade vem aumentando a cada dia e, com isso, a quantidade de pacientes que procuram pela cirurgia bariátrica para perder peso também aumenta

O número de indivíduos com obesidade vem aumentando a cada dia e, com isso, a quantidade de pacientes que procuram pela cirurgia bariátrica para perder peso também aumenta

Reprodução/Instagram

O número de indivíduos com obesidade vem aumentando a cada dia e, com isso, a quantidade de pacientes que procuram pela cirurgia bariátrica para perder peso também aumenta. Jojo Todynho, por exemplo, realizou a cirurgia bariátrica nesta terça-feira (8/8). Mas em muitos casos, após grande perda de peso, as cirurgias são indicadas.

De acordo com a cirurgiã plástica membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, Beatriz Lassance, nesses casos, pode surgir um excesso de pele em alguns locais do corpo, como abdômen, braços, pernas, seios e nádegas, que causa grande incômodo para os pacientes.

"Além da questão estética, a pele que foi esticada pelo excesso de gordura e não voltou a contrair totalmente após o emagrecimento, pode levar a complicações, como dificuldade na movimentação e umidade nas dobras de pele que predispõe a infecções por fungos, por exemplo", explica a médica.

O abdômen é o lugar que mais incomoda os pacientes. "Nesse caso, o indicado é abdominoplastia, um procedimento que corrige a flacidez de pele associada ou não à flacidez da musculatura da parede abdominal e pode atuar também na gordura localizada da região", explica o cirurgião plástico, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, Tácito Ferreira.

Segundo o médico, uma abdominoplastia é realizada sob anestesia geral e normalmente leva entre duas a quatro horas, dependendo da extensão do procedimento. O cirurgião faz uma incisão que permite a retirada do excesso de pele e gordura ao mesmo tempo em que aproxima e sutura os músculos abdominais. "A pele ao redor do umbigo também será remodelada durante uma abdominoplastia completa", diz o cirurgião plástico.

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Quando a queixa é também em outras partes do corpo, é indicada a cirurgia reparadora, conhecida por muitos como cirurgia plástica pós-bariátrica. Realizada sob anestesia geral, a cirurgia reparadora visa a retirada do excesso de pele e a devolução do contorno corporal através de uma série de procedimentos que dificilmente são realizados em uma única etapa cirúrgica, pois o risco cirúrgico aumenta quanto maior for o tempo e tamanho da cirurgia.

"A cirurgia reparadora pode incluir procedimentos como abdominoplastia ou dermolipectomia abdominal, que retira o excesso de pele do abdômen, lifting facial, que remove a flacidez do rosto, mamoplastia, que visa reposicionar as mamas e pode ser combinada com a colocação de próteses de silicone, torsoplastia, que consiste na remoção do excesso de pele do dorso, dermolipectomia de coxas e braquioplastia, para retirar excesso de pele de braços", destaca Beatriz Lassance. O resultado é visível quase imediatamente após o procedimento.

Mas, segundo a especialista, antes de recorrer ao cirurgião plástico é preciso retornar à equipe que realizou sua cirurgia bariátrica para verificar se você está apto a passar pelo procedimento, a fim de evitar complicações. "Os pré-requisitos para a realização da cirurgia reparadora incluem estar com o peso estabilizado há ao menos seis meses para evitar que haja variação do peso após a cirurgia, o que pode comprometer o resultado, e evitar variações individuais do ponto de vista nutricional e psicológico, pois o mais importante é a saúde do paciente", complementa Beatriz.

Entre os riscos da cirurgia reparadora estão complicações como o aparecimento de seromas, hematomas, infecções e embolia. Mas é possível evitar estes problemas através de alguns cuidados, como avaliação clínica pré-operatória adequada, parar de fumar pelo menos um mês antes da cirurgia, evitar medicamentos anticoagulantes para diminuir o risco de sangramento durante o procedimento e utilizar medidas antitrombose durante a cirurgia.

No caso da abdominoplastia, Tácito recomenda que o paciente permaneça em repouso em casa. "Porém, é aconselhável que ele caminhe dentro do perímetro da própria casa, com a ajuda de um acompanhante para auxiliar a circulação sanguínea. Essa caminhada deve ser feita de maneira curvada para a frente nos primeiros 10 a 15 dias para não forçar os pontos", diz o médico.

Quanto aos cuidados básicos, é possível tomar banho logo no terceiro dia desde que com a ajuda de um acompanhante. "A dieta deve ser rica em líquidos, alimentos laxativos e fibras, pois pode ser difícil ir ao banheiro nos primeiros dias. O retorno ao consultório ocorre após 3 a 7 dias da cirurgia, quando o cirurgião avalia a viabilidade da pele e as incisões. De maneira geral, a primeira semana é a que o paciente se sente mais incomodado, mas isso melhora no decorrer do tempo de forma que muitos voltam ao trabalho após 30 dias", diz o médico.

Além disso, após receber alta, é necessário resguardo por um período de 15 dias a um mês. Durante esse tempo é importante não fumar ou consumir álcool e evite carregar peso ou realizar exercícios físicos. "É essencial também que, após o pós-operatório, você adote uma alimentação saudável, pratique atividade física regularmente e cuide bem da pele para manter os resultados alcançados com a cirurgia plástica", recomenda Beatriz Lassance. "O mais importante é que você consulte um profissional especializado antes de realizar qualquer procedimento e siga as recomendações dele após a cirurgia."