Oftalmologista aplicando exame de vista em paciente

Ao realizar os exames, o oftalmologista analisa as condições visuais do paciente e se há outras doenças que, como o glaucoma, podem comprometer não apenas a capacidade de enxergar, mas a qualidade de vida e a saúde de forma geral

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Doença ocular crônica e assintomática, o glaucoma afeta o nervo óptico, responsável por transmitir informações visuais do olho para o cérebro. Na maioria dos casos, a doença está associada ao aumento da pressão intraocular.  e é atualmente a principal causa de cegueira irreversível no mundo. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o glaucoma é a segunda maior causa de cegueira no mundo, ficando atrás apenas da catarata. 

No entanto, o conhecimento sobre essa condição no Brasil é bastante limitado. Segundo pesquisa realizada pela Sociedade Brasileira de Glaucoma, intitulada “Um olhar para o glaucoma no Brasil”, 41% dos entrevistados disseram que não conhecem a doença. Outros 53% desconhecem que ela pode causar cegueira irreversível. Um grupo de 47% acha que é mito ou não sabem da relação do problema com a hereditariedade e 90% não têm informações de que a população negra faz parte do grupo de risco.



Reinaldo de Oliveira Sieiro Junior, oftalmologista e chefe do setor de Glaucoma do Hospital Evangélico de Belo Horizonte, destaca a importância da consulta oftalmológica de rotina para detectar precocemente o glaucoma. “Ao aplicar os exames, avaliamos as condições visuais do paciente e se há outras doenças que, como essa, podem comprometer não apenas a capacidade de enxergar, mas a qualidade de vida e a saúde de forma geral”, orienta.

A recomendação é ainda mais relevante para pessoas acima de 40 anos, especialmente aquelas com histórico familiar de glaucoma e/ou doenças oculares prévias, como miopia, descolamento da retina, uveíte e retinopatia diabética. Grupos étnicos, como afrodescendentes, hispânicos e asiáticos, possuem maior predisposição a desenvolver certos tipos de glaucoma, sendo que a doença afeta igualmente homens e mulheres. "O risco de desenvolver glaucoma aumenta gradualmente com o envelhecimento a partir dos 40 anos" informa.

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Tratamento 

O tratamento visa reduzir a pressão intraocular, seja com o uso de colírios ou por meio de laser ou cirurgias. O tratamento é contínuo e inclui acompanhamento periódico com o oftalmologista, de acordo com a gravidade do quadro ou possibilidade de desenvolvimento da doença, para aqueles que se encaixam no grupo de risco. Além do exame tradicional, há outros complementares que permitem avaliar as condições da visão no decorrer desse problema.

Reinaldo esclarece que o tratamento é individualizado e segue as necessidades de cada paciente, mediante avaliação médica prévia. “Embora tenhamos avanços e pesquisas em andamento com novos tratamentos e medicações para portadores da doença, é importante lembrar que os tratamentos disponíveis para reduzir a pressão intraocular e estabilizar a doença não são capazes de reverter os danos causados pelo glaucoma”, alerta.