Menina tirando selfie

Especialistas alertam para os riscos de influência das redes

Freepik

De acordo com um estudo recente publicado na revista Plastic & Reconstructive Surgery, da Sociedade Americana de Cirurgiões Plásticos, as selfies tiradas com as câmeras frontais dos celulares podem distorcer a aparência real das pessoas, fazendo com que o nariz pareça até 6,5% maior. Isso tem sido um dos grandes motivadores para que jovens recorram a procedimentos estéticos no nariz, como a rinoplastia ou a rinomodelação. 

O dermatologista Lucas Miranda, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e especialista em rinomodelação, destaca que é necessário cautela ao considerar quaisquer procedimentos estéticos, especialmente quando há motivações como fotos ou filtros de redes sociais, por exemplo. "Cada pessoa possui características faciais únicas, e procedimentos como a rinoplastia ou a rinomodelação devem ser realizados apenas quando há uma indicação real e após uma avaliação adequada por um profissional capacitado." 

Lucas Miranda alerta para a busca por uma aparência semelhante a de figuras públicas, como influenciadores ou artistas. Ele destaca que essa busca por um ideal específico, seja influenciada por figuras públicas ou filtros de aplicativos de imagem, pode alimentar distúrbios de imagem não diagnosticados e levar à insatisfação no futuro. "Nesse contexto, o profissional que realiza os procedimentos também deve ter consciência e saber identificar quem tem ou não indicação, e inclusive quem precisa de ajuda em relação a possíveis distúrbios de imagem".

Para garantir resultados satisfatórios e preservar a harmonia facial, o especialista recomenda escolher um dermatologista experiente e capacitado em rinomodelação, ou um cirurgião plástico, caso haja indicação cirúrgica. "É essencial que o profissional realize uma análise minuciosa do rosto do paciente para determinar se o procedimento é adequado ou não". 
A designer Thais Lima, de 27 anos, conta que a aparência em selfies e fotos foi um dos motivadores para ter optado por uma rinomodelação, em novembro do ano passado. "As selfies e fotos foram um dos motivos que me levaram a considerar a rinomodelação, apesar de não terem sido o motivo principal. Não só para ficar melhor nas fotos mas principalmente para harmonizar com o resto do meu rosto. Mas de certa forma, fica muito melhor nas fotos".

Apesar disso, ela conta que a decisão de passar pelo procedimento foi impulsionada por uma combinação de fatores. "O desejo de aumentar minha autoconfiança e sentir-me mais satisfeita com minha aparência geral. Alguns aspectos estéticos do meu nariz me incomodavam, como a ponta e a giba nasal". Em relação à rinomodelação, Lucas Miranda explica que geralmente é um procedimento rápido, concluído em uma única sessão com duração média de uma hora. "Ele é realizado com anestesia local e não requer internação hospitalar, permitindo que os pacientes retornem para casa logo após o procedimento".

Em geral, é recomendado que seja realizada a partir dos 18 anos, quando as estruturas faciais estão totalmente desenvolvidas. "Além disso, é fundamental consultar um médico dermatologista capacitado na técnica para verificar se o procedimento é realmente indicado". De acordo com o dermatologista, a rinomodelação pode ser uma opção para pessoas que desejam melhorar aspectos estéticos do nariz, como correção de pequenas assimetrias ou desproporções, suavizar rugas nasogenianas (também conhecidas como "bigode chinês") ou elevação da ponta do nariz. No entanto, é importante ressaltar que a rinomodelação não é recomendada para corrigir deformidades severas ou problemas respiratórios.

Lucas Miranda, dermatologista

Lucas Miranda, dermatologista: 'O profissional que realiza os procedimentos também deve ter consciência e saber identificar quem tem ou não indicação, e inclusive quem precisa de ajuda em relação a possíveis distúrbios de imagem'

Fabricio Halchuck/Divulgação


Lucas Miranda destaca a importância de avaliar cada caso individualmente, levando em consideração as demandas e expectativas do paciente. "O papel do dermatologista é orientar e garantir que o procedimento seja seguro e adequado às necessidades do paciente, visando a harmonia estética do rosto. É essencial que o paciente compreenda os resultados esperados e esteja ciente de que a rinomodelação não é permanente, podendo ser necessárias sessões de manutenção ao longo do tempo". 

LEIA MAIS: 
Corpo perfeito: um novo padrão de estética; entenda