Menino tossindo

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O vírus sincicial respiratório (VSR), antes característico das estações mais frias, está em circulação no Brasil desde o início do verão, provocando uma alta significativa das doenças respiratórias. Segundo o Ministério da Saúde, de janeiro a março deste ano,  foram registrados  3, 3 mil casos de infecções causadas pelo vírus. Deste total,  95% dos pacientes afetados são crianças de  0 a 4 anos.

Para os pequenos, que vêm lotando hospitais pediátricos e prontos-socorros, o vírus sincicial respiratório é responsável por até 75% das bronquiolites e 40% das pneumonias. Segundo dados da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), esse vírus é responsável pela mortalidade de uma a cada 50 crianças menores de 5 anos no mundo. "As infecções do VSR também podem ser mais graves em idosos, pacientes com doenças cardíacas, pulmonares crônicas e com sistema imunológico enfraquecido", explica o gerente técnico do Laboratório Lustosa, João Rodrigo Campos.  

 

Sintomas como tosse, mal-estar, febre, chiados, entre outros, são facilmente confundidos com aqueles típicos de uma simples gripe ou resfriado, fazendo com que muitas pessoas demorem a procurar assistência médica. "Esses sintomas servem de alerta para o VSR. Embora os casos sejam, em sua maioria, leves, as doenças provocadas por ele apresentam grande probabilidade de evoluir rapidamente para complicações graves. Se, por exemplo, os pais perceberem qualquer dificuldade respiratória nas crianças, devem procurar atendimento médico com urgência", reforça João Rodrigo.

Segundo ele, a explosão de casos de infecções respiratórias decorrentes do vírus sincicial respiratório ainda é reflexo da pandemia. "A volta das crianças para ambientes naturalmente aglomerados, como escolinhas e creches, após um período isoladas, e a suspensão da obrigatoriedade do uso de máscaras, favoreceram a disseminação do vírus, independente da época do ano", analisa.

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O VSR é altamente contagioso, destaca o especialista. "O vírus pode ser transmitido pelo ar, de uma pessoa para outra, através do contato direto, por meio de catarro, gotículas do espirro e saliva, e ainda através de objetos contaminados. É importante observar que o VSR pode sobreviver por até 24 horas em superfícies de objetos como copos, talheres ou brinquedos."

Como é feito o diagnóstico do VSR?

O  gerente técnico do Laboratório Lustosa, João Rodrigo Campos

Segundo o gerente técnico do Laboratório Lustosa, João Rodrigo Campos, a explosão de casos de infecções respiratórias decorrentes do vírus sincicial respiratório ainda é reflexo da pandemia

Laboratório Lustosa/Divulgação
João Rodrigo afirma que, além da avaliação clínica dos médicos, exames laboratoriais podem ser necessários para o diagnóstico do vírus sincicial respiratório. "Assim como na COVID-19, são disponibilizados testes moleculares para a detecção do vírus, feitos por meio de amostras das secreções respiratórias, coletadas no nariz com o swab (instrumento semelhante a um cotonete)", acrescenta.

Para conter o VSR, o gerente técnico recomenda que é fundamental adotar uma série de medidas preventivas, similares às empregadas em outras infecções de causa viral, incluindo a COVID-19. "É importante evitar ambientes fechados e com aglomeração de pessoas. Manter os ambientes com ventilação adequada, lavar as mãos com sabão ou usar álcool em gel são medidas que ajudam a evitar a circulação do vírus", aponta. "Os pais também precisam redobrar a atenção e, assim que notarem os primeiros sintomas, devem procurar o médico com urgência e evitar de enviar os filhos para escolinhas e creches, prevenindo assim a disseminação do VSR", alerta.

Vale observar que não há uma imunização específica para proteção contra o VSR, mas João Campos indica que outra medida preventiva essencial é manter o cartão de vacinas das crianças em dia para outras doenças. Isso ajuda a fortalecer o sistema imunológico dos pequenos.