Criança com respirador

Criança com respirador

acm.org.br/Reprodução

A sazonalidade pediátrica acontece quando há maior incidência de alguns tipos de doenças entre o público pediátrico, crianças e adolescentes, em determinada época do ano. Por exemplo, as doenças respiratórias são mais comuns durante o outono-inverno, mas este ano, os casos começaram a aparecer já no verão. Essa alteração na sazonalidade é um ponto que tem preocupado especialistas.  

"Estamos vendo que as doenças comuns do inverno como asma, bronquiolite, pneumonia, dentre outras, começaram a aparecer mais cedo, já nos meses de fevereiro e março", diz Fernando Mendonça, pediatra e cooperado da Unimed-BH. 
 
Andrea Chaimowicz

'Os pais devem evitar expor as crianças menores de seis meses a lugares onde há uma maior circulação de pessoas, uma vez que elas acabam desenvolvendo casos mais graves das doenças respiratórias', diz Andrea Chaimowicz

Beto Novaes/EM/D.A Press
 

Para a pediatra Andreia Chaimowicz, cooperada da Unimed-BH, as mudanças na sazonalidade pediátrica tiveram início na pandemia da COVID-19, logo após o retorno da circulação das pessoas. "Em 2022, com a volta das crianças às atividades escolares, nós pediatras percebemos uma alteração na sazonalidade e as doenças causadas por vírus respiratórios estiveram mais presentes durante todo o ano", analisa. 


Com a maior circulação dos vírus respiratórios, os especialistas da Unimed-BH reforçam algumas orientações aos pais e familiares. Segundo Fernando Mendonça, as crianças abaixo de quatro anos são as mais atingidas pelas doenças respiratórias, já que elas ainda não têm o sistema imunológico totalmente maduro
 

"Assim que surgirem os primeiros sintomas os pais devem acompanhar a evolução e procurar o atendimento do seu médico de referência quando se sentirem inseguros em relação ao estado geral da criança", alerta o especialista. Com os pronto-atendimentos cheios, o pediatra reforça ainda que o "ideal é que a família opte pela consulta presencial com o médico de referência da criança".

Orientações 

Já a pediatra Andrea Chaimowicz reitera algumas orientações. "Os pais devem evitar expor as crianças menores de seis meses a lugares onde há uma maior circulação de pessoas, uma vez que elas acabam desenvolvendo casos mais graves das doenças respiratórias. Além disso, assim que surgirem os primeiros sintomas, os pais devem manter as crianças sempre hidratadas e fazer uso de soro fisiológico nasal para remover a secreção do nariz, evitando dessa forma uma infecção bacteriana", aconselha. 

A especialista reforça ainda que "a procura por atendimento médico deve ocorrer em casos de febre alta recorrente ou febre que se prolongue por mais de 72 horas, quando a criança apresentar tosse intensa, estiver sonolenta e/ou com vômitos recorrentes, ou quando estiver prostrada (mesmo que sem febre). Deve-se evitar as idas aos Pronto Atendimentos em casos de sintomas leves, para não expor a criança a outros tipos de vírus", declara. Outros pontos importantes, segundo Andrea, é estar com o cartão de vacinação da criança sempre em dia e também ter um pediatra de referência.