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Estado de Minas DOENÇA AUTOIMUNE

'Depois do Universo': filme mostra história de protagonista com Lúpus

Especialista explica as principais dúvidas sobre a doença


09/11/2022 16:00 - atualizado 09/11/2022 15:45

Filme Depois do Universo
(foto: Divulgação)

 

A doença de Lupus entrou em destaque nas últimas semanas com a estreia do filme brasileiro “Depois do Universo”, do diretor Diego Freitas. O filme conta a história de Nina (interpretada pela atriz Giulia Be), uma pianista com diagnóstico de lúpus desde a infância e os desafios enfrentados por ela. Aborda a questão do rash malar (manchas no rosto no formato de asa de borboleta), dores articulares e acometimento dos rins. Com a doença, a protagonista enfrenta também o medo da morte, de perder a carreira e de se entregar à uma paixão. A envolvente história já é uma das mais assistidas na Netflix. História de paixão à medicina, à música, paixão, compaixão e superação.

 

A Sociedade Paulista de Reumatologia, por meio de Emily Figueiredo Neves Yuki, médica reumatologista, membro da Comissão de Lúpus da SBR e assistente do Ambulatório de Lúpus Eritematoso Sistêmico do HCFMUSP (Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo), traz as principais informações sobre a doença:
 

O que é o lúpus?

 

Lúpus é uma doença autoimune, isto é, o seu corpo produz anticorpos que atacam a si próprio e cuja causa não é bem esclarecida. Existem dois tipos de lúpus, o lúpus cutâneo, com manifestações apenas na pele, e o lúpus eritematoso sistêmico que pode acometer a pele e os órgãos internos.

 

O que pode desencadear esta doença?

 

Fatores genéticos podem predispor ao desenvolvimento da doença, por isso é relevante saber se há histórico de doenças autoimunes na família do paciente. Infecções, especialmente virais, também podem desencadear a doença numa pessoa geneticamente suscetível.

 

Como é feito o diagnóstico?

 

O diagnóstico do lúpus é feito a partir dos sintomas clínicos que o paciente apresenta e em achados laboratoriais que confirmem as alterações, associado à presença de autoanticorpos, tais como FAN, anti-DNA e dosagem baixa de complemento. Exames de sangue simples como hemograma e exame de urina podem ajudar, mas às vezes pode ser necessária uma investigação mais detalhada do rim ou da pele.

 

Afeta mais homens ou mulheres, jovens ou idosos?

 

O lúpus é muito mais comum em mulheres (de 7 a 10 vezes mais que em homens) e jovens (dos 20 aos 30 anos), mas pode acometer pessoas de qualquer idade, inclusive crianças! A doença acomete 150 pessoas a cada 100mil indivíduos e pode ser mais grave em mulheres não brancas (afrodescendentes e asiáticos).

 

Quais os principais sintomas?

 

Todos os órgãos do corpo podem ser acometidos pelo lúpus, mas os mais afetados são: pele, articulações, rins, sangue, coração e pulmão.

Na pele o achado mais característico é a mancha em formato de asa de borboleta. Além disso é frequente o aparecimento de manchas vermelhas ou com coloração mais escura em orelhas, V do decote, dorso e braços, todas áreas mais expostas, bem como aftas recorrentes na boca.

Em relação às articulações, dor e inchaço podem ocorrer principalmente nas mãos, punhos e joelhos, limitando as atividades do dia a dia. Também pode ocorrer febre, ínguas aumentadas no pescoço, perda de peso, queda acentuada do cabelo e um cansaço fora do normal. Inchaço nas pernas, inchaço no rosto ao acordar, aumento da pressão e urina com espuma são achados sugestivos de que os rins podem estar acometidos pelo lúpus.

 

Como é o tratamento?

 

O tratamento inclui fotoproteção com uso de protetor solar, camisetas de manga comprida, evitar exposição ao sol mais forte, cessar tabagismo. Também são necessárias medicações, incluindo corticoide na fase inicial, hidroxicloroquina e imunossupressores para o controle do quadro. Controle da pressão também é fundamental para evitar progressão da doença nos rins.

 

Tem cura?

 

Em geral, a doença responde adequadamente ao tratamento, permitindo uma vida bastante satisfatória e mesmo totalmente normal, entretanto por ser uma doença crônica não se fala em cura, mas sim em controle adequado da doença.

 

"Se você foi diagnosticado com lúpus, minha dica é cuide bem da sua doença desde o começo. Se você seguir as orientações médicas adequadamente, sua chance de ficar bem é grande. Cuide do seu físico e do seu emocional, os dois são complementares", afirma a médica. 

 


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