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Estado de Minas OUTUBRO ROSA

Dor nas mamas: quando procurar ajuda?

Duas em cada três mulheres vão apresentar dor nas mamas em algum momento da vida. Ela é classificada em cíclica e acíclica e dever ser investigada


27/10/2022 10:30 - atualizado 27/10/2022 10:32

mulher fazendo mamografia
Vale destacar que no caso das mulheres acima de 40 anos, o rastreamento com a mamografia é fundamental (foto: National Cancer Institute /Unsplash)
Falar de dor nas mamas é abordar um dos temas mais comum da consulta com a mastologista e que gera muita ansiedade por parte das pacientes. Boa parte das mulheres teme que a dor seja uma das formas do câncer de mama se manifestar, ainda que isso seja raro.

Daniele Duarte, médica ginecologista e mastologista pela USP, com residência em mastologia, mestranda em ciências da saúde no Instituto Sírio Libanês de Ensino e Pesquisa (IEP), explica que duas  em cada três mulheres vão apresentar dor nas mamas em algum momento da vida, e isso é particularmente comum durante a adolescência e durante os fluxos menstruais.

"Inclusive, essa maior chance de dor mamária está relacionada à produção hormonal. Após a ovulação, ocorre uma alteração das concentrações dos dois principais hormônios femininos: a progesterona e o estrogênio. Essa alteração parece ser capaz de aumentar a produção de um outro hormônio: a prolactina. Essa prolactina está relacionada a aumento da sensibilidade mamária, ingurgitamento das mamas e consequente dor local", conta a médica.

Daniele Duarte destaca que a dor na mama é classificada em dois tipos principais: a cíclica e a acíclica. "Dizemos que a dor é cíclica quando ela está relacionada ao ciclo menstrual, sendo mais comum na fase perto da ovulação, e frequentemente, é associada a outros sintomas da tensão pré menstrual, como alterações de humor e inchaço. Geralmente acomete a parte mais lateral de ambas as mamas, e melhora com o término da menstruação. Por outro lado, temos a dor mamária acíclica, que se caracteriza por não estar relacionada ao ciclo menstrual, e ser contínua, frequentemente unilateral. Pode ainda irradiar para axila, braço, ombro e até mão". 
A ginecologista e mastologista enfatiza que as causas das dores acíclicas variam bastante e podem estar relacionadas a:
  • Infecções, como as mastites;
  • Traumas, como acidentes automobilísticos, cirurgias prévias e uso de sutiã inadequado;
  • Tamanho excessivo mamário, como no caso das pacientes com mamas volumosas;
  • Uso de medicações, como antidepressivos, anti-hipertensivos e alguns antibióticos.
Daniele Duarte avisa que todo sintoma mamário merece ser avaliado pela mastologista. "É a especialista capaz de investigar a queixa de dor nas mamas, descartando causas de gravidade, especialmente no que diz respeito ao câncer de mama. Não existe um tempo definido a partir do qual é orientado a procura do médico. No caso da dor nas mamas acíclica, alguns exames complementares podem ser necessários para esclarecer a causa, como tomografia de tórax ou ultrassonografia. Vale destacar que no caso das mulheres acima de 40 anos, essa consulta é a oportunidade de fazer o rastreamento com a mamografia."  

Câncer de mama não causa sintomas 

A médica reforça que o câncer de mama não causa sintomas. "A dor nas mamas é uma exceção quando estamos falando desse tumor: e só ocorre quando o estágio é muito avançado e há acometimento da pele e/ou da parede torácica". 

A primeira recomendação da mastologista para tratamento da dor nas mamas é a avaliação pelo especialista, com tranquilização da paciente. "A consulta médica permite descartar doenças graves e permite a adoção de medidas comportamentais para melhora da dor, como usar sutiãs de tamanho adequado, com melhor sustentação (alças largas), sem bojo e sem aro metálico". 

Caso a dor ainda persista, a médica diz que é possível lançar mão de analgésicos simples e mesmo anti-inflamatórios por poucos dias para melhora do quadro. "Em casos de dor de muita intensidade e limitação importante da qualidade de vida da mulher, medicações mais específicas podem ser necessárias, como o tamoxifeno, sempre com supervisão frequente pelo mastologista".



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