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Estado de Minas ALIMENTAÇÃO

Alimentos ultraprocessados: elevam riscos de câncer, hipertensão e diabetes

Consumo é risco também para doenças cardiovasculares e hepáticas. Saiba dos impactos da alimentação pobre em fibras e nutrientes


24/10/2022 11:12 - atualizado 24/10/2022 11:15
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mulher segura tablet com imagem de uma cesta de supermercado diante de um corredor cheio de produtos
Na hora das compras, selecione os alimentos dando prioridade aos in natura e descartando os ultraprocessados (foto: Gerd Altmann/Pixabay )
Em vigor desde o dia 9 de outubro, as novas regras para%u202Frotulagem%u202Fde alimentos prometem apresentar de forma mais clara o excesso de açúcares adicionados, gorduras saturadas e sódio nos produtos. A adequação chega no momento em que o Brasil vive uma epidemia de obesidade. Informações da nota técnica, “Doenças Crônicas e Seus Fatores de Risco e Proteção: Tendências Recentes no Vigitel”, publicada pelo Instituto de Estudos para Políticas de Saúde (IEPS), que analisou os dados recolhidos pelo Ministério da Saúde (MS), revelam uma incidência 20% maior de obesidade em 16 capitais, assim como o aumento do diabetes tipo 2 e da hipertensão.

O instituto identificou ainda um aumento de 12,2% na ingestão de alimentos ultraprocessados, considerados vilões para a saúde. “Os ultraprocessados são os alimentos altamente industrializados e calóricos, ricos em açúcares e gorduras, e com baixo teor de fibras e nutrientes. A incorporação desses alimentos na dieta habitual contribui para o ganho de peso e, consequentemente, predispõe a diversas doenças, como hipertensão e diabetes tipo 2, e eleva o colesterol e os triglicerídeos”, alerta Frederico Rodrigues Anselmo, endocrinologista do Hospital Vila da Serra, do Grupo Oncoclínicas.

Associado a maus hábitos alimentares e ao sedentarismo, o sobrepeso torna-se mais nocivo, conforme explica o médico. “O excesso de peso pode aumentar o risco de desenvolvimento de doenças do fígado, como a esteatose hepática (gordura no fígado) e um quadro de inflamação, de alguns tipos de câncer, e de doenças cardiovasculares, especialmente infarto e derrame". 

Leia também: Entenda as novas regras e o que significa a mudança no rótulo dos alimentos.


Dieta equilibrada: rica em fibras, grãos, frutas e verduras


Frederico Rodrigues Anselmo, endocrinologista do Hospital Vila da Serra, do Grupo Oncoclínicas
Frederico Rodrigues Anselmo, endocrinologista do Hospital Vila da Serra, alerta que o sedentarismo e uma alimentação inadequada elevam os riscos do surgimento de ao menos 14 tipos de cânceres (foto: Arquivo Pessoal)
Na luta contra a balança, o segredo continua sendo o equilíbrio junto à orientação de um especialista. “A única forma saudável para a perda de peso é adotar uma dieta equilibrada, rica em fibras, grãos, frutas e verduras, e a prática regular de atividade física. A regra básica é gastar mais calorias do que se ingere. A Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) e a Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica (Abeso) recomendam dietas limitadas em calorias. Não existe uma recomendação oficial de regimes que cortem determinado macronutriente, ou contemplem exclusivamente alimentos com baixo teor de carboidrato, de gordura, ou que se faça um jejum intermitente. Isso porque são medidas mais difíceis de serem incorporadas à rotina. É muito mais fácil e simples adotar uma dieta que não exclui determinados alimentos que a pessoa goste, porém limita sua quantidade e ajusta a forma de cocção para torná-los mais saudáveis”, elucida o endocrinologista.


Obesidade e câncer


Comprovadamente, o sedentarismo e uma alimentação inadequada elevam os riscos do surgimento de ao menos 14 tipos de cânceres, entre eles, de mama, cólon e reto, útero, rim, fígado, próstata, esôfago, pâncreas e estômago.

“A falta de atividade física associada à ingestão excessiva de carne vermelha, alimentos pobres em vitaminas e fibras, e comida ultraprocessada contribuem para a obesidade e favorecem o aumento de casos de neoplasias. A obesidade está associada a mediadores inflamatórios e anormalidades metabólicas e endócrinas, que promovem o crescimento celular e exercem efeitos antiapoptóticos, o que significa dizer que as células cancerígenas não se autodestroem mesmo após graves danos no DNA, conforme apresenta o “Terceiro Relatório de Especialistas, Dieta, Nutrição, Atividade Física e Câncer: uma perspectiva global”, do Fundo Mundial de Pesquisa em Câncer (WCRF, do inglês, World Cancer Research Fund) e do Instituto Americano para Pesquisa em Câncer (AICR, do inglês, American Institute for Cancer Research)”, elucida Lorena Goulart, nutricionista do Grupo Oncoclínicas Belo Horizonte.

verduras e legumes
Opte sempre por comida caseira, tendo no prato feijão, arroz, cereais integrais, frutas, hortaliças e grãos (foto: Roberto Justo Kabana/Pixabay )

A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que entre 30 e 50% de todos os casos de câncer podem ser preveníveis mantendo hábitos saudáveis e evitando a exposição a carcinógenos ocupacionais, poluição ambiental e certas infecções crônicas.

A nutricionista lembra que a conscientização é fundamental para dar o primeiro passo na mudança do padrão alimentar. “Minha recomendação é trabalhar pequenas mudanças e metas para construir o processo de mudança de hábitos. Substitua a comida pronta e industrializada, rica em gordura saturada, agrotóxicos e corantes pela caseira, rica em nutrientes. Opte por alimentos como a dupla conhecida da mesa dos brasileiros, feijão e arroz, cereais integrais, frutas, hortaliças e grãos. Os pescados são uma boa fonte de vitaminas do complexo B e também de vitaminas A e D, como a sardinha, salmão e cavala. Evite o consumo de bebidas alcoólicas, a ingestão excessiva de carne vermelha ou processada, o excesso de sal”, orienta Lorena Goulart.


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