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Estado de Minas DIA DOS PAIS

Impactos emocionais causados pela ausência da figura paterna

A figura paterna é um dos fatores decisivos para o desenvolvimento cognitivo social. O abandono pode gerar conflitos emocionais na vida da criança


02/08/2022 12:30 - atualizado 02/08/2022 12:32

pai brinca com filha no parque, deitados na grama
Muitos filhos não têm os pais biológicos por perto, mas a figura paterna é responsável por boa parte da identidade destes indivíduos (foto: StockSnap/Pixabay )
No mês em que se comemora o Dia dos Pais, é importante refletir sobre a importância da construção da personalidade e da maturidade de um indivíduo com a presença do pai.

A psicanalsita e psicopedagoga, Andréa Ladislau, destaca que o papel do pai no desenvolvimento da criança e na interação entre pai e filho é um dos fatores decisivos para o fortalecimento cognitivo e social, facilitando a capacidade de aprendizagem e a integração da criança na comunidade e no universo em que ela está inserida.

"Muitas crianças não têm contato permanente com seus pais biológicos, por diversos motivos. E que, ao longo da vida, esse papel de acaba sendo desempenhado por um avô, um tio, um padrasto ou um irmão. No entanto, a figura paterna é responsável por uma boa parte da identidade deste indivíduo", lembra a psicanalista.
Psicanaliticamente falando, Andréa Ladislau enfatiza que a figura paterna traz a representatividade da ordem, da tradição e da autoridade. "Sabemos que a carência de amor e de afeto comprometem o desenvolvimento da criança e do adolescente. E quando as interações entre pais e filhos são mal adaptativas ou desajustadas os resultados poderão levar a formas de comportamento antissocial. Portanto, fica evidente que, o abandono também pode gerar grandes conflitos emocionais na vida da criança seja por separação conjugal ou abandono dos filhos." 

As principais consequências da ausência paterna 

Andréa Ladislau, psicanalista
Psicanalista Andréa Ladislau alerta que tanto o afeto paterno quanto materno representam a possibilidade do equilíbrio como regulador da capacidade da criança ou do jovem investir no mundo real (foto: Arquivo Pessoal)


Na prática, no dia-a-dia, quais seriam as principais consequências desta ausência paterna? Conforme Andréa Ladislau, algumas crianças podem apresentar conflitos no desenvolvimento psicológico e cognitivo, bem como na elaboração de distúrbios de comportamento agressivos.

"Isso porque elas elas tendem a desenvolver sentimento de insegurança e também manifestar graves transtornos de ansiedade, já que a construção psicoafetiva apresenta deficiências. Além disso, elas também sofrem por não conseguirem desenvolver as habilidades adequadas para a convivência em sociedade, o que justifica a tendência a se isolar e não conseguir interagir de forma saudável com o outro", alerta a psicanalista.

Um outro fator importante, lembra a psicanalista, é a incapacidade de seguir leis ou respeitar autoridades, "pois as crianças com pais ausentes, especialmente as do sexo masculino, podem não conseguir se submeter a uma figura de autoridade, e como resultado disso podem se tornar rebeldes e adeptos da violação das regras, criando sérias consequências negativas para ela no futuro."

Complexo de inferioridade e rejeição

Para Andréa Ladislau, a presença da figura paterna é um dos fatores decisivos para o desenvolvimento cognitivo social, facilitando a capacidade de aprendizagem e a integração da criança na sociedade. "Se a criança acreditar que a falta de um pai faz dela uma pessoa defeituosa, ela pode desenvolver um complexo de inferioridade, se sentir rejeitada e desenvolver depressão e outras doenças psíquicas".

Neste cenário, a psicanalista destaca que "isso pode prejudicaro a autoestima da criança, levando-a a ter problemas de insegurança com relação a si mesma no futuro, por se achar menos digna que os outros. É claro que isso não tem nada a ver com a realidade, no entanto, o sentimento persiste e precisará ser tratado com terapia, caso contrário, essa criança vai sempre se sentir inferior."

Portanto, chama a atenção Andréa Ladislau, "se você pode desempenhar o seu papel de pai, não perca a oportunidade, pois tanto o afeto paterno quanto materno, representam a possibilidade do equilíbrio como regulador da capacidade da criança ou do jovem investir no mundo real. Porém, a ausência ou o abandono, é extremamente prejudicial ao desenvolvimento dos vínculos de sobrevivência do indivíduo, propiciando alterações comportamentais que acionam o sinal de alerta demonstrando que algo está em desequilíbrio ou mesmo, favorecendo o desenvolvimento de transtornos emocionais, como: a depressão infantil, as neuroses oriundas da ansiedade generalizada, o agravamento de TDAH, os distúrbios de sono, as alterações de humor neurótico e o aumento de fobias."

Por isso, o estímulo ao convívio entre pais e filhos, certamente é "um forte instrumento na construção e no desenvolvimento equilibrado de uma maturidade emocional saudável e livre de transtornos e traumas", alerta a psicanalista.                              

 


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