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Estado de Minas SAÚDE MENTAL

O que você come pode deixá-lo deprimido, alerta nutricionista

Os alimentos contribuem para aliviar ou intensificar os efeitos do estresse. Conexão entre o que se come e a saúde mental é estudada por cientistas


27/07/2022 10:18 - atualizado 27/07/2022 10:19

bancada com vários alimentos saudáveis
A alimentação pode atenuar ou aumentar os efeitos do estresse, ansiedade e até depressão (foto: Engin Akyurt/Pixabay)
Artigo publicado em 12 de julho no Neurology Journals, jornal científico da Academia Americana de Neurologia, colocou a alimentação saudável e a prática de atividades físicas como dois dos pilares essenciais para a saúde do cérebro. A conexão entre o que comemos e a saúde mental vem sendo estudada por cientistas de todo o mundo. Pesquisas científicas recentes revelaram que as bactérias do intestino podem influenciar no bem-estar de uma pessoa.

Estudos feitos por universidades e centros de pesquisa, como a University College London, também demonstraram a relação entre a depressão e a obesidade. As descobertas revelaram um aumento da incidência de obesidade em pessoas com estresse crônico e mostraram que indivíduos que se tornaram obesos têm mais propensão a desenvolver quadros depressivos.

A ciência comprova que o que se coloca no prato pode contribuir não só para a saúde física, mas também para a saúde mental. A alimentação pode atenuar ou aumentar os efeitos do estresse, ansiedade e até depressão.

Leia também: 
Pesquisa aponta que 5% dos adultos sofrem de depressão no mundo.


O nutricionista funcional Diogo Círico, responsável técnico da Growth Suplementos, afirma que uma dieta equilibrada, bons hábitos e a prática de atividades físicas auxiliam a microbiota intestinal a produzir substâncias que fortalecem o sistema imunológico. Os micro-organismos que vivem no intestino ajudam na produção hormonal. “Nosso intestino se comunica com o cérebro por meio dos hormônios, das células do sistema imunológico e das moléculas produzidas a partir do metabolismo, que se transformam numa espécie de combustível para os neurotransmissores da região responsável por regular nosso estresse emocional”.

Mais cor no prato

Diogo Círico ensina quais nutrientes devemos colocar na dieta não só para cuidar do corpo, mas principalmente para reduzir o impacto da vida estressante. “O primeiro passo é aumentar o consumo de vegetais e reduzir o de alimentos ultraprocessados, como embutidos, salgadinhos e temperos prontos. Todos eles nocivos para os micro-organismos aliados do nosso trato intestinal”.

A regra, conforme o nutricionista, é uma só: dar sempre preferência aos alimentos que não são processados, a chamada comida de verdade, já que são fonte de vitaminas do complexo B, que auxiliam no metabolismo de energia e na síntese de neurotransmissores.

Gordura amplifica o estresse

Segundo o especialista em nutrição funcional, gordura também amplifica o estresse. “Uma dieta cheia de gorduras saturadas (carnes, leites e derivados gordos) pode agravar o quadro de estresse, enquanto uma dieta rica em proteínas (carnes magras, frango, peixe, ovos, leite e derivados magros) fornece aminoácidos essenciais e triptofano, que pode auxiliar na produção de neurotransmissores como a serotonina, e isso melhora quadro de estresse”.

Leia também: Estresse envelhece sistema imunológico e abre porta para doenças.

Essas substâncias estão presentes em alimentos como bananas, semente de abóbora, soja, grão-de-bico, tâmaras secas, amendoins, leite, carne, peixe e peru.

Ômega-3: salmão, sardinha e arenque

salmão
O ômega-3 fornece nutrientes que combatem o estresse físico e mental e as melhores fontes são o salmão, a sardinha e o arenque (foto: cattalin/Pixabay)


Os ácidos graxos poli-insaturados essenciais e ômega-3 fornecem nutrientes que combatem o estresse físico e mental. “As melhores fontes são o salmão, a sardinha e o arenque. Mas quando não for possível, é recomendável fazer a suplementação”, diz o nutricionista.

Diogo Círico explica que, em alguns casos, a mudança dos hábitos alimentares pode receber a ajuda de suplementos probióticos. Eles contêm cepas que ajudam a recolonizar o intestino com os micro-organismos benéficos à saúde.
Um estudo do gastroenterologista Emeran A. Mayer publicado na Nature revelou que a conexão entre intestino e cérebro viabiliza não só a regulação das funções gastrointestinais, mas no humor e na tomada de decisões intuitivas.

Dieta do Mediterrâneo

tomate, azeite e azeitona
Dieta semelhante à "mediterrânea", à base de azeite, grãos, frutas e legumes têm menos risco de desenvolver depressão, estresse e ansiedade (foto: DanaTentis /Pixabay)


Pesquisas demonstraram que os pacientes com dieta semelhante à "mediterrânea", à base de peixes, azeite, grãos, frutas e legumes, tinham menos risco de desenvolver depressão, estresse e ansiedade. “É claro que esta não é a chave para curar, nem é uma armadura para evitar o estresse. O mundo já anda desgastante demais e precisamos estar preparados. É necessário entender que nossa dieta afeta o corpo como um todo, inclusive a saúde mental. A boa alimentação é o caminho mais curto para responder ao estresse mental e suas implicações no metabolismo físico", completa o nutricionista.


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