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Estado de Minas VARÍOLA DOS MACACOS

Varíola dos macacos: o que é a transmissão comunitária e como se prevenir

Três pessoas contraíram a doença sem sair de Belo Horizonte, entre os 23 casos confirmados em Minas Gerais


15/07/2022 15:30 - atualizado 15/07/2022 16:39

Exame laboratorial para a varíola dos macacos.
'É necessário que as pessoas infectadas sejam tratadas e fiquem em isolamento até o desaparecimento das feridas, que é quando acaba o período de transmissão', ressaltou o infectologista e professor da UFMG, Geraldo Cury (foto: Karen Ducey/Getty Images/AFP)
A varíola dos macacos entrou em transmissão comunitária em Belo Horizonte nessa quarta-feira (13/7) e levanta um alerta de saúde pública. Já são 23 casos da doença no estado, e o número tem crescido rapidamente. Todos eles são considerados leves até o momento, mas o aumento da transmissão exige cuidados reforçados.

A transmissão comunitária ocorre quando as pessoas contraem a doença sem viajar para um local onde ela é endêmica, afirmou Geraldo Cury, infectologista e professor da Faculdade de Medicina da UFMG. É o que está ocorrendo na capital mineira.
 

Em nota, a Prefeitura de Belo Horizonte afirmou que “do total de confirmados, 15 pacientes têm histórico de viagem a São Paulo, Rio de Janeiro ou país com transmissão comprovada. Os outros 3 pacientes não têm histórico de viagem a locais com casos confirmados da doença, o que confirma a transmissão comunitária em Belo Horizonte”.

“A varíola dos macacos é uma forma muito mais leve da antiga varíola. Essa variante é muito menos agressiva, mas temos observado o surgimento de casos mundo afora recentemente”, esclareceu Geraldo Cury.

A varíola “clássica” foi erradicada no Brasil e no mundo na década de 1980. Ela é considerada uma das pandemias mais devastadoras que a humanidade já enfrentou, com mais de 300 milhões de vítimas no mundo – mais letal que a gripe espanhola e as duas guerras mundiais juntas.

Contágio, sintomas e tratamento

A principal forma de contágio da varíola dos macacos é pelo contato com lesões ou secreções de uma pessoa infectada. Relações sexuais são uma forma de transmissão comum, mas Geraldo destacou que é preciso evitar estigmatizações. “Não podemos cair na mesma lógica da época da Aids", afirmou, quando a associação da doença a grupos sociais e formas de transmissão específicas fez com que as medidas de prevenção não fossem generalizadas.

Outras formas de transmissão da doença são pelo contato com superfícies que alguém infectado encostou, como roupas de cama, e por gotículas no ar.

Os primeiros sintomas são febre, dor na cabeça e no corpo e aumento dos linfonodos (conhecidos também como ínguas), calafrios e exaustão. Os sintomas costumam começar entre 3 a 7 dias após o contato com a doença. Em seguida, aparecem lesões pelo corpo, como na catapora.

 “É necessário que as pessoas infectadas sejam tratadas e fiquem em isolamento até o desaparecimento das feridas, que é quando acaba o período de transmissão”, ressaltou o infectologista.

Utilizar máscaras em ambientes fechados, higienizar as mãos e não compartilhar objetos de uso pessoal são as principais formas de prevenção. Além, é claro, de evitar o contato com pessoas contaminadas.

Incertezas

evolução da doença no Brasil é incerta, e não há clareza sobre o status internacional da varíola dos macacos. A OMS recentemente decidiu que ela não configura estado emergência internacional de saúde pública, mas recomendou o monitoramento da doença e que os cuidados sejam reforçados.

“Ainda não temos tratamento efetivo para a varíola dos macacos. Nos Estados Unidos, recentemente surgiu uma droga que trata a doença. Mas ela ainda não está disponível. O importante é não coçar as feridas, e tratar infecções que possam surgir”, afirmou Geraldo Cury.

A maior parte dos casos é leve, mas pode se agravar. O percentual de mortes pela doença é pequeno, mas existe, em especial por infecções associadas às feridas, acrescentou o infectologista.
 
* Estagiário sob supervisão da editora Ellen Cristie. 


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