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Estado de Minas USO MEDICINAL

Mitos e verdades sobre a Cannabis

O CBD, ou canabidiol, tornou-se famoso por seu potencial terapêutico


30/06/2022 10:39 - atualizado 30/06/2022 11:01

Óleo à base de cannabis
(foto: Nataliya Vaitkevich/Pexels)

Os estudos sobre o potencial dos produtos de Canabis estão apenas no início, e muitas direções apontam para o uso da substância a favor da saúde, com aplicação para o enfrentamento de diferentes doenças. O CBD, ou Canabidiol, tornou-se famoso por suas capacidades terapêuticas, mas é apenas um dos mais de 140 canabinoides presentes na planta, mais chamada maconha.

 

Listamos mitos e verdades sobre a Cannabis

 

Os canabinoides são extremamente nocivos e o uso incorreto é letal


MITO


O conceito de letalidade está relacionado à segurança de um composto. A segurança de alguns canabinoides e preparações, sobretudo as predominantes em canabidiol (CBD) e tetrahidrocanabinol (THC), vem sendo amplamente investigadas. Embora não estejam livres de efeitos colaterais, o uso medicinal - ou mesmo o adulto - de diferentes quantidades desses dois componentes jamais esteve relacionada a qualquer óbito, diferente do que pode acontecer com outras classes medicamentosas como, por exemplo, os opioides.

O uso medicinal da Cannabis é legal no Brasil

VERDADE

O uso medicinal de produtos derivados da Cannabis é regulamentado no Brasil e existem várias formas de se ter acesso ao tratamento. O primeiro passo foi dado em 2015 pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que permitiu a importação por pessoa física de produtos regularizados em outros países mediante prescrição médica e autorização.

Em 2017, o medicamento de nome Mevatyl, composto por 27 mg/ml de THC e 25 mg/ml de CBD, foi aprovado para comercialização nas farmácias do país, indicado para tratar os sintomas de pacientes adultos com esclerose múltipla, que apresentam espasmos de moderados a graves.

No fim de 2019, a Anvisa criou a categoria "produtos de Cannabis", permitindo que empresas obtenham uma Autorização Sanitária para comercializar produtos com qualidade farmacêutica diretamente nas farmácias do país. O cenário também conta com a presença de organizações da sociedade civil que atuam na defesa dos interesses de milhares de pacientes e lutam pela democratização do acesso de diferentes formas.

É preciso fumar para obter os efeitos terapêuticos

MITO


Não é necessário fumar para obter os efeitos terapêuticos, embora essa também seja uma forma possível de se administrar um produto. A forma de apresentação mais comum é a solução oral em veículo oleoso. Estes produtos são administrados através de conta gotas, seringas ou copos dosadores, semelhante a um xarope. Também é muito comum encontrar produtos em cápsulas (duras ou moles), pomadas e géis de uso tópico. Mas as opções vão muito além e, mesmo o uso inalado, é uma possibilidade de administração viável quando se busca o efeito terapêutico, preferencialmente com a utilização de dispositivos que permitem a vaporização dos componentes ao invés da queima, como acontece no cigarro.

Qualquer especialidade médica pode prescrever no Brasil

VERDADE


Médicos de diferentes especialidades estão aptos a prescrever derivados da Cannabis, basta que seu CRM esteja ativo. Dentistas também garantiram o direito de prescrição de produtos no modelo de importação por pessoa física, embora permaneça a limitação a apenas médicos para os produtos disponíveis em farmácias.

Não há evidências conclusivas dos benefícios terapêuticos da Cannabis

MITO

Esse é um mito que pode ser verdade em alguns momentos. A evidência científica é mais robusta para determinadas composições e condições, como para o CBD na redução de convulsões em epilepsia, ou proporções semelhantes de CBD e THC para tratar a espasticidade em pacientes com esclerose múltipla.

Para essas condições, sim, pode-se dizer que existem evidências conclusivas, obtidas através de resultados significativos em estudos padrão ouro e aprovados por agências reguladoras criteriosas.

Todas as demais condições para as quais os produtos vêm sendo utilizados ainda não possuem evidências conclusivas. Muitas delas são suportadas por estudos menos robustos e evidências de mundo real, outras apenas por dados observacionais, relatos de caso ou ainda resultados pré-clínicos.

Os produtos podem apresentar reações adversas

VERDADE


Embora os canabinoides sejam considerados moléculas seguras, produtos de Cannabis podem apresentar efeitos adversos distintos e geralmente leves, que variam conforme o teor de cada um de seus principais componentes. O profissional médico deve orientar o paciente com relação às possíveis adversidades da escolha terapêutica para cada caso.

O paciente fica "chapado" quando faz o uso medicinal

DEPENDE


Falar em uso medicinal da Cannabis é muito abrangente. Cada um dos diferentes canabinoides produzidos pela planta são aplicados e investigados em diferentes condições e sintomas. Se o produto recomendado tiver maiores níveis de THC, é possível que determinadas doses causem efeitos semelhantes aos observados durante o uso adulto. Por outro lado, com produtos predominantes em CBD, esses efeitos dificilmente serão observados, mesmo em altas doses.

É melhor administrar os produtos de Cannabis com alimentos

VERDADE


Para uma melhor e mais rápida absorção dos canabinoides, o mais indicado é administrá-los com alimentos com "triglicerídeos de cadeia média", encontrados em grandes quantidades nos óleos de coco e de palma.

Os produtos de Cannabis podem gerar dependência química

DEPENDE


Não há indícios de que o Canabidiol (CBD) possa causar dependência química. Por outro lado, embora também tenha efeitos terapêuticos, o uso constante de doses maiores de THC pode gerar dependência, sendo um dos motivos pelos quais ainda há mais restrições de prescrição para estes produtos.


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