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Estado de Minas TABAGISMO

Fumo passivo é responsável por mais de 1 milhão de mortes por ano

Dado mostra como tabagismo afeta também aqueles que têm convívio diário com fumantes


30/05/2022 16:11 - atualizado 30/05/2022 16:36

Homem fumando um cigarro
Segundo OMS tabagismo se tornou uma epidemia (foto: Freepik/Divulgação)

Cerca de 8 milhões de mortes por ano são relacionadas ao tabagismo, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). Dessas, 1,2 milhão (15%) são decorrentes da exposição ao fumo passivo, ou seja, de pessoas que não fazem uso do cigarro, mas por conviver com quem fuma acabam inalando as substâncias nele contidas.

 

Pneumologista do Hospital Semper, Marcelo Chagas esclarece que a fumaça dos derivados do tabaco, exalada por quem fuma, contém cerca de sete mil substâncias, 250 delas prejudiciais e 69 cancerígenas. Isso aumenta o risco de doenças como o enfisema pulmonar, infecções respiratórias, úlceras, infarto e AVC, não só em fumantes, mas naqueles absorvem essas toxinas sem necessariamente nunca terem tocado em um cigarro.

 

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"Por esses e outros motivos, o tabagismo, hoje, é considerado uma epidemia pela Organização Mundial de Saúde", destaca. A nicotina, explica o médico, ao atingir o sistema cerebral, gera sensação de bem-estar e relaxamento. "Entretanto, com o passar do tempo, o organismo começa a ficar dependente e tolerante em relação a ela, o que leva o tabagista a ter necessidade de fumar cada vez mais", completa.

Câncer

Em relação aos diferentes tipos de câncer que podem surgir por conta do tabagismo, o maior risco é o de pulmão, mas outros como o de boca, esôfago, e até mesmo de bexiga também são possíveis perigos. Segundo Daiana Ferraz, oncologista clínica da Cetus Oncologia, as toxinas do cigarro, ao serem ingeridas e passarem pelo corpo, vão causando danos por muito tempo às células do organismo.

 

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"Elas sofrem mutações e podem se transformar em células cancerosas", pontua. Assim como Marcelo, a médica reforça que os fumantes passivos também possuem riscos de contrair não só o câncer como outras doenças do trato respiratório.

Tratamento

Daiana ressalta que os pacientes tabagistas necessitam de cuidados diferenciados, caso queiram se livrar do vício. "O tratamento é multifatorial, então, é importante, por exemplo, a terapia em conjunto com diferentes profissionais da saúde, como psicólogos, pneumologistas, assistentes sociais. Juntos eles auxiliarão o paciente na conscientização sobre a dependência e mudança de hábitos".

 

Um dos modelos de tratamento mais utilizados hoje, segundo Ferraz, é o de Prochaska e DiClemente, desenvolvido no final da década de 1970 pelos pesquisadores norte-americanos James Prochaska e Carlo Diclemente. O estudo traz os estágios motivacionais que precisam ser superados por quem deseja eliminar vícios, dependências ou obsessões.

 

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As etapas do tratamento incluem pré-contemplação, contemplação, preparação para a ação, ação, manutenção e saída definitiva ou recaída. "Caso haja recaída, o ciclo se inicia", destaca a oncologista. Cada um dos estágios possui uma definição e uma abordagem recomendada, dessa forma, o paciente passa por todas as etapas para enfim deixar o cigarro no passado.

 

"Cerca de 80% dos fumantes querem parar de fumar, mas somente 3% conseguem a cada ano, sem ajuda profissional. De um modo geral, quando conseguem [parar de fumar] definitivamente, as pessoas já fizeram em média 5 tentativas. É um processo, às vezes, demorado e, sobretudo, individualizado, bastante subjetivo", diz Daiana.

 

"O mais importante é que todos recebam o apoio dos amigos e entes queridos, para que sintam determinados e encorajados a não desistir. Não podemos esquecer que o vício, seja ele qual for, é inerente à natureza humana, portanto pode prejudicar a todos nós. Logo é necessário empatia com quem tenta se libertar", finaliza a médica.

Tratamento em Belo Horizonte

Em Belo Horizonte, o tratamento do tabagismo é ofertado em todos os Centros de Saúde, e as abordagens são realizadas por profissionais da equipe de saúde da família (Nasf) e Academias da Cidade. Os pacientes são convidados a participar da Palestra Motivacional, momento de sensibilização em que são esclarecidos os malefícios do tabagismo, os benefícios da interrupção e como a será a condução do tratamento.

 

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A participação na sensibilização serve como requisito para a avaliação clínica, em que serão avaliados o histórico tabagístico, necessidade de uso de medicamentos, nível de dependência à nicotina, entre outros. Os pacientes que querem parar de fumar devem procurar os profissionais das unidades de saúde de sua referência para obter informações sobre o tratamento.


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