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Estado de Minas AO LADO DE MACRON

Na França, Lula promete desmatamento zero e fala em combate à desigualdade

Presidente Lula voltou a criticar gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro, a culpando pelo 'retrocesso' do país. Ele criticou também a ONU, FMI e o Banco Mundial


23/06/2023 09:12 - atualizado 23/06/2023 11:11
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Presidente Lula sentado. No fundo, dois homens aparecem em segundo plano. Lula é um homem branco de cabelos e barba branca. Usa um terno e uma gravata listrada
Lula discursou na Cúpula Internacional do Novo Pacto de Financiamento Global, ao lado do presidente da França, Emmanuel Macron (foto: LEWIS JOLY/AFP)
Em visita oficial à França, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que o Brasil está caminhando para cumprir uma das suas promessas de campanha: o desmatamento zero. Em sua fala, Lula defendeu não só a Amazônia, mas todos os biomas brasileiros. A declaração foi dada nesta sexta-feira (23/6), na Cúpula Internacional do Novo Pacto de Financiamento Global, ao lado do presidente da França, Emmanuel Macron. 

"No campo do setor da energia elétrica, 87% da energia brasileira é renovável, contra 27% do restante do mundo. Se tratando de todo o conjunto da energia, 50% da energia brasileira é renovável, enquanto o resto do mundo só tem 15% de energia renovável. Isso significa que nós estamos caminhando para cumprir a nossa famosa de proposta de campanha que é chegar ao desmatamento zero. E nós não temos apenas a Amazônia para cuidar, nós temos o bioma do Cerrado, da Caatinga, do Pantanal, da Mata-Atlântica. São cinco grandes biomas que nós temos que cuidar, porque todos eles são vítimas de ataque todo ano", declarou Lula.


"Quero que tenham noção do que é realmente a Amazônia. Porque muita gente fala, mas pouca gente conhece e é importante que as pessoas falem conhecendo. No Brasil, ela representa nada mais nada menos que 5 milhões de km²", disse. "Além dos 5 milhões no Brasil, nós temos a Amazônia Equatoriana, Amazônia-Colombiana, Amazônia Peruana, Amazônia Venezuelana, Amazônia Boliviana, Amazônia da Guiana, Amazônia do Suriname", continuou Lula.

O petista também destacou encontro no Pará, no dia 12 de agosto, com todos os presidentes da América do Sul que compõem a região da Amazônia, que tem o objetivo de discutir uma proposta a ser levada para a COP 28, nos Emirados Árabes.
 

Combate à desigualdade

Na sequência, Lula disse que era necessário falar sobre o combate a desigualdade. "Junto com a questão climática presidente Macron, nós temos que colocar a questão da desigualdade muncial. Não é possível que em uma reunião entre presidentes a palavra desigualdade não apareça".

"A desigualdade salarial, de raça, de gênero, na educação, na saúde. Nós estamos em um mundo cada vez mais desigual. Cada vez mais a riqueza está concentrada na mão de menos gente e a pobreza concentrada na mão de mais gente", completou.

Lula disse que é preciso debater o tema "igualmente", pois não adianta ter "clima bom" e pessoas morrendo de fome. "Não é só na África não, é na América Latina, no Brasil".
 
 

Críticas à ONU, FMI e Banco Mundial

Em seguida, Lula criticou algumas instituições, como o Banco Mundial, o Fundo Monetário Internacional (FMI) e a ONU. Em relação ao Banco Mundial e ao FMI, Lula disse que os dois órgãos deixam "muito a desejar naquilo" que se espera deles.

"Muitas vezes, os bancos emprestam dinheiro e esse dinheiro emprestado é o resultado da falência do Estado", declarou.

"É importante que a gente tenha noção que a gente não pode continuar com as instituições funcionando de forma equivocada. Mesmo conselho nacional de segurança da ONU, os membros permanentes não representam mais a realidade política de 2023, se representava em 1945, em 2023 é preciso mudar. A ONU precisa voltar a ter representatividade, ter força política. Se nós não mudarmos essas instituições, a questão climática vira uma brincadeira", disse.

Para Lula, os acordos feitos em conferências ambientais não são cumpridos e a ONU não consegue intervir.

"Vamos ser francos: quem é que cumpriu o Protocolo de Kyoto? Quem cumpriu os acordos na Cop-15 em Copenhagen? O acordo de paris? Não se cumpre porque não tem uma governança mundial com força para decidir as coisas e a gente cumprir. Se cada um de nós sair de uma Cop e voltarmos para aprovar as coisas dentro do nosso Estado Nacional, não não iremos aprovar. É preciso ter clareza: se a gente não mudar as instituições, o mundo vai continuar o mesmo. Quem é rico vai continuar rico e quem é pobre vai continuar pobre", disse. 
  

'Tinha um fascista governando o país'

O petista também ressaltou que ele e a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) tiraram o país do mapa do fome e lamentou que a situação no país tenha recuado.

"Tenho muita tristeza que voltei à Presidência da República agora. O meu país estava pior do ponto de vista democrático porque tinha um fascista governando o país. Estava pior do ponto de vista educacional porque não tinha dinheiro investido nas universidades, pior do ponto de vista social porque não tinha política social, pior do ponto de vista econômico. E agora nós temos que fazer tudo que já tinhamos feito pro país voltar a crescer".

"A questão climática não é uma questão secundaria. E por isso o Brasil vai levar a cabo o controle do desmatamento. Vamos colocar como uma questão de honra, que até 2030 a gente acabar com o desmatamento na Amazônia". 

"Em 2030, irei convidar vocês para ir na Amazonia com desmatamento zero. E outra vez vamos acabar com a fome", disse Lula, que em seguida foi aplaudido. 
 
 
 


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