
"Há uma questão de gênero. São duas mulheres, uma preta, uma indígena, com casos historicamente bastante difíceis de serem manejados nos países. Mas, particularmente, no nosso país não é diferente. Não é por acaso que tivemos tantas mortes envolvendo a questão ambiental, a questão indígena, com perdas irreparáveis em nossas trajetórias", disse Marina em entrevista para o programa Cidade e Solução, na GloboNews.
Sonia afirma que a questão perpassa um "combate à participação de mulheres" em espaços de poder. Ela também acredita em uma retaliação à efetividade de respostas das ações dos ministérios.
"É sim de cunho político, inclusive, uma reação ao governo do presidente Lula, porque é uma resposta à efetividade que a gente vem desenvolvendo nos nossos ministérios com toda essa desintrusão, por exemplo, dos invasores madeireiros, garimpeiros de territórios indígenas, com todas essas ações que a gente vem fazendo em relação a combater essa crise humanitária com o povo ianomâmi, ao destravamento das demarcações", detalhou.
Momento de diálogo
Mesmo com essas questões, as ministras concordam que o momento é de dialogar com o Parlamento. Marina afirma que o trabalho seguirá "até o último momento". Já Sonia confirma que as conversas irão acontecer com todos.
"É crucial. Vou conversar com parlamentares, com bancadas, para que a gente possa reverter alguns votos", enfatizou Guajajara, principalmente sobre o Projeto de Lei (PL) 490/2007, do Marco Temporal para a demarcação de terras indígenas, cujo requerimento de urgência foi aprovado na semana passada.
