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Estado de Minas ATOS TERRORISTAS

Ex-candidato a prefeito em Ouro Preto participa de invasão em Brasília

Em vídeo, professor extremista convoca pessoas a participar de ato golpista em Brasília para 'fechar e cercar os Três Poderes'


09/01/2023 12:51 - atualizado 09/01/2023 13:27


Está circulando em grupos de WhatsApp, foto e vídeo do ex-candidato a prefeito de Ouro Preto, na Região Central de Minas Gerais, e professor aposentado da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop), Antônio Clesio Ferreira, em que ele convoca a presença de manifestantes nos atos terroristas em Brasília.
 
No vídeo, gravado no domingo (8/1) às 7h58, o bolsonarista mostra como foi montado o acampamento de concentração e diz que “a ideia é ter pessoas suficientes e irmos para a praça dos Três Poderes e fechar e cercar os prédios dos Três Poderes”.
 

Quem é Clesio

 
O integrante da invasão terrorista foi candidato a prefeito de Ouro Preto nas eleições de 2020 pelo partido Democrata Cristão (DC). Com o nome de urna Professor Clesio, o candidato recebeu 806 votos, cerca de 2% dos votos válidos e hoje se intitula membro do grupo Direita Ouro Preto.
A cidade histórica tem como tradição eleger candidatos da esquerda, sendo que no segundo turno das eleições para a Presidência da República, o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) obteve 69,93% dos votos válidos.

O participante da invasão que culminou em ato terrorista é coordenador do grupo de oração da Basílica Matriz de Nossa Senhora do Pilar. Nas páginas dele no Facebook, ele disse no período eleitoral estar lutando contra “o maligno e seu asseclas, contra o fechamento de templos religiosos e pede para que as pessoas votem em Bolsonaro”.
Antônio Clesio de boné e camisa amarela em foto retirada de vídeo
Foto e vídeo de Antônio Clesio Ferreira estão circulando em perfil que pede ajuda para identificar pessoas que participaram dos atos terroristas desse domingo (8/1) (foto: Reprodução/Instagram)
  
Clesio já foi identificado em um perfil criado no Instagram com o nome “ContraGolpeBrasil” que disponibilizou mais de 100 fotografias das pessoas presentes nos atos terroristas em Brasília.
 
A reportagem do Estado de Minas procurou a Polícia Civil do Distrito Federal para saber se o morador de Ouro Preto é um dos presos e investigados pelos atos de vandalismo em Brasília. Em reposta, PCDF diz não poder informar os dados solicitados de acordo com a lei que define os crimes de Abuso de Autoridade.
 
A reportagem entrou em contato com Antônio Clesio Ferreira, mas até a publicação desta matéria não teve resposta.

Também procurada pela reportagem, a Basílica Matriz de Nossa Senhora do Pilar não atendeu às ligações.

Reações de repúdio

 
O prefeito de Ouro Preto, Angelo Oswaldo (PV), manifestou nas redes sociais da prefeitura “repúdio do povo e do município de Ouro Preto aos atos terroristas de barbárie praticados em Brasília”.
 
Na nota, o chefe do Executivo diz que o grupo presente em Brasília não representa a população de Ouro Preto. “Somos solidários à democracia brasileira e ao governo constitucional do presidente Lula.”

No site da Ufop, a reitoria da universidade também publicou nota de repúdio sobre os atos desse domingo.

Confira na íntegra: 

“Os atos terroristas contra a democracia brasileira, com as invasões e depredações do Congresso Nacional, do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Palácio do Planalto, devem ser repudiados por nossa sociedade.
 
A Universidade Federal de Ouro Preto, diante de tais absurdos e barbaridades, se manifesta com veemência, engrossando o coro democrático que pede uma apuração rigorosa dos fatos, com a responsabilização de todos os envolvidos.
 
Na democracia os antagonismos estão presentes, mas os atos de violência que estamos vivenciando desde as eleições presidenciais, especialmente, não podem ser caracterizados dentro de um escopo ético ou ideológico que tenha sobrevida nas possibilidades oferecidas por esse sistema. A democracia aceita e convive com discursos distintos e antagônicos; contudo, tolerar vozes que pregam a extinção de pessoas em nome de qualquer supremacia, do ódio e da intolerância, não!
Assim, conclamamos toda nossa comunidade para criar e fortalecer uma rede de vigilância de forma a impedir retrocessos em nosso jovem sistema democrático.”
 


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