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Estado de Minas VÍDEO

Família que passava de carro pela Raja relata agressão de bolsonaristas

Moradora do Morro das Pedras estava indo para casa com a mãe, a irmã e o marido, quando apoiadores do ex-presidente bateram no veículo e fizeram ameaças


08/01/2023 06:01 - atualizado 08/01/2023 07:30

Bolsonaristas ameaçaram quebrar o carro de família que passava pela Avenida Raja Gabaglia, no Centro-Sul de BH
Bolsonaristas ameaçaram quebrar o carro de família que passava pela Avenida Raja Gabaglia, no Centro-Sul de BH (foto: Reprodução)

Uma família que voltava de carro para casa pela Avenida Raja Gabaglia, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, relatou ter sido agredida por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que estão concentrados em frente ao Comando da 4ª Região Militar do Exército, no bairro Gutierrez. Os manifestantes ocupam o local desde outubro de 2022 em protesto contra a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições. Eles questionam o resultado das urnas eletrônicas e pedem intervenção das Forças Armadas na política brasileira.

O episódio de agressão relatado ao Estado de Minas ocorreu na tarde desse sábado (7). Moradora do Morro das Pedras - aglomerado situado entre as avenidas Raja Gabaglia, Silva Lobo e Barão Homem de Melo -, Priscila Corrêa estava acompanhada da mãe, de 60 anos, da irmã e do marido, Arthur Ribeiro, que dirigia o veículo. Segundo ela, a hostilidade dos bolsonaristas começou no momento em que o automóvel tentou mudar de faixa.

"Um pouco mais à frente do Círculo Militar, a via se estreitou. Era onde os bolsonaristas estavam ocupando uma faixa", contou Priscila à reportagem. Conforme a mulher, assim que o marido desviou a direção para a pista liberada, um integrante do acampamento bateu a mão no vidro dianteiro. Arthur parou para perguntar o motivo do tapa e acabou agredido. Um guarda municipal repreendeu a atitude do bolsonarista.

Priscila pegou um telefone e passou a filmar a agressão do bolsonarista. Foi quando outro participante dos atos golpistas se aproximou e ameaçou a mulher. Ele exigiu que ela desligasse a câmera, sob pena de ter o carro quebrado. Outro homem proferiu ofensas contra a irmã de Priscila, chamando-a de "piranha" e "puta". Em seguida, o veículo se afastou de onde os eleitores de Bolsonaro estavam concentrados e continuou o trajeto.



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As vítimas pretendiam registrar boletim de ocorrência no 22º Batalhão da Polícia Militar, no bairro Santa Lúcia, mas, segundo Priscila, foram informadas "que não daria em nada", uma vez que não havia o nome do agressor. Em nova tentativa, desta vez em uma base móvel da PMMG, receberam a mesma resposta dos militares.

Arthur Ribeiro foi agredido enquanto passava pelo acampamento levantado por apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) na Raja Gabaglia
Arthur Ribeiro foi agredido enquanto passava pelo acampamento levantado por apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) na Raja Gabaglia (foto: Arquivo pessoal)

 

Agressões a jornalistas


Recentemente, jornalistas foram vítimas de agressões de apoiadores de Bolsonaro. Na quinta-feira (5/1), um fotógrafo do Hoje em Dia levou socos, chutes e pauladas enquanto fazia imagens do local. Os bolsonaristas roubaram e danificaram parte do equipamento do profissional, que sofreu cortes na cabeça e precisou de atendimento médico.

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Na sexta-feira (6/1), uma mulher deu um tapa em uma câmera que gravava a ação da Guarda Civil Municipal de Belo Horizonte, encarregada de desmontar as barracas e recolher os objetos utilizados pelos bolsonaristas. Outro profissional de imprensa, do jornal O Tempo, também foi vitimado pela violência dos eleitores do ex-presidente.

Ministro do STF determina desbloqueio da Raja


O ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral e integrante do Supremo Tribunal Federal, acolheu o pedido da Procuradoria-Geral do Município de Belo Horizonte e determinou multa de R$ 100 mil para os bolsonaristas que permanecerem financiando a manifestação na Raja Gabaglia. O valor se aplica, inclusive, a quem segue bloqueando a via.

Além disso, o ministro multou em R$ 100 mil o empresário do ramo têxtil Esdras Jonatas dos Santos, um dos líderes do acampamento desmantelado pela Prefeitura de BH na sexta-feira. Roberto Carlos Abreu também terá que pagar o mesmo valor.

A decisão de Moraes foi tomada depois que a prefeitura da capital pediu ao ministro para reavaliar decisão do juiz Wauner Batista Ferreira Machado, que concedeu liminar em favor de Esdras, na sexta-feira, para que ele pudesse voltar ao local e que os materiais apreendidos fossem devolvidos.

O prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD), comemorou a decisão. “Agradeço ao ministro Alexandre de Moraes pela postura firme na defesa da ordem pública ao acatar nosso recurso e determinar a imediata desobstrução da Avenida Raja Gabaglia em todo o seu entorno. O Estado democrático de direito é condição inegociável”.


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