Raphael Felice - Correio Braziliense
Em coletiva antes de se reunir com integrantes da equipe do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o relator-geral do Orçamento, Marcelo Castro (MDB-PI), falou à imprensa, nesta quinta-feira (3/11), sobre as dificuldades em torno do Orçamento de 2023 com o enxuto teto de gastos. Segundo ele, será um desafio encaixar, junto ao Bolsa Família, pautas como isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil e aumento real do salário mínimo.
Segundo o senador, só o novo Bolsa Família de R$ 600, junto a um valor para famílias com criança e abaixo de seis anos, resultará em um acréscimo de aproximadamente R$ 70 bilhões ao Orçamento do ano que vem.
Marcelo Castro lembrou que o valor atual de R$ 600 vale somente até dezembro e que, pelo orçamento enviado ao Congresso pelo governo Bolsonaro, em janeiro, esse montante será de R$ 400. “Para voltar aos R$ 600, é preciso que a gente coloque dentro do orçamento, e isso tem uma implicação de R$ 52 bilhões. Ainda tem mais R$ 150 que o presidente Lula prometeu para famílias com crianças abaixo de seis anos”, destacou.
“São 21,6 milhões de famílias e nós temos 33 milhões de brasileiros passando fome. É necessário fazer esse entendimento. Então, só com o Bolsa Família teríamos que fazer um acréscimo de R$ 70 bilhões no Orçamento", emendou.
'Boa vontade'

Participam da reunião com Marcelo Castro, o vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin, os senadores Jean Paul Prates, Paulo Rocha, Wellington Dias (eleito) e Confúcio Moura. Também estão presentes os deputados Rui Falcão, Reginaldo Lopes, Enio Verri e Paulo Pimenta, além da presidente do PT, Gleisi Hoffmann, e Aloizio Mercadante, coordenador do programa de governo de Lula.
