
Irritado, Agostinho fez discurso pedindo "perdão" a Deus pela postura dos colegas que contestaram projetos para a oficialização de homenagens a personalidades.
"Perdoai aqueles que ao não votar e ao desconhecer o sim ou o não votam em branco. Branco porque são covardes, branco porque não há coragem de botar a cara aqui. Neste plenário, nós votamos em aberto para que a população veja o voto de cada um. E alguns votam branco, se acovardam. Se são contra o projeto, votem contra. Não suba ao plenário para votar em branco", disse.
A fala do pessedista foi feita após Laura Serrano subir à tribuna para questionar a série de cidadanias honorárias e declarações de relevante interesse cultural a festas e locais votadas hoje pela Assembleia. Ela garantiu que a queixa não estava relacionada a Hulk - a quem elogiou pelos serviços prestados ao Galo.
"São projetos que ,na prática, afetam quase nada ou muito pouco da vida do cidadão", protestou. Depois, em nota, a deputada do Novo justificou a opção por anular o voto. "Voto em branco porque homenagens não são prioridades dos mineiros. O Parlamento precisa priorizar aquilo que melhora a vida das pessoas - e não gastar tempo e recursos com coisas não efetivas".
Durante a dissonância, Agostinho afirmou haver parlamentares que pautam sua atuação tão somente na busca pela economia de recursos.
"Perdoai aqueles que (acham que) a vida se restringe ao dinheiro, a dois reais pra lá ou para cá. Perdoai os ignorantes, Senhor. Perdoai a estes que entendem que a administração pública, que a gestão de pessoas, que é o cuidado como ser humano, está restrito a dois reais", alfinetou.
Questão de ordem negada
Enquanto Agostinho falava, Laura Serrano chegou a pedir questão de ordem para responder o colega, mas não teve o pleito atendido por questões regimentais.
"Em três anos de mandato, economizei mais de R$ 8 milhões, dinheiro devolvido em melhorias efetivas para os mineiros", afirmou ela, após a sessão.
Guilherme da Cunha, por sua vez, afirmou que há "inversão de prioridades" e defendeu a atenção a textos como o que autoriza a adesão de Minas ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF), visto pela equipe de Romeu Zema (Novo) como solução para renegociar a dívida do estado com a União — que ultrapassa os R$ 152 bilhões.
"Meu voto em branco nas homenagens é um protesto contra essa inversão de prioridades. Não precisa ter coragem para homenagear o Hulk. Isso é muito fácil. Precisa ter coragem é para votar as medidas que vão combater privilégios e solucionar os problemas do povo. São esses projetos que quero votar, mas que nunca são colocados pelo presidente da Assembleia na pauta."
Procurado, Bartô disse não ter sido atingido pelas falas de Agostinho.
Presidente da ALMG quer Hulk na seleção
No ano passado, com o jogador paraibano, o Atlético conquistou o Campeonato Mineiro, o Campeonato Brasileiro e a Copa do Brasil. Neste ano, o time já faturou a Supercopa do Brasil e outra edição do torneio estadual.
Depois de a entrega da comenda ser autorizada, Agostinho Patrus celebrou a votação. "Reconhecimento justo e merecido. Só falta a vaga na Seleção Brasileira. Alô, Tite! Convoca o Hulk!", escreveu, no Twitter.
'Placa' a Ronaldo
Professor Cleiton (PV), autor da proposta, defendeu a homenagem. "O gasto é uma placa. Se for esse o problema, pago por essa placa".