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Estado de Minas NOVO PARLAMENTAR

Silveira é empossado senador por Minas: 'Fome e miséria não têm partido'

Ex-diretor jurídico do Senado substituirá Antonio Anastasia, de saída para o TCU; novo senador foi cotado para liderar governo Bolsonaro, mas não deve aceitar


02/02/2022 19:23 - atualizado 02/02/2022 21:36

Alexandre Silveira (PSD-MG)
O senador Alexandre Silveira tomou posse nesta quarta (2); na foto, ele discursa em evento do PSD no ano passado (foto: Geraldo Magela/Agência Senado)
Presidente do Partido Social Democrático (PSD) em Minas Gerais, Alexandre Silveira é, oficialmente, senador da República. Ele tomou posse nesta quarta-feira (2/2), na vaga de Antonio Anastasia (PSD), que renunciou para assumir o posto de ministro do Tribunal de Contas da União (TCU). A formalização da substituição ocorreu durante a primeira sessão de 2022 do Senado Federal, em Brasília (DF).

Silveira assume o cargo em meio a debates sobre ser - ou não - o líder do governo de Jair Bolsonaro (PL) no Senado. Neste momento, segundo apurou o Estado de Minas, a tendência é que ele recuse o convite.

Ele foi formalmente convidado a substituir Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE) e, em janeiro, afirmou que não poderia tratar do tema até tomar posse no Congresso Nacional. O presidente chegou a confirmar que Silveira seria seu líder, mas a situação ainda não está resolvida.

Ao discursar para os colegas, Silveira pregou a união de todos os senadores - aliados a Bolsonaro, opositores e independentes - para a luta contra problemas socioeconômicos.

"Nosso Brasil adoeceu e empobreceu. É uma realidade que não podemos aceitar. Fome, miséria e dor não têm partido. Não é verde, vermelho ou amarelo", disse.

Servidor público de carreira de histórico como delegado de Polícia Civil e ex-deputado federal, o pessedista prometeu lutar por uma sociedade "unida, justa, sólida e fraterna".

"A verdadeira prioridade salta aos olhos: me juntar aos meus pares nesta Casa na busca de soluções para os graves problemas - principalmente econômicos e sociais - que vivemos no Brasil e acarreta a assustadora volta da inflação, do desemprego, da fome e da miséria, que já assola a nossa gente".

Pedindo "ousadia e coragem", Silveira teceu críticas indiretas à política econômica do governo, tocada pelo ministro Paulo Guedes. "Há mais de dois anos ouço falar na tal recuperação em 'V', na estabilidade do dólar e do equilíbrio fiscal como fonte geradora de Justiça Social. Onde está o resultado desse discurso? Não dá mais para esperar", pontuou.

'Moderação' dá o tom de discurso


As primeiras falas de Silveira foram marcadas por críticas à polarização política e por defesa a "convergência" e à "moderação". Ele se colocou à disposição para auxiliar o Palácio do Planalto, mas descartou ter 'alinhamento com os erros" ou tecer "críticas aos acertos".

 

"Este apoio [ao governo] não significa submissão ideológica nem assunção a qualquer cargo. Pelo contrário: significará muitas vezes apontar o que considero errado em relação à pauta econômica, ambiental e social. Não sem valorizar o que está dando certo no agronegócio, na infraestrutura e no Desenvolvimento Regional", pontuou.

O evento foi prestigiado por ministros do governo federal, como Flávia Arruda, da Secretaria de Governo, e Rogério Marinho, do Desenvolvimento Regional. De Minas Gerais, viajaram, a fim de prestigiar a posse, o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), e o presidente da Assembleia Legislativa, Agostinho Patrus (PV). O presidente nacional pessedista, Gilberto Kassab, também marcou presença.

Silveira foi elogiado pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Eles são politicamente próximos e, antes da posse, o novo senador era diretor de Assuntos Jurídicos da Casa Legislativa. Pacheco, aliás, tem defendido que Silveira tente, na eleição de outubro, conseguir mais oito anos na capital federal.

Em 2014, a chapa Anastasia-Silveira foi eleita com mais de 56% dos votos válidos. O segundo suplente da aliança, o ex-deputado federal Lael Varella (DEM), passa a ser, agora, o reserva imediato. Além da dupla pessedista, Minas Gerais é representada no Senado por Carlos Viana (MDB).

Anastasia se despede com 'sentimento de dever realizado'


Antes de Silveira ser empossado por Pacheco, Anastasia fez o último discurso como senador, cargo que ocupou por sete anos. Ele afirmou encerrar o ciclo como parlamentar "de modo positivo e feliz", "com a cabeça erguida" e com "sentimento de dever realizado". A posse dele na Corte de Contas ocorre nesta quinta-feira (3/2).

O agora ex-senador valorizou os anos no Senado Federal, do qual chegou a ser vice-presidente, e prometeu levar ao TCU a experiência adquirida como parlamentar.

"Aprendi à exaustão o que significam na prática a democracia, a tolerância, o entendimento e o esforço parlamentar para encontrar soluções a questões extremamente intrincadas. Esse exercício foi, é e sempre será, para os senadores, coletivo", observou.

 Meus colegas me permitiram ser relator de mais de 350 projetos de lei ao longo de sete anos. Tive a oportunidade de relatar projetos de altíssima complexidade, sabemos - e a história assim mostra. Esses projetos, alguns deles históricos, me permitiram sempre o aperfeiçoamento do trabalho e dedicação ímpar à democracia, no cumprimento rigoroso da Constituição", pontuou ele.

Anastasia se disse tranquilo por abandonar o Senado um ano antes do previsto por causa da capacidade política de Silveira. "No momento que a caneta vai assinar [a renúncia], você titubeia. É natural. Você tem que ter a tranquilidade de saber quem está deixando e quem está ao seu lado", revelou, para pouco depois elogiar o correligionário: "Alexandre é um dos líderes políticos jovens, mas de mais energia que conheço".

 


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