
Os três anos do desastre ocorrido na Região Metropolitana são marcados homenagens. Em Brumadinho, houve uma missa com o arcebispo de BH, Dom Walmor de Oliveira Azevedo, e tributo às seis joias - como são chamadas as vítimas - ainda desaparecidas.
O presidente da Assembleia Legislativa, Agostinho Patrus (PV), foi responsável por arriar as bandeiras.
"Estamos relembrando a vida dessas pessoas e fazendo a elas uma justa homenagem. Infelizmente, deixaram de dar continuidade a seus sonhos por uma tragédia", disse.
"É a maior tragédia da história de Minas. Temos que lembrar não só daqueles que perderam as suas vidas, sonhos e esperanças e levaram a tragédia às suas famílias, mas àqueles que vierem investir no estado que a vida dos mineiros é algo muito precioso para a Assembleia", pontuou o deputado.
Três anos após o desastre, ninguém foi julgado ou preso. Ainda em 2019, a Assembleia concluiu Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre o rompimento. O relatório final das investigações pediu o indiciamento de 13 pessoas.
No ano passado, a Polícia Federal indiciou 19 pessoas na segunda fase das investigações. Em 2020, o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), que teme que o processo volte à estaca zero, já havia denunciado 16 pessoas, a Vale e a Tüv Süd, responsável pelo laudo que atestava a segurança da barragem. O Superior Tribunal de Justiça (STJ) transferiu da justiça estadual para a federal a competência para julgar a ação penal no ano passado.

Cobrança por aplicação de recursos
Em janeiro do ano passado, a companhia e o governo de Minas Gerais acertaram acordo de acordo de R$ 37,6 bilhões por causa da tragédia. Parte do montante deve bancar obras estado afora, como a construção de hospitais regionais, reformas de escolas e o Rodoanel Metropolitano.
O deputado Virgílio Guimarães (PT) cobrou agilidade na aplicação dos recursos. "Lá se vão três anos da tragédia, um verdadeiro crime, e um ano do acordo com a Vale. E ainda não vimos a realização das obras, quer seja no âmbito dos municípios, quer seja no âmbito do desenvolvimento regional".
"Olhar para o futuro é olhar como vamos encontrar e construir alternativas aos municípios mineradores. Não podemos ter a economia do estado baseada em uma atividade que não é renovável", falou Bernardo Mucida (PSB), natural de Itabira, cidade de forte vocação minerária.