(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas NOVO CANGAÇO

Varginha: após pedir investigação, deputada da ALMG recebe ameaça de morte

Presidente da Comissão de Direitos Humanos, Deputada Andréia de Jesus (PSOL) diz ter sido atacada nas redes sociais: 'Seu fim será como o de Marielle'


03/11/2021 21:23 - atualizado 03/11/2021 22:39

De máscara amarela, casaco rosa e blusa branca, a deputada Andreia de Jesus discursa no plenário da ALMG
Andreia de Jesus (PSOL) foi atacada após defender investigação da operação policial realizada no domingo (31/10) em Varginha, que deixou 26 mortos (foto: Reprodução/Instagram)
Em carta aberta publicada na noite desta quarta-feira (3/11), a líder do Conselho de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), deputada Andreia de Jesus (PSOL) diz ter recebido ameças de morte. 

Segundo a parlamentar, os ataques são uma reação ao anúncio feito por ela no domingo (31/10), de que a comissão pretende investigar a operação policial deflagrada em Varginha, no Sul de Minas. A ação culminou na morte de 26 pessoas. 

Na versão da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) e da Polícia Rodoviária Federal (PRF), que conduziram a ação, o grupo formava uma quadrilha especializada, violenta e bem-armada de roubo a bancos. Andreia, no entanto, afirmou, no domingo, que recebeu denúncias de que um jovem negro sem envolvimento com o crime teria sido morto na operação. 

No post publicado no Instagram, Andreia expões prints em que é xingada com termos de baixo calão e ameaçada. "Você vai ver o que lhe espera. Vamos te matar. Seu fim será igual ao de Marielle. Pra tu ficar de exemplo", dizem as mensagens endereçadas à deputada. A representante também conta que teve perfis invadidos nas redes. 

"A Polícia Legislativa da Assembleia Legislativa de Minas Gerais acionou a Polícia Civil, fez um Boletim de Ocorrência e foi recomendada a minha adesão à escolta policial. Demos início a esse procedimento ainda no dia de hoje, devido à gravidade dos fatos. Amanhã, iremos acionar a polícia civil, na delegacia de crimes virtuais para encaminhamento dos discursos violentos, das ameaças a minha integridade física e contra a minha vida!", descreve Andreia no Instagram.


Críticas

Ao cogitar possíveis violações de direitos humanos durante a operação policial em Varginha, Andreia de Jesus fez críticas aos militares. 

"Uma operação policial exitosa é uma operação que não deixa óbitos para trás. Infelizmente, no Brasil, a juventude negra ainda continua tendo pena de morte como a única alternativa. Um crime contra patrimônio não justifica a retirada de vida, seja de quem quer que seja", afirmou a deputada. 

Conforme o regimento da ALMG, a apuração do caso pela comissão depende de aprovação de requerimento pelos deputados membros. O documento ainda não foi ratificado.

Operação

A operação da Polícia Militar (PM) e da Polícia Rodoviária Federal (PRF) foi realizada nesse domingo (31/10) em Varginha. Objetivo era desmantelar uma quadrilha de assalto a bancos altamente especializada e violenta, cujo modus operandi se assemelha ao fenômeno conhecido como "novo cangaço".  Ou seja: ataques a pequenas cidades, uso de armamento pesado e tomada de reféns.

Segundo os policiais, houve dois confrontos, em duas chácaras. Na primeira, 18 criminosos foram mortos - supostamente, por atacar policiais. Já na segunda, o saldo foi de oito óbitos. Com o grupo, os agentes encontraram um verdadeiro arsenal de guerra, com direito a explosivos e coletes a prova de balas. 

A capitão Layla Brunela, porta-voz da PM, definiu a ação como "a maior operação referente ao 'novo cangaço' no País".


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)