(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas SEM 'SILENCIAR'

Democracia: governadores apostam em reunião com Bolsonaro por 'normalidade'

Fórum Nacional dos Governadores cogita formular carta, mas 'bate o martelo' por conversa com presidente e agentes de outros Poderes


23/08/2021 19:11 - atualizado 23/08/2021 19:26

Em Brasília (DF), governadores se reuniram para tratar da defesa da democracia brasileira(foto: Renato Alves/Agência Brasília)
Em Brasília (DF), governadores se reuniram para tratar da defesa da democracia brasileira (foto: Renato Alves/Agência Brasília)
Em meio à escalada do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) contra o Supremo Tribunal Federal (STF), 25 dos 27 governadores estiveram em reunião nesta segunda-feira (23/8). No encontro, os integrantes do Fórum Nacional dos chefes dos Executivos estaduais chegaram a debater a formulação de um manifesto em defesa da democracia. Parte dos participantes, no entanto, defendeu a solicitação de reunião com Bolsonaro, líderes dos demais Poderes e das Forças Armadas. O mineiro Romeu Zema (Novo) foi um dos partidários do diálogo direto em vez de um ofício.

A busca do grupo é por formas de ampliar a interlocução com a União e a Suprema Corte. A ideia é romper com os sinais de instabilidade política em solo brasileiro. Três dias atrás, o presidente da República enviou ao Senado Federal um pedido de impeachment de Alexandre de Moraes, que compõe o STF e vai presidir o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no pleito de 2022.

Além das pautas democráticas, o encontro tratou de temas ligados ao Meio Ambiente e da importância da busca por alternativas financeiras aos cofres públicos estaduais. Aos colegas, Zema disse acreditar em diálogo em vez do ato de remeter cartas. Na semana passada, o filiado ao Novo não assinou documento em defesa do STF, enviado à Corte por 14 governadores.

"Temos muitos problemas para resolver em Minas e no Brasil. Os políticos precisam focar no que é mais importante, como o combate à pandemia, a aplicação de mais vacinas e a geração de empregos", afirmou ele.

O anfitrião desta edição do Fórum Nacional dos Governadores, Ibaneis Rocha (MDB-DF), crê que a conversa pode pôr fim ao acirramento.

"Temos de estabelecer que este é um país que tem eleitores do PT, do PSB, do MDB. Mas todos nós trabalhamos com uma única coisa: o bem-estar comum. O bem-estar da população e em especial da mais carente. Então, quando queremos levar essa conversa para o presidente é porque aqui não tem ninguém nem contra, nem a favor dele. Somos a favor de um país que merece, sim, um tratamento melhor das suas instituições para que a gente entre numa normalidade", esperançou.

O governador do Tocantins, Mauro Carlesse (PSL), e o governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), não participaram e tampouco mandaram emissários. Eles têm certo grau de alinhamento a Bolsonaro.

Sem 'silenciar', líderes clamam por união


Nos encontros com os presidentes da Câmara dos Deputados, do Senado Federal e do Supremo, os governadores querem tratar, além de eventuais riscos às instituições democráticas, de temas que possam gerar desequilíbrios nas finanças dos estados.

O governador gaúcho Eduardo Leite (PSDB) classificou o momento enfrentado pelo país como grave e clamou por união. O tom foi semelhante ao adotado pelo também tucano João Doria, de São Paulo.

"O que devemos fazer é defender a democracia e não silenciar diante das ameaças que estamos sofrendo constantemente", pediu.

Flávio Dino (PSB), governador do Maranhão, recorreu ao golpe militar de 1964 para lembrar dos riscos que as unidades federativas brasileiras vão correr em eventual ruptura do regime democrático.

"Passado o golpe, todos os governadores sofreram, sem exceção. Inclusive os que haviam apoiado a ruptura antidemocrática. Sofreu toda a federação, uma vez que não houve mais eleição para os governos estaduais", falou.

No segundo ano militar, passaram a vigorar os governos "biônicos", sem participação popular na escolha dos chefes dos Executivos estaduais. As eleições regionais só voltaram em 1980.

Coordenador do Fórum Nacional dos Governadores, Wellington Dias (PT-PI) ressaltou a importância de ouvir as vozes que compõem o regime democrático. "A essência é a busca de unidade. Primeiro, entre nós, e essa integração com os municípios. A partir daqui, a busca de diálogo e integração (entre) Câmara, Senado, STF e Executivo", falou , citando também a necessidade de conversas com o setor empresarial e a sociedade civil.

Pacheco defende diálogo e fala em 'estabilidade'

Nesta segunda, durante evento do Secovi, sindicato patronal ligado ao setor imobiliário, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), comentou sobre o pleito de governadores por uma reunião entre os Poderes.

"A reunião é muito importante. Pedi ao ministro Luiz Fux (presidente do STF) que houvesse a iniciativa da reunião entre os poderes", declarou. "Precisamos dar o mínimo de estabilidade nas relações", acrescentou.

Há, marcada para esta terça (24), reunião entre representantes de estados e municípios com o ministro Paulo Guedes. Em pauta, a reforma tributária. Segundo Ibaneis Rocha, há consenso contra a proposta 


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)