"Temos muitos problemas para resolver em Minas e no Brasil. Os políticos precisam focar no que é mais importante, como o combate à pandemia, a aplicação de mais vacinas e a geração de empregos", afirmou Zema.
Os governadores debateram a conjuntura nacional e resolveram buscar formas de ampliar diálogos com a União e o Supremo Tribunal Federal (STF). O Fórum Nacional que reúne os chefes dos Executivos regionais vai pedir reunião com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), chefes de outros Poderes e os comandantes das Forças Armadas.
A conferência ocorreu três dias após Bolsonaro (sem partido) enviar ao Senado Federal pedido de impeachment de Alexandre de Moraes, componente da Suprema Corte.
A pauta do encontro desta segunta foi dividida em três eixos: 1) Conjuntura Atual e Defesa da Democracia; 2) Riscos ao Pacto Federativo: Desequilíbrios Fiscais para Estados e Municípios, e Caminhos Alternativos de Receita em Discussão no Congresso Nacional e no Supremo Tribunal Federal; 3) Governança Climática.
O coordenador do Fórum e governador do Piauí, Wellington Dias (PT), defendeu a criação de um "Pacto pela Democracia". "O Brasil precisa criar um ambiente de diálogo onde possamos ter todas as condições de segurança, principalmente para atração de investimentos e nada melhor do que o diálogo respeitando as posições, a democracia depende disso", ressaltou.
A ideia, segundo Dias, é utilizar os mesmos moldes do "Pacto pela Vida", proposto pelos gestores durante a pandemia. "Paralelo a isso, também a apresentação de medidas que possam garantir as condições de saída segura para esta crise. De um lado, dar uma condição de serenidade na política e do outro lado a gente colocar na prioridade esse Pacto pela Vida, mas com a preocupação do social e o econômico".
Para a defesa da democracia, os gestores discordaram sobre as primeiras atitudes a serem tomadas. Alguns defenderam carta ou nota pública rebatendo ações e cobrando mudanças do chefe do Palácio do Planalto, enquanto outros sugeriram a reunião com Bolsonaro.
O chefe do Executivo de São Paulo, João Doria (PSDB), cobrou dos governadores uma reação conjunta às ameaças contra a democracia feitas pelo chefe do executivo federal.
"Entendo que é dever dos governadores formularem uma carta em defesa da democracia e da vida. Não nos cabe silenciar", sustentou.
Zema tem histórico de não assinar cartas
Na semana passada, Romeu Zema não subscreveu ofício elaborado por quatorze governadores e direcionado ao STF. O manifesto exaltava o papel da corte e não cita nominalmente Bolsonaro, que além dos ataques a Moraes, tem feito diversas declarações contra Luis Roberto Barroso, que também ocupa a presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
À "TV Band Minas", o governador justificou a decisão pelo fato de não estar interessado no que chamou de "intrigas palacianas". A ausência da assinatura gerou reações: o presidente da Assembleia Legislativa, Agostinho Patrus (PV), chegou a falar em "omissão".
Em março, Zema também não havia assinado carta que pedia, ao governo federal, que a busca por vacinas contra o coronavírus fosse acelerada.
