(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas PANDEMIA

Prefeito de Ipanema é acusado de furar fila de vacinas contra a COVID-19

Político do município mineiro e sua esposa tiveram bens bloqueados pela Justiça por vacinarem antes do período previsto


16/08/2021 20:11 - atualizado 16/08/2021 20:46

Prefeito de Ipanema, Júlio Fontoura, e sua esposa Tatiane Bacelar são acusados de furar vila de vacina contra COVID-19
Prefeito de Ipanema, Júlio Fontoura, e sua esposa Tatiane Bacelar são acusados de furar vila de vacina contra COVID-19 (foto: Divulgação/Instagram)


O prefeito de Ipanema, na Região do Vale do Rio Doce, Júlio Fontoura (PL), foi acusado pelo Ministério Público de Minas Gerais, nesta segunda-feira (16/8), de desviar vacinas contra a COVID-19. Segundo nota do MPMG, o político e sua esposa, Tatiane Bacelar, foram vacinados antes dos profissionais de saúde da linha de frente do enfrentamento do coronavírus.

De acordo com denúncia anônima, o prefeito do município havia sido vacinado no dia 19 de janeiro, primeiro dia de imunização da cidade, sendo a quarta pessoa a receber a dose da vacina, e sua esposa no dia 1º de fevereiro. A denúncia ainda divulgou que Júlio e Tatiane são dentistas e o político decidiu, à época, vacinar os demais dentistas e auxiliares da cidade. 
A vacinação foi confirmada pela Secretaria Municipal de Saúde de Ipanema. Conforme as edições do Plano Nacional de Imunização (PNI), em vigor na época em que eles foram vacinados, os trabalhadores de saúde deveriam ser vacinados com prioridade para os que estavam envolvidos no atendimento aos casos suspeitos e confirmados da doença, não enquadrando os dentistas nessa orientação técnica de prioridade.

No dia 19 de janeiro, data em que o prefeito foi vacinado, a cidade recebeu sua primeira remessa com 60 doses e 258 na segunda, no dia 29 de janeiro. Segundo a denúncia o município tinha 159 pessoas, que necessitariam de 318 doses, no grupo que deveria ser imunizado prioritariamente.

A pena prevista para o crime de apropriar-se de bens ou rendas públicas, ou desviá-los em proveito próprio ou alheio é de dois a 12 anos de reclusão. A decisão do juiz Felipe Ceolin Lirio, foi o bloqueio dos bens do prefeito no valor de R$ 76.413,70 e da esposa de R$ 10.536,10.

Tatiane Bacelar, respondeu em entrevista à afiliada da Rede Globo, que a denúncia é “equivocada” e que os dois não fizeram nada que não fosse de direito deles. Ela também afirmou que foi imunizada com a primeira dose da vacina Oxford/AztraZeneca e que o Conselho Regional de Odontologia de Minas Gerais havia colocado os profissionais da área como grupo de prioridade na vacinação.

Conforme último dado disponível, a vacinação do município convocou os moradores de 32 anos ou mais, sem comorbidades, para vacinar. Segundo o vacinômetro da Prefeitura de Ipanema, atualizado no dia na quinta-feira (12/8), 9908 pessoas foram vacinadas com a primeira dose e 3961 com a segunda. 

A reportagem tentou contato com a prefeitura mas não obteve resposta até a publicação deste texto. 

*Estagiária sob supervisão do subeditor João Renato Faria


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)