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Estado de Minas PANDEMIA

CPI da COVID: Omar Aziz para Bolsonaro: 'Compre vacina e não cloroquina'

O presidente da CPI respondeu ao ataque do presidente da República sobre um PL que pune profissionais da saúde que receitam medicamentos sem comprovação


25/05/2021 13:04 - atualizado 25/05/2021 14:04

O senador Omar Aziz (PSD-AM), presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da COVID mandou um recado ao presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido) nesta terça-feira (25/5). “Compre vacina, não compre cloroquina”, disse o parlamentar após citar o tuíte do chefe do Executivo falando sobre um projeto de lei apresentado para punir profissionais da saúde que receitarem medicamentos sem comprovações científicas.
 

“Médicos podem ser punidos com até três anos de detenção caso receitem qualquer remédio sem comprovação científica para aquela doença. DEIXE O SEU COMENTÁRIO”, escreveu Bolsonaro no Twitter.
 
 

Omar respondeu durante a sessão na CPI dizendo que fez uma autocrítica após ouvir colegas da área e retirou de pauta. Ele ainda mandou um recado para Bolsonaro. “Presidente, não perca seu tempo, ou quem quer que seja nas suas redes sociais, de postar esse projeto que ele já foi retirado bem antes de o senhor postar esse texto aí no seu Twitter. Perca seu tempo ligando para lideranças políticas internacionais para comprar vacina, perca seu tempo em salvar vidas. Coloque no seu Twitter algo como 'faça isolamento social, se cuidem, essa doença mata'. Não. Descer tanto para criticar um simples projeto que já foi retirado”, atacou o senador.
 
Senador Omar Aziz (PSD-AM) presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da COVID
Senador Omar Aziz (PSD-AM) presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da COVID (foto: Agência Senado)
 

“Eu como ser humano, como cidadão e como político, naquilo que eu erro e naquilo que eu me equivoco eu faço autocrítica e espero que ainda dê tempo de Vossa Excelência fazer autocrítica. Compre vacina, não compre cloroquina presidente”, reforçou.


 
A depoente desta terça-feira (25/5) na CPI é a secretária de Gestão do Trabalho e da Educação do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro, conhecida como Capitã CloroquinaDefensora da cloroquina, medicamento sem eficácia comprovada cientificamente contra o coronavírus, a servidora é a nona depoente na CPI da COVID e, assim como os demais, fala na condição de testemunha.
 
 
Secretária de Gestão do Trabalho e da Educação do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro, conhecida como Capitã Cloroquina
Secretária de Gestão do Trabalho e da Educação do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro, conhecida como Capitã Cloroquina (foto: Agência Senado)
 
A secretária do Ministério da Saúde é conhecida por defender o tratamento precoce contra a COVID-19 a partir do uso de cloroquina e outros medicamentos sem eficácia comprovada contra o vírus. Mayra Pinheiro também chegou a propor o lançamento de um programa, chamado TrateCov, recomendando o uso da cloroquina no tratamento ao coronavírus.

Segundo o ex-ministro Eduardo Pazuello, o TrateCov só não teria sido lançado porque teria sido hackeado enquanto estava em fase de testes. Muito por conta dessa defesa ao medicamento considerado ineficaz contra a COVID-19, a secretária ganhou a alcunha de Capitã Cloroquina.

A convocação da Capitã Cloroquina para depor na CPI da pandemia atende a um pedido comum entre cinco senadores: Alessandro Vieira (Cidadania-RS), Humberto Costa (PT-PE), Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Rogério Carvalho (PT-SE) e Renan Calheiros (MDB-AL). Apesar de depor na condição de testemunha, Mayra Pinheiro terá direito ao silêncio durante a reunião, mas somente quando questionada em alguns pontos específicos.

A secretária recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF) para ter o direito caso seja questionada sobre fatos ocorridos entre dezembro de 2020 e janeiro de 2021, período que coincide com a crise de falta de oxigênio nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) de Manaus, capital amazonense. Segundo dados da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS-AM), 3.536 pacientes morreram de COVID-19 em janeiro de 2021, contra 460 no mês anterior e 2.077 nos 30 dias seguintes.

A CPI da COVID, instalada no Senado em 27 de abril deste ano, apura possíveis ações e omissões do governo federal no enfrentamento à pandemia do coronavírus e repasses de verbas a estados e municípios. Os depoimentos tiveram início em 4 de maio, com Luiz Henrique Mandetta, ex-ministro da Saúde.

No dia seguinte, Nelson Teich, sucessor de Mandetta no cargo, depôs. No dia 6 de maio, foi a vez de Marcelo Queiroga, atual ministro da Saúde, prestar depoimento. Em 11 de maio, o diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antonio Barra Torres, depôs.

Fabio Wajngarten, ex-secretário de Comunicação do governo federal, foi ouvido pelos senadores em 12 de maio, seguido de Carlos Murillo, ex-presidente da Pfizer no Brasil e atual presidente regional da empresa na América Latina. O boliviano prestou depoimento à CPI na quinta-feira (13/5) da semana retrasada.

Na última semana, a CPI deu início às oitivas com o ex-ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, na terça-feira (18/5) passada. Nos dois dias seguintes, depois de suspensão por conta de reunião em plenário e de um mal-estar sentido pelo depoente, Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde, depôs.

Nesta quarta-feira (26/5), será realizada sessão exclusiva para votação de requerimentos, vários deles dizem respeito a novas convocações e reconvocações. Na quinta-feira (27/5), espera-se que alguma testemunha deponha à CPI.
  

O que é uma CPI?

As comissões parlamentares de inquérito (CPIs) são instrumentos usados por integrantes do Poder Legislativo (vereadores, deputados estaduais, deputados federais e senadores) para investigar fato determinado de grande relevância ligado à vida econômica, social ou legal do país, de um estado ou de um município. Embora tenham poderes de Justiça e uma série de prerrogativas, comitês do tipo não podem estabelecer condenações a pessoas.

Leia também: Entenda como funciona uma CPI


O que a CPI da COVID investiga?

 


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