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Estado de Minas ENTREVISTA / FERNANDO BURGARELLI

A turística Santana do Riacho não barrará visitantes, apesar da COVID

Prefeito Fernando Burgarelli, entretanto, diz que haverá controle rigoroso para evitar contaminação na cidade


15/01/2021 04:00 - atualizado 15/01/2021 09:01

''As aulas serão retomadas no mês que vem, mas de forma remota. Não reabriremos as escolas até que haja a vacinação''(foto: Prefeitura de Santana do Riacho/Divulgação)
''As aulas serão retomadas no mês que vem, mas de forma remota. Não reabriremos as escolas até que haja a vacinação'' (foto: Prefeitura de Santana do Riacho/Divulgação)
Santana do Riacho, a cerca de 100 quilômetros de Belo Horizonte, é conhecida pelos seus atrativos turísticos e belezas naturais, como a Serra do Cipó e a Lapinha da Serra. A cidade, que só registrou casos de COVID-19 cinco meses após a capital e o primeiro óbito pela doença há 30 dias, tem sido palco de batalhas entre a população e os visitantes.

As entradas do município chegaram a ser fechadas, mas, como a maior atividade econômica é o turismo, se viu obrigada a receber novamente os turistas.  O novo prefeito, Fernando Burgarelli (DEM), diz nesta entrevista exclusiva ao Estado de Minas que não pretende impedir o acesso dos turistas à cidade, mas irá intensificar a fiscalização para coibir abusos. Eleito com 66% dos votos, ele garante que as aulas presenciais só retornarão após a vacinação.

A que o senhor atribui sua votação expressiva, com mais que o dobro dos votos do candidato apoiado pelo antigo prefeito?

Os eleitores queriam uma mudança. Viram que a gestão anterior não representava os caminhos que a cidade precisava. Bati na tecla de uma gestão mais eficiente e baseada na mão de obra local. A máquina pública está inchada, o patrimônio público jogado, a frota destruída, muitos aluguéis e prédios públicos abandonados. A população via isso como desperdício do dinheiro público.

Santana do Riacho registrou há um mês o primeiro óbito por COVID-19. Os casos estão subindo. Mesmo com o fechamento da cidade, o que que deu errado no combate ao coronavírus?
Se analisarmos os casos diários, estamos hoje numa situação controlada. Tivemos um óbito de um paciente com idade avançada e que apresentava comorbidade. Não tivemos pacientes em estado grave. Não acredito que o turismo seja o principal vilão da COVID-19 em Santana do Riacho. Faltou fiscalização do poder público. Há três meses não há blitz. O último decreto publicado na cidade é de outubro e, por isso, a população relaxou.

Mas a cidade pode voltar a ser fechada novamente caso os casos sigam em elevação?
A qualquer momento podemos fechar, de acordo com as ocorrências de fiscalização. A primeira mudança assim que assumi foi criar um comitê [de enfrentamento à COVID-19] que representa a sociedade, tem representantes da área da saúde, sociedade civil, comerciantes, etc. Esse comitê se reúne quase diariamente para ponderar algumas situações e evitar implantação de medidas tão drásticas. Estamos preparando outro decreto ampliando restrições, como a ocupação das pousadas, que irá cair de 80% para 70%. Teremos novas medidas e iremos fiscalizar, teremos canal de denúncias, iremos multar quem desrespeitar as regras e até fecharemos estabelecimentos se for preciso. Também iremos reduzir o horário de fechamento dos estabelecimentos, passando das 22h para as 21h.

O turismo é o que movimenta a economia na cidade. O maior trabalho é com a conscientização de moradores e visitantes?
Não queremos tomar medidas drásticas porque sabemos que podemos dar um passo atrás e com o tempo voltar gradativamente. Nossa intenção é dar espaço nesta semana, como fechamento de Belo Horizonte e de Lagoa Santa, criar métodos de contenção, com blitz. Caso a cidade comece a ter uma curva maior [de crescimento], o fechamento pode ser inevitável. No processo de reabertura da cidade houve um período de adequação e orientação dos estabelecimentos. Vamos puxar as rédeas e mostrar para o turista que somos um destino seguro e capaz de recebê-lo de forma segura.

Haverá retomada das aulas presenciais?
As aulas serão retomadas no mês que vem, seremos os primeiros a voltar no estado, mas de forma remota, como no ano passado. Não pretendemos reabrir as escolas até que haja a vacinação.

O que Santana do Riacho tem feito para atender à saúde da população?
Santana não tem hospital próprio, tem UBS [Unidade Básica de Saúde]. Estamos, hoje, contratando médicos para atuar 24 horas por dia. Dentro do município, temos plantão 24 horas, temos cinco ambulâncias. Queremos nesta gestão construir o laboratório municipal, um posto de saúde na comunidade de Lapinha da Serra e reforçar a Policlínica.

A nova Câmara é favorável ao senhor – cinco dos nove vereadores são dos partidos da coligação. Isso lhe dá mais tranquilidade para governar?
Acredito que sim. A Câmara teve grande renovação. Neste primeiro momento, estou vendo vários vereadores bem atuantes. A articulação com o Legislativo será fácil.

Qual recado o senhor deixa para a população de Santana do Riacho?
Estamos assumindo agora, temos apenas 10 dias de mandato. Os desafios são grandes, estamos formando uma equipe bem competente, vamos fazer um excelente trabalho tanto em prol do turismo, ampliando-o, como na saúde e na educação, com a construção de creches para a população.


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